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NETVASCO - 19/11/2009 - QUI - 19:20 - HÁ 60 ANOS EXPRESSO DA VITÓRIA ERA CAMPEÃO CARIOCA

Com duas rodadas de antecipação, após a vitória por 3 a 1 sobre o Madureira, jogando em Conselheiro Galvão, o Vasco se sagrava novamente campeão da Capital Federal. O Expresso, depois de vencer o Carioca em 1945 e 1947, ambos de forma invicta, se colocava mais uma vez no topo no Rio de Janeiro. De 1944 até aquele instante, sem contar o Torneio Início, em 14 competições regionais disputadas, o Gigante da Colina faturava o caneco pela nona vez. Uma marca realmente impressionante. Para dar um tempero a mais àquela conquista, o time de São Januário ainda continuava imbatível até o jogo contra os Tricolores Suburbanos, podendo confirmar mais uma taça de maneira invicta se assim permanecesse depois dos confrontos versus Olaria e Botafogo, fato que posteriormente se consumou.

O ano de 1949 começou repleto de novidades para o Vasco. Após conquistar a América no ano anterior (14 de março de 1948), porém sem obter sucesso ao longo da temporada nas competições caseiras, era a chance de o Almirante se reerguer de novo e justificar a fama interna de time imbatível. Após mais de um mês viajando pelo México, com estrondoso sucesso e sem perder, e mais alguns meses sem atividade oficial, o time da Cruz de Malta teve no mês de maio um momento especial ao bater o poderoso Arsenal, que pela primeira vez vinha ao Brasil e que teve justamente frente aos vascaínos a sua primeira derrota para clube brasileiro. Foi uma verdadeira sensação.

Um fato novo que também foi marcante naquele ano foi a aquisição ao Boca Juniors do atacante brasileiro Heleno de Freitas, que era ídolo botafoguense, mas que jamais havia vencido uma competição pelo Alvinegro, já que no ano anterior havia partido para a Argentina no início da temporada. Sua imensa categoria e personalidade forte logo conquistaram a torcida vascaína que o abraçou e pôde vibrar com sua alta técnica. Seu cartaz era tão acentuado que o superartilheiro Ademir cedeu seu lugar no meio do ataque para que o "Gilda" (apelido de Heleno, fazendo alusão a um famoso filme da época) o ocupasse.

Quando o Campeonato começou, o Expresso deu logo seu cartão de visita: meteu 11 a 0 no pobre do São Cristóvão. Depois da magra vitória sobre o Bonsucesso no campo adversário (2x1) e do empate também fora contra o Bangu (2x2), o time se acerta de vez, emplacando seis triunfos seguidos. Na sequência, o jogo mais difícil da competição é contra o Botafogo, seu algoz no campeonato passado, em General Severiano. O Alvinegro era de novo seu principal adversário na corrente temporada e lutava pelo bi. Depois de sair na frente o Vasco sofre a virada, mas o gol no fim da peleja é comemorado com festa. Liderança e invencibilidade intactas no desfecho do turno.

No returno o time brinca: em sete jogos, sete vitórias, 28 gols feitos (média de quatro por partida) e apenas sete sofridos. A dupla Fla-Flu já era carta fora do baralho. O Alvinegro perde pontos e afasta-se ainda mais do Almirante que agora navegava cada vez mais tranquilo sobre os mares cariocas. A supremacia era tanta que se o próximo inimigo fosse batido na oitava rodada, a taça já teria destino: mais uma vez iria para São Januário.

O JOGO DO TÍTULO

Um triunfo diante do Madureira, no quente alçapão suburbano, daria antecipadamente a conquista ao Esquadrão das Américas. O dia começa favorável ao clube da Colina: a vitória nas regatas da Lagoa na parte da manhã era um indício de sorte. À tarde, com serenidade, o time não toma conhecimento do Tricolor Suburbano. Ademir perde a primeira oportunidade logo com quatro minutos. Pouco depois, ele se desloca pela direita e cruza. Lima emenda, o goleiro dá rebote e Ipojucan abre o caminho do título. O valente Madura não se entrega. Mas em nova jogada de Ademir, Ipojucan marca de novo.

O lance se repetiu no início do segundo tempo, só que pelo outro lado. Ademir cruza da esquerda para conclusão perfeita de Ipojucan. Betinho ainda faz o gol de honra já no apagar das luzes. O bandeirinha até assinala impedimento, mas o desatento árbitro não vê e confirma o gol. Na certa “sua senhoria” já deveria estar encantado com a festa que os cruzmaltinos faziam nas arquibancadas e que se espalharia em pouco tempo pela Cidade Maravilhosa. Vasco campeão!


1ª fila: Mário Américo (massagista), não identificado, Sampaio, Augusto, Barbosa, Wilson, Laerte, não identificado e não identificado; 2ª fila: Jorge, Alfredo II, Amílcar Giffoni (médico), Flávio Costa (técnico), Oto Glória (assistente técnico), Danilo e Eli; 3ª fila: Nestor, Maneca, Ademir Menezes, Lima, Ipojucã, Heleno de Freitas, Chico e Mário.


FICHA DO JOGO

VASCO 3 X 1 MADUREIRA

Domingo, 20 de novembro de 1949
Estádio: Aniceto Moscoso, na Rua Conselheiro Galvão

Árbitro: Gillies McPherson Dundas (ESCÓCIA)

VASCO: Barbosa, Augusto, Wilson; Ely, Danilo, Alfredo II; Nestor, Lima, Ademir, Ipojucan e Chico. Técnico: Flávio Costa.

MADUREIRA: Mílton, Weber, Godofredo; Araty, Hermínio, Mineiro; Betinho, Damasceno, Marujo, Benedito e Osvaldinho.

Gols: Ipojucan 5/1ºT (VAS) e Ipojucan 30/1ºT (VAS); Ipojucan 16/2ºT (VAS) e Osvaldinho 44/2ºT (MAD).

CAMPANHA

20 J; 18 V; 2 E; 84 GP; 24 GC; SALDO + 60




ARTILHARIA




ELENCO




CRÉDITOS

Pesquisa, Texto, Ficha e Estatísticas: Alexandre Mesquita
Foto: Site oficial do Vasco
Revisão e Formatação: NETVASCO

Fonte: NETVASCO

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