NETVASCO - 13/11/2009 - SEX - 07:45 - Dorival Júnior diz que torcida deve comemorar o título da Série B

Em 2009, São Januário foi o centro nervoso de um Vasco que buscava se transformar, foco de apoio e, eventualmente, de cobranças. Mas o Maracanã foi o termômetro vascaíno. E é lá que hoje, às 21h, no jogo contra o América-RN, o time tenta atingir o último objetivo de um ano marcante. Menos de uma semana após conquistar no estádio a volta à Primeira Divisão, uma vitória vai garantir o título da Série B.

Ontem, São Januário cumpriu seu papel. O apoio vinha de gente de todas as idades: de um grupo de crianças de uma escolinha do clube, de jovens, de idosos, do pequeno Cauã, de um mês e meio de vida. E também de João Paulo, de nove meses, que tem síndrome de down e, no colo da mãe, foi ao campo e tirou fotos com o time. Ao final, o técnico Dorival Júnior chamou os jogadores que iam para o vestiário para que dessem atenção aos torcedores.

Meia já discute a permanência

Até ontem, 16.648 ingressos foram vendidos. Hoje, até as 17h, haverá venda em São Januário, São Cristóvão, Terra Encantada, Loja Nação Cruzmaltina em Niterói, e Maracanã.

Depois, apenas no estádio.

A festa talvez não aconteça num estádio abarrotado como no jogo com o Juventude. Mas será carregada de simbolismos: encerrará seis anos de espera por uma taça. O time, desta vez, vai usar a camisa comemorativa do acesso à Série A, preta com uma faixa vertical dourada.

— Tentam desvalorizar, mas o verdadeiro vascaíno vai festejar. Quem tenta tirar o valor deveria, um dia, viver esta situação. É o nome de um Vasco, de um Corinthians, de um Palmeiras em jogo. Deviam é contribuir mais com o futebol — disse Dorival após comentários de que a Série B não valeria como fim do jejum.

Em 2009, passos importantes da caminhada foram dados no Maracanã.

Em 12 de março, a goleada de 4 a 1 no Botafogo pelo Estadual foi o primeiro sintoma da formação de um time competitivo.

Sensação reforçada nos 2 a 0 sobre o Flamengo. Até a derrota por 4 a 0 para o Botafogo representar o fim do Estadual e de algumas certezas.

— O Vasco nunca se empolgou ou se abateu demais — elogia Dorival.

Em um de seus melhores momentos no ano, o Vasco foi à semifinal da Copa do Brasil e, no Maracanã, mostrou força no 1 a 1 com o Corinthians. A volta ao estádio seria na apoteose de 22 de agosto: 4 a 0 no Ipatinga, liderança da Série B e o primeiro recorde de público. No dia 7 de novembro, novo recorde nos 2 a 1 sobre o Juventude, selando a volta à elite.

— O primeiro grande jogo da minha vida foi no Maracanã, em 1983, jogando pela Ferroviária (SP) contra o Botafogo. Quantas decisões ou jogos de eliminatória já acompanhei de fora.

Trabalhar no Maracanã lotado é o sonho de qualquer profissional. Já foi tema de palestra minha para os jogadores.

Eles devem desfrutar. Não é para qualquer um. Ganhar um título no Maracanã, com nossa torcida, marcaria todos nós — disse Dorival, que escolheu Ernani e Alex Teixeira para as vagas dos suspensos Allan e Adriano.

Carlos Alberto pode viver algo inédito no Maracanã. Dono de títulos como a Liga dos Campeões da Europa, o Mundial de Clubes e a Série A do Brasileiro, ele jamais levantou uma taça no estádio.

— Romário comentou comigo que não ganhou a Liga dos Campeões. Mas ele tem a Copa do Mundo, que espero conseguir. Mesmo tendo alguns títulos, este, se vier, será especial — disse Carlos Alberto que, feliz no clube, já conversa com a diretoria sobre uma forma de ficar no clube após junho de 2010, quando acaba o segundo empréstimo feito pelo Werder Bremen. — Gostaria que 2009 tivesse uns 30 meses.

A CBF não levará ao Maracanã, hoje, a taça de campeão da Série B.

— Primeiro vamos lutar para ganhar. Não vai tirar o brilho, mas seria a chance única para a CBF participar de uma grande festa — disse Dorival.

Fonte: O Globo