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NETVASCO - 04/01/2010 - SEG - 20:44 - Marco Antônio Monteiro contesta pesquisa de torcidas do Datafolha

Em participação no programa "Casaca no Rádio" desta 2ª-feira, 04/01, o ex-vice presidente de relações institucionais do Vasco, Marco Antônio Monteiro, hoje na Oposição, contestou a pesquisa do Datafolha sobre o tamanho das torcidas divulgada recentemente. Confira a transcrição:

"Boa noite Sérgio, boa noite a todos os amigos do Casaca, eu falei há pouco, pouco antes do programa começar com o João porque eu geralmente fico chateado, fico irritado com essas pesquisas porque a gente precisa saber com que tipo, a gente podia chamar de manipulação, de arranjo isso é feito. Primeiro, quando claramente, há uma intenção já há muito tempo de você fortalecer as equipes de São Paulo nacionalmente. Isso é uma intenção forte, é difícil ir contra porque há um interesse enorme da mídia pelo mercado publicitário de São Paulo e aquelas adjacências de norte do Paraná, interior de São Paulo, que é considerado o 2º maior mercado publicitário do país, o primeiro é a região metropolitana de São Paulo, e aí você tem uma coisa que é o seguinte: eles não conseguem, por conta da força do estado do Rio de Janeiro, ainda pelo fato de ter sido capital, pelo fato de ser uma área de retumbância nacional em termos cultural e político, então eles admitem a estória de ter que engolir o Flamengo. Outros dois, ao longo desses últimos 20, 25 anos, foram engolidos, desapareceram do cenário nacional, que se chamam Fluminense e Botafogo. As pessoas podem achar – ‘ah, você está exagerando’ – não, não estou exagerando, quando você passa a ter apresentado sistematicamente tendo entre 1 e 2 % da torcida nacional, você não é nem forte regionalmente e nem forte nacionalmente, você fica num limbo que não vai para lugar nenhum. E tem uma coisa atravessada com eles que é o Vasco, que é a última coisa do Rio, já que um do Rio eles não podem jogar fora, “tá bom, Flamengo a gente aceita”, tem o outro do Rio que a tentativa é sempre joga-lo para baixo que é o Vasco, e que resistiu durante estes 20 anos pelo tamanho da sua torcida nacional. E aí, quando você vai ler detalhes da pesquisa, tem sempre um dado que ninguém diz, ao contrário da pesquisa eleitoral. Quem está acostumado com pesquisa eleitoral mostra o seguinte: “o candidato A tem 18% e o candidato B tem 15%.”. Como a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, o cara de 18 pode ter 16 e o de 15 pode ter 17. Na pesquisa do futebol ninguém fala nada. Existe uma margem de erro nacional apresentada pelo Datafolha, por exemplo, que é essa pesquisa, que é de 2 pontos. Portanto, quem tem 5 pode ter 7, quem tem 8 pode ter 6. Aí você diz: ‘não, mas nacionalmente, nos últimos anos, tem sido esse índice´. Ta bom, depende do campo que você faz. Por que, o que acontece? Você tem um estado, por exemplo o estado do Rio, que tem uma população muito menor que a de São Paulo, eu tava olhando o IBGE, a projeção de 2009 da população é de 41 milhões em São Paulo e 16 milhões no Rio de Janeiro. Ora, se você tiver um percentual que o cara atribua a você 20% do Rio contra um clube que você atribui 20% em São Paulo, você vê a diferença de milhões de torcedores que um sai do seu estado-base e o outro sai do seu estado-base. O que significa que no resto do país o Vasco tem que ter mais torcida que Palmeiras e São Paulo para poder se aproximar dos dois, se não nem se aproximaria. Mas o que me preocupa, além disso, que é o que se bate o tempo inteiro, que a gente fala na hora de defender a estória da televisão, defende-se o argumento claro e insofismável que a Globo, por exemplo, precisa de dois jogos, um para São Paulo e outro para a praça Rio, Nordeste, e você Rio, Nordeste, Brasília só tem dois clubes que prioritariamente interessam que são Vasco e Flamengo. Então, isso você defende, Agora, o que me preocupou foi que eu vi publicado agora no site GloboEsporte.com uma outra pesquisa do Datafolha, diferente inclusive da apresentada ontem que eu fui no site ver a divisão estratificada dentro do estado, que já era um absurdo. Agora essa pesquisa saiu dizendo que aqueles índices por estado eram de 2007, os de 2009 são piores. E dizem o seguinte, a seguinte tragédia, que é uma barbaridade de manipulação: em 2007, portanto há 2 anos, o que historicamente no futebol não muda nada ou praticamente nada, o Vasco teria 18% da torcida da capital, e que agora teria 13%, 5% a menos. Como é que alguém pode ter 5% a menos em termos de futebol? Isso não é pesquisa política que o prefeito ta bem, depois o prefeito ta mal. Isso é futebol, que as pessoas não mudam de time. 5% a menos numa população de 6 milhões de habitantes são 300 mil pessoas, que teriam desaparecido da torcida do Vasco. Se a margem de erro é de 2 pontos, que distorção pode ser essa? E mais, que na capital nós estaríamos apenas 1 ponto à frente de Fluminense e Botafogo, isso não há ninguém…, quem anda na Zona Norte, quem anda na zona oeste, quem anda na Leopoldina, quem anda na Central, sabe a diferença enorme do Vasco para Fluminense e Botafogo nas áreas mais populares da cidade, mas é enorme, não tem comparação. Quando você faz uma pesquisa dessas, só tem um objetivo, que é dizer o seguinte: existe um que é maior, que é o Flamengo. E os outros são todos iguais. Ou seja, tirar o Vasco do grupo que está junto com o Flamengo, é o único objetivo. Por quê? Porque o contrato de televisão do campeonato carioca, por exemplo, vence esse ano, tem que ser rediscutido ano que vem. O Vasco recebe a mesma coisa que o Flamengo e bem mais que Fluminense e Botafogo. O contrato nacional de televisão, vence este ano. Vai ter que ser rediscutido pelo Clube dos 13 para saber quem fica no grupo A, quem não fica no grupo A. E o que me choca, o que me deixa extremamente preocupado, você pode dizer ‘ah, você não é mais da diretoria’, ta bom, mas eu sou Benemérito do Vasco, a gente tem uma relação histórica com esse clube e fica preocupado, é que você não vê a reação de ninguém da diretoria do Vasco. Alguém que diga o seguinte: olha, essa pesquisa é falsa, ta errado, não quer dizer que é manipulado, diga que é errada, foi feita errada, não pode. Porque você vai aceitando isso, e um dia na discussão vão tirar o Vasco, já tiraram do negócio do pay-per-view, do ponto top dos contratos de televisão, e isso é que me preocupa. Você dizer que o Vasco tem 13% da torcida da capital e que Fluminense e Botafogo têm 12%, isso é uma piada que nem torcedor do Fluminense e Botafogo acredita num negócio desses. Isso não existe. Mas só que passa, e eu não vejo reação. A única coisa que eu queria, eu não sei se é medo da mídia, se é compromisso com a mídia pelo apoio que é dado, é que alguém da diretoria do Vasco chegasse e dissesse: olha, esta pesquisa é errada, não se desaparece com 300 mil torcedores em 2 anos nem caindo para a décima divisão. Só queria deixar esse recado para dizer claramente o seguinte: esses números não se coloca nunca qual é a margem de erro e um dado que é principal, que eu comentei com o João, eles apresentam uma pesquisa nacional que mantém o Vasco com o mesmo índice de 2 anos atrás, 5%. E desabam com o Vasco no Rio de Janeiro. Portanto, eles querem que eu acredite que o Vasco desabou no Rio de Janeiro e cresceu fora do Rio de Janeiro nesses 2 anos para poder manter os 5% nacionais. Não bate, a pesquisa não bate, ta errada. O que eu queria só é que alguém, do vice de marketing que é publicitário em São Paulo ao vice presidente Mandarino, que manda no Vasco, o presidente Roberto Dinamite, que alguém se pronuncie em relação a isso antes que seja tarde."

Fonte: NETVASCO (texto), Casaca (transcrição)

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