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NETVASCO - 09/11/2009 - SEG - 11:03 - Acesso consagra o 'estilo Rodrigo Caetano' no Vasco

Metódico e perfeccionista. O estilo Rodrigo Caetano conquistou jogadores, comissão técnica e até a torcida vascaína. Em nove meses de trabalho, este gaúcho de sorriso largo e aperto de mão firme revolucionou o futebol na Colina. Contratou jogadores, administrou problemas com habilidade e blindou o futebol das tormentas extracampo. Personagem central na volta do Vasco à elite do futebol brasileiro, o diretor executivo contou ao ‘Ataque’ os bastidores dessa jornada vitoriosa.

Cercado pela mulher Fernanda, pelo filho Martin, de 1 ano, e pela inseparável cuia de chimarrão, Rodrigo Caetano abriu o seu coração e revelou detalhes de sua história, que começou há 38 anos, na pequena cidade de Santo Antônio da Patrulha, pertinho de Porto Alegre.

Rodrigo não lembra de quando se apaixonou pela bola. Tinha sete, talvez oito anos quando revelou ao pai que seria jogador. Um sonho embalado no campinho da fazenda de arroz onde morava e terminou em grandes palcos do futebol.

Aos 13 anos, para jogar no infantil do Grêmio, Rodrigo se mudou para Porto Alegre. Habilidoso, o canhotinho despontou como promessa da base. Tudo ia muito bem, quando um baque colocou em risco o sonho de Rodrigo.

“Meu pai morreu. Eu tinha 16 anos e um irmão mais novo para criar. Tive que assumir a família. A dor da perda dele nos uniu ainda mais”, conta o dirigente, que compensou o sofrimento jogando futebol.

No Tricolor gaúcho, Rodrigo ficou até os 22 anos. Depois, caiu no mundo. Em 1992, jogou com Rivaldo no Mogi Mirim. Entre 1995 e 1997, o meia-esquerda viveu o auge e chegou a ser eleito o melhor jogador do Campeonato Gaúcho pelo Brasil de Farroupilha.

A grande fase chamou a atenção do Compostela, da Espanha, mas uma fatalidade mudou o seu destino. “Assinei um pré-contrato de três anos, mas não pude cumprir. Fraturei a fíbula e o tornozelo. Foi um baque enorme, o segundo, após a morte do meu pai”, desabafa o dirigente.

Um ano após a cirurgia, Rodrigo voltou aos campos. Passou por Náutico, América-RN e jogou uma Libertadores pelo Deportivo Táchira, da Venezuela, em 2001. Mas, em 2003, aos 33 anos, pendurou as chuteiras. Começava ali outra carreira.

“Em 2003, recebi um convite do Carpegiani para trabalhar no RS, um clube-empresa, do qual ele era o dono. Ele ia para Kuwait e queria alguém para tocar o negócio”, lembra.

Rodrigo não só tocou bem o negócio como ajudou na formação de três atletas conhecidos: Thiago Silva (Milan), Naldo (Werder Bremen) e Ederson (Lyon). Depois de dois anos de trabalho, foi trabalhar no Grêmio como coordenador da base. Pouco depois, assumiu o futebol.

“Participei do título do Grêmio na Série B, em 2005. Em 2006, chegamos em terceiro no Brasileiro e, em 2007, fomos vice-campeões da Libertadores. No ano passado, ficamos em segundo no Brasileiro”.

Da Série B para a disputa de títulos de expressão, a ascensão do Grêmio foi meteórica com Rodrigo Caetano no clube. Trajetória que ele espera repetir em São Januário.

Estratégia do Barcelona vira exemplo para diretor

Viciado em trabalho, Rodrigo Caetano não abre mão do futebol nem nas horas de lazer. Quando não está assistindo aos jogos pela TV, ele lê livros sobre o mundo da bola. Coincidentemente, nas poucas horas vagas que teve na semana anterior ao acesso vascaíno, o seu livro de cabeceira contava a história de Ferran Soriano, ex-vice-presidente do Barcelona. A obra aborda a estratégia do dirigente para tirar o clube do caos financeiro e do jejum de títulos.

“Quando você lê um livro, sempre acaba trazendo ideias, fazendo comparações. Esse livro fala sobre como o Soriano negociou com jogadores em baixa que transformaram o Barcelona num time bem competitivo, somados à grande estrela da época, que era o Ronaldinho Gaúcho”, comenta o dirigente vascaíno, que usou algumas dessas estratégias para exercer liderança no grupo. “É preciso saber exercer a liderança sobre as pessoas que estão contigo. E eles têm que ter confiança no seu trabalho”.

Nascido e criado no mundo da bola

O início precoce no mundo da bola foi determinante na forma de Rodrigo Caetano gerir o futebol vascaíno. Desde os 13 anos, ele já morava sozinho numa escolinha da base gremista. Aos 16, perdeu o pai e precisou sustentar a família. No auge da carreira, aos 27 anos, superou o trauma de uma lesão que lhe roubou o sonho de jogar na Europa. Frustrações que deram a Rodrigo uma perspectiva diferente na forma de atuar como diretor.

“O fato de eu ter sido jogador facilita na minha função, porque consigo entender melhor os atletas. Faço com eles o que gostaria que tivessem feito comigo: sou transparente e falo sempre a verdade”, ressalta Rodrigo, que aprendeu cedo a lidar com as armadilhas da bola. “No meio do futebol, o que mais tem é tapinha nas costas. Ninguém quer comprar briga. Sou um cara de decisão. Para eu conquistar meus comandados, tenho que agir dessa forma”.

Foi jogando limpo que Rodrigo ganhou o grupo vascaíno. “Num curto espaço de tempo, eu me sinto realizado pelo reconhecimento, principalmente dos jogadores. Isso não tem preço”.

O diretor de futebol do Vasco admite que o amadurecimento na nova função aconteceu por etapas. “Eu era muito ansioso, fechado, e as pessoas que estavam do meu lado sofriam muito. Eu protelava o fim da minha carreira, o casamento. Mas, depois de seis anos de terapia, controlei a ansiedade e tive alta. A terapia era um bem necessário. Eu tirava uma hora para mim e isso me ajudou nas minhas relações pessoais e no trabalho”, revela.

A experiência pessoal de Rodrigo não passou em branco na Colina. Depois que assumiu o Vasco, o dirigente convidou a psicóloga Maria Helena Rodriguez para auxiliar o futebol profissional, trabalho elogiado por todos no clube nos últimos meses.

Fonte: O Dia

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