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NETVASCO - 08/11/2009 - DOM - 02:50 - Mandarino adverte: 'Não adianta fantasiar, a realidade é difícil'

Movido por um sentimento que se propagou como descarga elétrica em meio a uma torcida apaixonada, o Vasco está de volta à elite com tantos ou mais desafios quanto aqueles com que se deparou ao ser rebaixado. Alarmado pelo soar intermitente do bordão que prega ser fácil chegar, difícil se manter, a permanência na Série A em 2010 talvez seja o mais simples de um emaranhado de problemas cujo ponto de partida é se viabilizar administrativamente para driblar o caos financeiro que, há meses, engessou a instituição.

Com dívidas que beiram os R$ 300 milhões, cotas de TV da próxima temporada antecipadas — o clube pediu mais R$ 8 milhões para ajudar a fechar as contas de 2009 — e uma inadimplência de cinco meses com os funcionários, o dinheiro acabou.

Para dificultar, as penhoras comem as receitas. Em julho, o Vasco recebeu a primeira parcela dos R$ 14 milhões anuais do contrato de patrocínio com a Eletrobrás. Dos R$ 7 milhões previstos, R$ 1,2 milhão foram retidos pelos credores. Os R$ 5,8 milhões que foram usados, prioritariamente, para quitar os salários do futebol, que, consta, estão atrasados um mês.

O recebimento dos outros R$ 7 milhões está agendado para janeiro, mas até lá a diretoria precisa arrumar nova Certidão Negativa de Débito (CND), pois a validade da que conseguiu em junho, via Justiça, para assinar contrato com a estatal e ter acesso às cotas, expirou em setembro.

— Não adianta fantasiar, a realidade é difícil — adverte o vice de futebol, José Hamilton Mandarino, braço direito do presidente Roberto Dinamite.

— Não dá para fazer grandes planejamentos. Temos de estar de olho em horizontes mais curtos e trilhar um caminho para que a estrada seja longa.

O rebaixamento foi um golpe duro nas finanças. O Vasco perdeu 50% da cota fixa de R$ 21 milhões que recebia do Clube dos 13 — a volta lhe garante a integridade do valor, que, no entanto, está comprometido — e, ao longo da Série B, viu o percentual de seus ganhos com pay-per-view diminuírem de 6,5% para 4,5% da receita destinada aos clubes. Só para efeito de comparação, o montante de que caberia ao Vasco era de R$ 16,5 milhões, enquanto o Flamengo abocanhou R$ 35,5 milhões.

Com o retorno à Primeira Divisão, as projeções iniciais são de arrecadar R$ 27,5 milhões.

Blindado pela diretoria, o departamento de futebol foi uma ilha de prosperidade em 2009, mas o ano que está por vir se anuncia trabalhoso. Entre dirigentes e comissão técnica, é consenso que o que serviu para a Série B é insuficiente para o clube reassumir seu protagonismo.

Despejado do Vasco-Barra por falta de pagamento de aluguel e IPTU, a primeira tarefa é encontrar um lugar para treinar, já que São Januário será preservado ao máximo por conta do fechamento do Maracanã.

Enquanto busca área onde futuramente possa erguer seu CT — na Baixada de Jacarepaguá ou no Recreio — o clube trabalha com alternativas transitórias: o CFZ, para profissionais e juniores, e o CEFAM, para categorias de base.

— O ano de 2010 é importante para melhorarmos a estrutura.

Temos bons profissionais, mas limitados pelas ferramentas — diz o diretor-executivo Rodrigo Caetano, que aponta a vaga na Libertadores-2011 como próximo objetivo. — Temos de voltar para permanecer de forma consistente, como o Grêmio.

Continuidade é a palavra-chave na visão de Rodrigo, que enumera os mandamentos do sucesso: preservar o regime de trabalho baseado no mérito, a igualdade de tratamento e o respeito ao orçamento. Se cumprir este último à risca, o técnico Dorival Júnior, que por contrato tem direito a um bônus de R$ 1,2 milhão pelo acesso, dificilmente continua. Nos corredores de São Januário, diz-se que pediria R$ 500 mil mensais para continuar, com o auxiliar Ivan Izzo e o preparador-físico Celso de Rezende. No entanto, ontem mesmo o técnico desmentiu a existência de tal valor e qualificou de “absurda” uma pedida deste tamanho. A exigência se estende à melhora da estrutura e à formação de um time competitivo: — Não vou permanecer por permanecer. Quero ver melhorias em tudo. A diretoria tem se esforçado. Quando acabar (a Série B), vou saber se é possível — diz. — Na Série A, a exigência é outra, e a torcida é naturalmente exigente. O Vasco não pode perder a tradição de montar grandes times.

O jovem Alex Teixeira é um ativo em potencial para fazer dinheiro. A permanência de Ramon deve ser atrelada ao aumento do prazo de empréstimo de Alan Kardec ao Inter, dono dos direitos econômicos do lateral. O futuro de Elton parece distante.

Entre devaneios e a realidade, Rodrigo Caetano é pragmático: — Temos de errar menos, escolher melhor e honrar compromissos para poder cobrar.

Fonte: O Globo

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