NETVASCO - 10/01/2010 - DOM - 13:43 - Fernando: 'Nunca estive tão feliz aqui como estive em outro lugar'
Quando Fernando chegou ao Vasco em 2008, uma frase em sua apresentação marcou a primeira coletiva como atleta do time da Colina. Naquela ocasião, o zagueiro afirmou que tentaria fazer a sua melhor história com a camisa cruzmaltina. Após quase um ano e meio em São Januário e altos e baixos da equipe, que chegou a ser rebaixada à Série B do Brasileirão, o atleta quer marcar o seu nome na história vascaína com a conquista de títulos.
Apesar do descenso no ano de sua chegada, Fernando deu a volta por cima com todo o time da Colina. O jogador permaneceu no elenco para em 2009 e fez parte do projeto de reestruturação do clube. Mesmo tendo sido revelado pelo Flamengo, o zagueiro conseguiu conquistar a confiança da torcida e mostrar o seu valor e a sua liderança dentro e fora de campo.
Homem de confiança da diretoria e escalado como titular nas primeiras atividades em Vila Velha, no Espírito Santo, pela nova comissão técnica, o jogador que fazer ainda mais pelo Vasco, clube o qual ele chama de "casa". Para 2010, a expectativa é maior do que apenas o retorno à Série B. Agora, os objetivos são maiores e o xerife mandou o seu recado.
- Quem tiver aqui para participar apenas de uma competição pode colocar a malinha nas costas e ir embora. Quem está aqui é para vencer. Vamos entrar em todas as competições para vencer. Eu penso assim e tenho certeza que os caras que eu tenho mais intimidade pensam dessa forma. Os que estão chegando, pelo pouco que eu conversei, pensam assim também. No ano passado, aqui foi um clube de resgate, não só da entidade, mas de jogadores também. Eu, o Léo Lima, que hoje está no São Paulo, o Carlos Alberto, que para mim é um craque que precisava ter o que ele teve no Vasco. Se o Vasco é um lugar para isso (resgatar atletas), esse ano precisa ser o ano - afirmou o zagueiro.
Em um bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM no Clube dos Estivadores, no município de Serra, no Espírito Santo, Fernando, que tem contrato com o Vasco até o meio de 2011, falou da reestruturação do clube e de como sente em casa em São Januário. Confira como foi a conversa com o xerife vascaíno.
Você chegou ao Vasco em 2008, viveu o rebaixamento. Ficou em 2009 e ajudou o Vasco a retornar à elite do futebol brasileiro. E agora em 2010, o Vasco está de volta à Série A. Como você viu esse período de mudança e alteração?
Vi uma vontade muito grande de se reorganizar. Sabemos que esse processo não é feito em um ano ou dois. Sabemos que é um projeto mais longo e eu estou pronto para ajudar dentro e fora de campo. Você tem que demonstrar isso em campo e fora dele, tentando ajudar os caras que chegam. As pessoas entenderam a minha forma de ajudar e fico feliz com isso.
Como se sente fazendo parte do projeto de reestruturação do Vasco?
Estou sempre pronto para ajudar, para fazer o melhor. Não fazendo com que isso atrapalhe o meu rendimento. Sou pago para jogar futebol e ter o melhor rendimento, mas procuro ajudar de alguma forma. Estou feliz para caramba. Nunca estive tão feliz aqui como estive em outro lugar. Quando eu cheguei aqui, eu disse que queria fazer a minha melhor história no futebol. Em relação aos jogos, eu tenho feito partidas muito boas, com uma média muito boa. Acho que a idade é importante e o estado de espírito ajuda muito.
Muita gente falava da sua ligação com o Flamengo quando você foi contratado. Hoje, você ganhou a confiança da torcida. Podemos afirmar que agora você é o Fernando do Vasco?
É impossível que as pessoas antes de eu chegar aqui não me relacionassem com o Flamengo. Eu dizer que sou do Vasco só, não resolve. Tendo atitudes de respeito com a torcida, com o clube, com o presidente, com os caras que estão ao meu lado, isso demonstra que eu abracei a causa. Estou muito contente e quanto mais eu conseguir estender a minha passagem aqui, eu vou estar feliz. Estou em casa, estou no Rio de Janeiro, a minha mulher é vascaína. Estou em um momento muito legal da minha vida, em paz, contente e disposto. Mas eu ainda não estou satisfeito com o que eu fiz aqui. Acho que eu posso fazer muito mais. Temos condições de fazer muito mais.
Você pode dizer hoje que São Januário é a sua casa?
Claro que sim. Estou muito mais lá do que na minha casa mesmo. Eu estou muito mais junto com o Carlinhos (Carlos Alberto) no quarto do que com a minha mulher. Não tem jeito. Estou em paz e essa caminhada começou bem. O descenso foi o início do sucesso. Nós podemos encarar aquilo lá como um resgate. Um resgate de postura, um resgate da alma do Vasco. O primeiro passo foi dado, que era voltar. Agora o pessoal precisa ser profissional, a galera fora do campo precisa fazer um bom trabalho. Com isso, nós vamos ter o respaldo para fazer um bom trabalho dentro de campo.
Qual é a diferença do Vasco de 2009 para o time de 2010?
Precisa ser um Vasco mais maduro. Esse time vai ser mais cobrado do que o de 2009. Temos um time com jogadores mais rodadas, com mais responsabilidade. Essa divisão de responsabilidade também é importante. Ela não cai apenas sobre um ou dois jogadores. Com essa divisão, o time fica mais coeso, mais solidário. É o que eu espero que o nosso grupo consiga fazer isso.