Netvasco
Clube
Notícias
Futebol
Esportes
História
Torcidas
Mídia
Interativo
Multimídia
Download
Miscelânea
Especial

Busca pesquisar

Celular
FAQ
Orkut
RSS
Twitter
Chat
Vídeos

NETVASCO - 22/11/2009 - DOM - 14:40 - Danilo Menezes relembra jogo do milésimo gol de Pelé

Na semana em que se comemorou a passagem dos 40 anos do milésimo gol de Pelé, uma testemunha daquele que é apontado como um dos momentos mais espetaculares do futebol mundial, residente em Natal, acrescenta algumas curiosidades à história de uma partida que não teve fim, devido a grande festa realizada após a obtenção do feito. Um dos pontos mais interessantes é que o Santos teve de colocar o “Rei” para atuar de goleiro em alguns amistosos pelo Nordeste, com a finalidade de prolongar o momento mágico para o confronto diante do Vasco, no Maracanã.

Danilo Menezes se transformou num coadjuvante dessa história e lembra que tentaram atrapalhar a festa programada para o Rio de Janeiro. “Na reta final da contagem para o milésimo gol, o Santos veio realizar alguns amistosos na Paraíba e na Bahia. Cientes do momento histórico alguns atletas procuravam facilitar as coisas para que Pelé fizesse um caminhão de gol e alcançasse a marca história. Como por contrato o clube não podia tirar ele de campo, a saída encontrada para evitar problemas com a torcida foi colocar o Rei para atuar como goleiro”, recorda.

Da partida, ele lembra que, por não ter função de marcação no time do Vasco, preferiu se manter longe de Pelé. A partida foi muito bem disputada e ainda no primeiro tempo quase saiu o milésimo gol. “Coutinho cruzou para o Pelé, que ia chegar na bola, mas para evitar o milésimo gol o nosso zagueiro Renê se antecipou e acabou marcado contra”, disse.

O Maracanã recebeu mais de 70 mil pessoas, também havia todo um ambiente para que a noite fosse a do milésimo gol. “Quando saiu aquele pênalti, até a torcida do Vasco gritou o nome de Pelé. Existia uma atmosfera muito positiva já que falavam que ele era vasacaíno. E Pelé, antes do Santos, teve uma passagem relâmpago pelo Vasco”, afirmou Danilo .

O Gringo também disse que temeu pelo que poderia ter ocorrido no Maracanã, caso o gol não saísse. “O goleiro Andrada queria impedir o gol. Tanto que ele pulou certo na bola, acho que só não defendeu o pênalti por causa da paradinha. Mas se ele tivesse pego, não sei o que poderia ocorrer uma tragédia naquele dia”, destaca.

Resignado, Andrada aceita papel no lance histórico

Edgardo Norberto Andrada é hoje um pacato cidadão que vive em Rosário, cidade argentina onde nasceu 70 anos atrás e para onde voltou depois da aposentadoria. Mas 40 anos atrás ele explodiu em raiva, simbolizada por seguidos socos contra o chão, em pleno estádio do Maracanã. Andrada acabara de levar o milésimo gol de Pelé, fato que não conseguia engolir. “Era o gol que eu não queria tomar. E aconteceu justamente numa das melhores partidas que fiz na carreira”, conta.

Automaticamente após a ocasião o “camisa 1” vascaíno foi batizado como o goleiro que havia levado o milésimo gol de Pelé, fato que perseguiu o jogador pelos quatro cantos do mundo, uma vez que o momento foi mais noticiado e ganhou mais espaço na imprensa que a segunda viagem do homem à Lua. “Lembro que dias depois daquela partida o Vasco foi fazer umas partidas no exterior e onde a gente chegava era taxado como o clube que havia tomado o milésimo gol de Pelé e o Andrade acabou se transformando em celebridade mundial por ter tomado aquele gol. Era um jogador de grandes virtudes, que jogava na seleção Argentina e que perdeu a vaga no selecionado justamente por causa dessa marca que o acompanhou pelo resto da carreira”, frisa Danilo Menezes.

Goleiro do Vasco em 1969, Andrada levou anos para digerir aquele gol histórico que sofreu. Mas o tempo foi passando e ele compreendeu que é preferível ter o nome na história a passar por ela sem ser notado. “Eu não queria ficar marcado como o goleiro que levou o milésimo gol do Pelé, mas agora vejo que é até uma coisa boa. Claro que goleiro não quer levar gol nenhum”, admite o argentino.

Pelé compreende a agonia de Andrada. Mas manda um recado ao argentino. “Ele ficou bravo, dizendo que não queria ficar famoso por causa daquele gol, mas ele deve agradecer porque até hoje estão falando dele por causa do milésimo”, diz o rei.

Andrada recorda que fez o que pode para evitar a festa de Pelé. Antes da cobrança, tentou catimbar, conversando com o rei. O argentino esperou até o último segundo para descobrir em que canto Pelé, que olhava firme para ele, mandaria a bola. Acertou, mas não conseguiu fazer a defesa. “Senti a bola tocar nos meus dedos, mas estava molhada e escorregou”, lembra.

Andrada jogou futebol até os 43 anos. Começou no Rosario Central, passou por Vasco, Vitória. Hoje, dizem, só perde a esportiva quando lembram que foi acusado de colaborar com a ditadura.

Bola do gol foi comprada por empresário

Os personagens dessa história agora estão todos localizados. O Santos, embora castigado neste Brasileirão, é um dos clubes mais famosos do planeta. O Vasco, em quem Pelé fez o gol, volta com estilo para a primeira divisão depois de amassar grama na Série B. Andrada, o goleiro, retornou para sua Argentina querida.

Faltava descobrir o paradeiro da bola, da marca Drible, ajeitada carinhosamente por Pelé na marca do pênalti que entrou no canto esquerdo de Andrada para reverenciar o batedor e imortalizar o jogador. A relíquia está na casa de Fábio Pereira, um empresário paulista do ramo de TI (Tecnologia da Informação), que nunca gostou muito de futebol. Ele entrou nessa história mais para ajudar crianças carentes do que propriamente para herdar o troféu, um dos mais importantes da história do futebol brasileiro.

“Adquiri a bola em 2007, em um leilão beneficente organizado pelo empresário, Roberto Justus”, conta Fábio, que pagou R$ 120 mil pela peça. Foi uma jogada muito rápida. “A nossa companhia, a GPTI, se comprometeu todo ano a ajudar entidades de crianças carentes. Em 2007, apareceu a chance do leilão e demos o lance.”

Fonte: Tribuna do Norte

índice | envie por e-mail | espalhe

Anterior: 14:37 - Choque de Ordem não deu refresco nas imediações do Maracanã
Próxima: 14:49 - Fernandinho, hoje no Japão, parabeniza Vasco pelo título e acesso