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NETVASCO - 08/11/2009 - DOM - 14:54 - Fábio Fernandes promete TV Vasco e integração de sócios com jogadores Após a depressão pela queda à Série B do Campeonato Brasileiro no fim do ano passado, o Vasco sofreu outro duro golpe. A redução das cotas de televisão em 50% e a descrença de muitos jogadores e torcedores. Passado quase um ano do rebaixamento e de um trabalho árduo de recuperação da marca, o clube começa a projetar um ano melhor com o retorno à elite do futebol e com a recuperação da auto-estima dos vascaínos, que abraçaram o projeto “O sentimento não pode parar”.
A primeira meta é se aproximar ainda mais dos vascaínos. O clube espera atingir até o final de 2010 a marca de 60 mil associados no plano “O Vasco é meu”. Atualmente, quase 40 mil torcedores já aderiram ao projeto. Além disso, a expectativa é que o clube busque parceiros para estampar as mangas e os calções com valores em torno de R$ 9 milhões por ano.
A partir de agora, de acordo com o vice-presidente de marketing do Vasco, Fábio Fernandes, a gestão passa a ter dois novos objetivos para alavancar de vez o projeto da atual diretoria: aumentar as receitas e o sentimento dos vascaínos em relação à equipe e ao próprio clube. Para pensar no futuro e revelar algumas ambições para 2010, o profissional precisou relembrar o passado não muito distante.
- Tivemos a redução das receitas em determinadas propriedades, a começar pelos direitos de transmissão. O clube passa por uma regulamentação equivocada do Clube dos 13 e é penalizado duplamente por conta do rebaixamento e da perda de 50% das cotas de televisão. O clube não diminui o seu quadro funcional em 50%. As despesa são as mesmas. Essa é uma situação que muitos clubes passaram e outros ainda vão passar mais dia ou menos dia – explicou.
A pedido do GLOBOESPORTE.COM, Fábio Fernandes, que é dono de uma das principais agências de publicidade do Brasil, topou falar dos projetos do clube para a próxima temporada. Segundo ele, o ano tende a ser ainda melhor para os vascaínos. Abaixo, confira a íntegra do bate-papo.
O que aconteceu de positivo com a campanha elaborada após o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro?
A primeira medida foi captar o sentimento do torcedor e buscar uma melhora acentuada do lado psicológico. Queríamos que esse sentimento se espalhasse por todos os vascaínos.
E qual foi o momento mais difícil? O divisor de águas para perceber que os torcedores estavam junto com o time?
O momento crucial dessa empreitada foi quando o Vasco sofreu com aquela série de empates, muitos por 0 a 0. Tudo aconteceu logo após a eliminação na Copa do Brasil, e o time ficou em uma posição ruim na competição. Se não me engano, o time ficou em oitavo lugar na tabela de classificação. Aconteceu uma desconexão do time com a torcida. E isso tudo foi o divisor de águas. Lembro que a seleção brasileira ia fazer duas partidas e tivemos uma pausa de 12 ou 13 dias sem jogos do Vasco. Refletimos e criamos o vídeo “Vasco ame-o e não o deixe”, que teve mais de 280 mil acessos. O vídeo rolou entre os torcedores e foi importante para ter essa coalisão novamente. No jogo seguinte, o time venceu a Ponte Preta por 3 a 1 e iniciou uma arrancada. Do ponto de vista da imagem, isso tudo foi excelente. Pelo lado do marketing, conseguimos aproximar o consumidor do seu principal produto.
Como você vê o sentimento do torcedor após aquela situação de sucessivos empates?
O Vasco está bem próximo de um momento que o torcedor sempre sonhou que é o de colocar essa passagem pela Série B no passado da nossa história. O torcedor está mais seguro, mas tranqüilo.
E o que o marketing do clube vai fazer com esse sentimento bom que surgiu após o retorno à elite do futebol brasileiro?
O momento é de premiar esse torcedor. Não que ele tenha perdido, mas o momento é de mostrar que ele tem orgulho de ser vascaíno. Vamos lançar produtos em que ele possa comemorar essa nova fase do Vasco. O torcedor vai ter a oportunidade de mostrar que passou por tudo isso e vai voltar a disputar o que ele sempre se acostumou a disputar, que é a Série A. Vamos trabalhar em cima disso.
O que projetar para o futuro com o retorno à Série A?
Vamos trabalhar na busca de novas receitas, muitas negligenciadas anteriormente. Esse torcedor marca presença e não podemos desmobilizar tudo isso que foi feito em torno da volta à Série A. Vamos lançar um terceiro uniforme no ano que vem e vamos criar uma novidade de comunicação entre o clube e o torcedor. Vamos lançar a revista, um portal novo com a TV Vasco e uma visão bem diferente de tudo o que temos hoje. A ideia é criar um plano de integração desses sócios com os ídolos.
Nunca é bom para cair para uma Série B, mas você acha que isso ajudou o Vasco a desenvolver um projeto e a se planejar na temporada 2009?
Pode ser que a queda seja algo pedagógico. De alguma forma sempre é. Claro que fica como um ensinamento. Mas se você perguntar a qualquer vascaíno e eu me incluo nisso se ele queria ser rebaixado, claro que a resposta seria negativa. Acredito que as mudanças do clube já estavam em curso antes mesmo do rebaixamento. Temos uma direção hoje que é inteligente para não precisa passar por isso para tomar algumas medidas. Esse caminho de profissionalização no Vasco era inevitável.
E o que esperar da temporada 2010?
Ainda temos muitas dificuldades. Existe um foco mais profissional do que tínhamos no passado, e as áreas estão se profissionalizando no clube. As mudanças estão sendo positivas dentro do Vasco. Não se melhora uma estrutura em 15 dias. As coisas melhoram ao longo do tempo. Algumas gastam mais tempo e outra menos. Mas o que eu posso dizer é que o Vasco se prepara para um 2010 muito melhor do que esse ano.
O clube está buscando novas receitas para a próxima temporada, incluindo parceiros para mangas e calções. Como estão essas negociações?
Estamos buscando melhorar as receitas do clube. A principal delas é nos contratos para produtor licenciados do clube. Vamos ter um ganho muito grande com isso. Anteriormente, eu pagava uma taxa de 50% de produtos licenciados. Hoje, eu pago apenas 15%. Um outro dado interessante é que a nossa participação na venda de alguns produtos era de apenas 8%. Atualmente, os valores são de 45%. Hoje, eu tenho o controle do que entra no Vasco.
E como funciona essa antecipação de receitas? O Vasco ainda sofre por não receber algumas cotas por conta disso?
Encurtamos esse tempo. Antes, o clube tinha receitas antecipadas até 2014. Hoje em dia, adiantamos cotas até 2010. O ideal é que com o passar do tempo isso não ocorra mais, principalmente com a geração de novas receitas. Esse ano, o Vasco quer trabalhar com a possibilidade ter lucro e não de apenas pagar as contas e sobreviver.
Fonte: GloboEsporte.com
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