Nota publicada pelo site do Casaca, principal grupo de oposição da política vascaína:
"A Locomotiva Apita. O Pavor Aumenta.
O Lance, que é o jornal oficial dos golpistas que assumiram o Vasco, requenta uma matéria hoje: resgata do fundo do baú o famigerado caso Paulo Miranda, explicado neste espaço diversas vezes.
Paulo Miranda deixou o Vasco por 2 milhões de dólares. Foi este o preço exigido pela diretoria à época. Os 2 milhões de dólares entraram na contabilidade do Vasco integralmente, passando por todos os trâmites burocráticos convencionais, Banco Central, etc. Se o Bordeaux, da França, pagou por ele 4, 6 ou 8 milhões, isso deixa de ser um problema do Vasco. Azar de quem pagou, sorte de quem recebeu a diferença, no caso o próprio jogador e os atravessadores/agenciadores.
O cafezinho requentado, já se sabe, tem um único motivo: a aproximação do pleito para a Presidência do Conselho de Beneméritos. A locomotiva vem apitando. Para o terror do Lance e aquilo que ele representa em termos de jornalismo esportivo. Para o terror do insignificante “vice-presidente” jurídico Nelson de Almeida e sua passagem pela cadeira, repleta de fracassos, despejos, vergonhas em tribunais esportivos. Para desespero do “novo Vasco”.
CASACA!
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CASO PAULO MIRANDA: RECORDAR É VIVER
30.05.2009
Coluna no jornal “O Globo” retomou o assunto sobre a negociação do jogador Paulo Miranda pelo Vasco com o Bordeaux, da França, em 2001. Informa-se ali que há uma carta em que o clube francês afirma ter pago 5 milhões de euros pelo atleta.
A respeito da matéria publicada, aqui vão algumas considerações:
1) Pelo câmbio da época, 5 milhões de euros correspondiam a cerca de 4,25 milhões de dólares;
2) O Vasco recebeu 2 milhões de dólares limpos pela negociação;
3) A diferença encontra-se na parcela que foi paga ao jogador, naquilo que coube aos intermediários da negociação, nas taxas cambiais, impostos, dentre outras variáveis;
4) A negociação ocorreu há oito anos. Seria até plausível imaginar que o assunto permanece em voga por meros interesses políticos. Não sendo este o mote, como imaginamos, sugerimos que o jornalismo investigativo se faça presente em dezenas de outras transações muito mais vultuosas feitas por clubes Brasil afora em relação a valores, comissões, pagamento de impostos e números apresentados nos balanços contábeis das respectivas instituições;
5) O objetivo da matéria, por certo, foi o de fazer uma crítica velada à Lei Pelé que passou a possibilitar ganhos de empresários e intermediários na mesma ordem ou até maiores que os percebidos por atleta e clube. Na ocasião, o atleta Paulo Miranda, ao fim de seu contrato, estaria livre para negociar com quem quer que fosse, ficando o Vasco, caso isso ocorresse, “a ver navios”;
6) Vale ressaltar que um dos maiores críticos da Lei Pelé, tão elogiada pela mídia quando de sua feitura, foi exatamente o Vasco que já previa situações do tipo, ocorridas na negociação de Paulo Miranda com o Bordeaux, da França;
7) Parabenizamos o autor da nota, pois através dela tivemos uma noção clara de que percentual passou a caber aos clubes em transações de atletas, desde o advento da Lei Pelé. A prova cabal foi demonstrada de forma competente e perspicaz, por parte do jornalista que a assina;
8) Por fim, entendemos pelo bem e lisura do futebol brasileiro, que o trabalho investigativo não pode parar. Desde já, entretanto, pensamos ser necessário que outras instituições, além do Club de Regatas Vasco da Gama, façam parte desse processo, pois só há, na realidade, até o momento, um clube no país que possa dizer de fronte erguida ter agido com correção junto a nossa legislação, no que tange ao cumprimento das normas prescritas, e este é exatamente o Club de Regatas Vasco da Gama, pois enfrentou uma CPI e transformou em pó – após fazer prevalecer a verdade – acusações de vários tipos que trariam – segundo foi amplamente divulgado pela imprensa – um débito a ser pago na ordem de sessenta milhões de reais.
CASACA!"
Fonte: Casaca