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NETVASCO - 08/01/2010 - SEX - 16:53 - Edmundo: 'Parei de jogar há mais de um ano e não sinto falta de nada'

Em visita a Camboriú para disputar o Jogo das Estrelas, o craque Edmundo “Animal” conversou com exclusividade com o Linha Popular. Ele falou das propostas para ser técnico, do amor pelo Vasco e da passagem pelo Figueirense.

No fim do ano passado, você recebeu algumas propostas para ser técnico de futebol, mas recusou. Você não tem interesse em ser treinador de algum clube?

Eu jogo futebol desde os oito anos de idade, foi quando eu comecei realmente a levar a sério e disputar partidas por clubes. É uma rotina que, embora não pareça, é muita estressante: viagem, concentração, treinos. Tem que se alimentar bem, dormir bem. Depois de 19 anos de futebol profissional, em que você tem a recompensa do retorno financeiro mas é ainda mais estressante, a primeira coisa que passou pela minha cabeça quando parei de jogar foi: - Não quero ser treinador. Porque a rotina é ainda pior. Jogador ainda dá umas ‘migueladas’, consegue se livrar de algumas viagens longas. Já o treinador, mesmo suspenso, tem que ir e não fica machucado. Então, quando eu parei de jogar, decidi parar no final de 2008, alguns times que tiveram dificuldades nos campeonatos ano passado, três times na verdade, me convidaram para dirigir as equipes. Mas eu não quis, justamente por isso. Porque, apesar de a minha rotina agora ser muito tranqüila e às vezes até me enojoar, voltar a ter cobrança, dar entrevistas todos os dias, a ser alvo fixo novamente das críticas, isso é uma coisa que no momento não está nos meus planos.

Muitos atletas que pararam de jogar futebol acabam tendo problemas, sentem falta do assédio da torcida, de fazer gols, de entrar em um estádio lotado. Do que você mais sente falta por estar fora dos gramados?

Faz mais ou menos um ano que eu parei e na verdade, por enquanto, não sinto falta de nada. Porque algumas coisas eu ainda consigo ter: assédio, furor da torcida, sinto isso no dia a dia, quando ando nas ruas. Só não tenho mais isso no gramado dos estádios. Mas eu já sabia o que eu queria. Eu já tinha na minha cabeça que o dia em que eu não conseguisse mais jogar em alto nível, jogar 100% como os outros, eu ia parar. Porque ao longo da minha vida eu bati de frente com muita gente, nunca levei desafogo para casa e as pessoas continuam aí, pessoal da imprensa, continuam na ativa, eles não ficam velhos. A cobrança em cima de mim sempre foi a mesma de quando eu tinha 19, 20 anos e estava no auge do meu vigor físico. Eu já não conseguia mais treinar e estar preparado fisicamente para jogar, então para mim foi bem tranqüilo. Para falar a verdade, a única coisa que eu sinto falta mesmo é de acordar e ter o que fazer. E o dinheiro né?! Que no fim do mês faz falta, continua saindo e parou de entrar (risos).

Então, o Edmundo jogador profissionalmente nunca mais?

Não, não. Essa opção está mais distante do que ser treinador.

Você possui uma identificação especial com o torcedor do Vasco, que foi um dos principais clubes em que você fez história e ganhou títulos. Você é mesmo torcedor vascaíno?

Futebol tem uma coisa, que na vida também tem, mas no futebol tem mais, que é a paixão. Você só marca, vai bem e é tido como bom jogador no clube que você é campeão. Eu ganhei títulos no Vasco e no Palmeiras, que foram as equipes que eu mais me identifiquei. Mas eu nasci no Rio, é inegável que eu seja torcedor de algum time carioca, no caso o Vasco. Só que aí o Palmeiras entrou na minha vida, como se fosse uma mulher, e aos 22 anos eu me apaixonei e me casei. É como se fosse amor de mãe (pelo Vasco) e amor de mulher (pelo Palmeiras), que no fim acaba sendo o mesmo amor. Coincidentemente foram as duas torcidas que mais me abraçaram e mais me idolatram até hoje. Eu moro lá no Rio e quando parei em 2008 o Vasco caiu, exatamente no meu último jogo. Mas eu não escutei nenhuma vez até hoje manifestações contra mim, só coisas positivas. Só lembranças boas. Eu vivo lá, seria normal que alguém me xingasse ou falasse que derrubei o time, alguma coisa assim. Mas isso não aconteceu. Isso é o que mais me deixa feliz. É gratificante.

Como morador do Rio, o que você achou da conquista do Campeonato Brasileiro pelo Flamengo?

Eu sofri muito na minha vida porque eu gosto muito do Rio e gosto muito do Brasil. E eu não devia gostar tanto porque eu acho que o Rio e o Brasil não gostam tanto de mim como eu gosto deles. Mas, eu fiquei feliz pra caramba, apesar de ser vascaíno, com o título do Flamengo. É um renascimento do futebol carioca, que para muitos parecia já ter acabado. Muitos diziam que viveríamos uma hegemonia paulista, de vez em quando com título mineiros e de vem em quando gaúchos. Esse renascimento do Rio, a conquista da Olimpíada também, tudo me deixou muito contente. Às vezes não poso falar isso abertamente porque tenho maior identificação com a torcida do Vasco e você falando isso parece que estava torcendo para o inimigo.

Em 2007, você teve uma ótima passagem pelo Figueirense, time da capital, Florianópolis. Agora você está de volta a Santa Catarina. Como é para você voltar ao nosso estado e estar em Camboriú?

Sempre que eu venho aqui sou muito bem recebido. Tive aqui na metade do ano passado com o pessoal do Show Ball e foi uma surpresa agradabilíssima. Isso que me deixa muito feliz porque aqui foi o único lugar no Brasil que eu vim para morar e que eu não conhecia ninguém. E fui muito bem recebido pelo torcedor do Figueirense, pelo torcedor do Avaí, pela cidade de Florianópolis de um modo geral. Adorei viver aqui, fora o frio que eu não estava muito habituado. Só que eu fui embora e acabei não deixando raízes. Não deixei nenhuma casa ou apartamento que me fizesse voltar com freqüência. Mas sempre que eu tenho oportunidade eu volto, mais especificamente para eventos. Sinceramente, eu gostaria de voltar mais, mas é que as belezas e maravilhas que têm em Florianópolis, Camboriú, a gente tem lá no Rio também. Sem ter que pegar avião, que é uma coisa que me encheu um pouco o saco. A vida inteira arrumei mala para viajar. Agora eu tenho gostado tanto da minha cama que para sair de lá está difícil.

Fonte: Jornal Linha Popular

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