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NETVASCO - 25/12/2009 - SEX - 14:25 - Jogadoras do Niterói Rugby fazem demonstração em São Januário

Elas chegam sob chuva e reclamam da dificuldade de se chegar a São Cristóvão. O trânsito também não ajudou muito: uma hora paradas na Ponte Rio-Niterói. É a segunda vez que a maioria ali visita o estádio de São Januário. Cerca de um mês antes, a duas rodadas do fim da Série B, elas foram a um treino do Vasco, cheias de expectativas de conhecer alguns dos jogadores então comandados por Dorival Júnior. Como era véspera do jogo contra a Portuguesa e o uniforme do clube fluminense lembra do arquirrival Flamengo, a entrada no campo foi vetada. Agora, já com os vascaínos de férias e com outra roupa, as meninas da equipe do Niterói Rugby pisam pela primeira vez naquele será o palco dos Jogos de 2016.

Depois de se trocarem nos vestiários, já não chove tanto. Ao entrarem no campo, a primeira coisa que elas elogiam é a qualidade do gramado de São Januário. Acostumadas a treinarem em locais improvisados, como dentro da Universidade Federal Fluminense e na praia de Icaraí, em Niterói, o bem-cuidado tapete vascaíno é um sonho.

- No rúgbi, nós temos bastante situações de contato, então a gente cai bastante. É importante que o piso seja adequado, e uma grama fofinha é muito boa. Essa é macia, não é dessas gramas que a gente cai e se rala. Às vezes, a gente encontra alguns campos que a grama é dura, ressecada. Aí a gente se rala – disse Beatriz Ferreira, antes de ser jogada no chão pela xará, Beatriz Futuro, a Baby, capitã do time e da seleção brasileira.

Muitas mudanças, claro, terão de ser feitas se São Januário seguir como sede do rúgbi em 2016. Baby diz que algumas são básicas, como as marcações. Outras, mais complicadas e que podem gerar polêmica, como a ampliação das arquibancadas e, principalmente, a retirada da estátua do Romário de trás do gol.

- Onde vai ser o “H” (como são chamadas as traves no esporte), você precisa ter 10 metros. Então os bancos de reservas vão ter de sair, tudo ali atrás vai ter de sair. As marcações também vão ter de ser feitas, mas isso é fácil, é só pintar – disse Baby.

- A estátua do Romário, tadinho, vai ter de sair. Mas as dimensões são ótimas – completou Bárbara Fernandes, a “Barbinha”.

Ainda desconhecido e pouco praticado no Brasil, o rúgbi é o segundo esporte em número de adeptos no mundo. Eventos de grande apelo, como a Copa do Mundo, costumam atrair milhares de pessoas de diversos países, e os partidas não reúnem menos de 50 mil torcedores. As meninas esperam que, nas Olimpíadas no Rio, que marca a volta da atividade aos Jogos depois de 92 anos, aconteçam o mesmo. Por isso a preocupação com a capacidade de São Januário de receber o evento em 2016.

Equipe se aquece no entorno o gramado - Eu acho que vai ter muito público, sim. Acho que vai ter muito gringo querendo ver, ainda mais nas Olimpíadas, no Brasil, marca a volta do rúgbi nas Olimpíadas. Eu não sei se São Januário vai dar vazão, não sei se estão dando a devida importância ao rúgbi.

Mas elas dizem que, até 2016, muita coisa pode mudar. O esporte, inclusive, pode expandir no país. Para isso, as meninas pedem uma atenção maior com a base.

- Espero que até lá consiga criar uma história de desenvolvimento. Primeiro de conhecimento, porque é o segundo esporte mais praticado no mundo e as pessoas não sabem nem o que é. E é um esporte muito legal, como formativo, para crianças, questões sociais. Fora do Brasil, na Europa, é jogado dentro das escolas, pelos princípios de respeito, coletividade e disciplina – disse Baby.

Conhecido por ser um esporte de contato, é difícil associar o rúgbi à delicadeza feminina. No Brasil, no entanto, elas que mandam. Pentacampeãs sul-americanas na categoria seven, a que vai ser disputada aqui em 2016, elas ficaram em 10º lugar na última Copa do Mundo, em Dubai.

- É mais dinâmica, divertida e criativa, porque você tem menos pessoas em campo, e muito mais espaço. Você tem mais oportunidades de criar jogadas. É um jogo mais individual. O rúgbi é um esporte masculino, sim, mas a gente também gosta. Quem vê o esporte jogado pelos homens pensa: “Nossa”. Mas a gente joga com mulheres, temos o mesmo porte físico. Não é tão agressivo quanto o esporte dos homens, mas a gente joga o mesmo esporte. Dentro de campo, a gente não deixa de ser mulher, mas não tem vaidade. Se eu estiver descabelada, não vou pedir para parar um pouquinho para me arrumar e tal. Mas, fora de campo, a gente tem nossa vaidade, não vamos deixar de ser mulher – afirmou a capitã.

Técnico das equipes masculina e feminina, Nei Vasconcelos diz que é diferente treinar as mulheres, mas que tem suas vantagens.

Meninas explicam jogadas de rúgbi. Confira no vídeo acima

- Na verdade, eu comecei a ser treinador com as meninas. Hoje, treino os meninos também, mas o meu aprendizado maior foi com as meninas. Trabalhar com as mulheres é diferente. Empenho, organização... Tudo nelas é diferenciado. Mas se chegarem quatro de TPM, eu cancelo o treino (risos). Elas são mais emotivas. Homem resolve na hora, a mulher guarda. Mas elas são mais organizadas. Por um lado, elas dão mais trabalho, mas, por outro, se organizam sozinhas.

Intercâmbio e flerte após jogos

Acostumadas a viajarem para outros países para a disputa de campeonatos, elas dizem que há um intercâmbio positivo com outros times mais avançados. Seleções mais experientes dão conselhos e incentivos para as brasileiras. Uma confraternização após cada jogo, conhecido como “Terceiro tempo” existe justamente para isso. Mas não só para isso...

- Sempre tem contato. A gente viaja muito. Tem uma venezuelana que jogou contra a gente que diz “mi casa es su casa”. Somos muito abertos, as gringas sempre dão toques no fim. E no rúgbi tem muito homem também. E tem uma coisa muito legal e obrigatória que é o “Terceiro tempo”. Depois do jogo, todo mundo se reúne para comer, beber, relaxar... É tradição do rúgbi. Todos os meus namorados foram jogadores de rúgbi, e meus “peguetes” também. É que tem muito mercado – brincou Baby.


Equipe durante primeira visita a São Januário: decepção por não encontrarem o ídolo Carlos Alberto



Equipe se aquece no entorno o gramado








Fonte: GloboEsporte.com

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