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NETVASCO - 07/11/2009 - SÁB - 15:06 - Cabral defende novo modelo para o Vasco com a criação do 'Vasco Futebol'VASCAÍNO INFLUENTE, com participação na vitória de Roberto Dinamite na última eleição para a presidência do clube, o governador Sérgio Cabral Filho deu uma paradinha no trabalho para falar sobre o clube do coração. Presença certa no jogo de hoje, que pode selar a volta do Vasco à SérieA, com toda a família ao lado, ele espera que Dinamite aproveite o momento para ser o pilar de uma mudança na estrutura do futebol brasileiro a partir do título da Série B, que considera de grande importância. Além da torcida pelo Vasco, ele comentou o fechamento do Maracanã depois do Campeonato Carioca de 2010 e surpreendeu ao revelar sua expectativa pelo título do Flamengo no Brasileiro.
O senhor vai ao jogo que pode confirmar a volta do clube à Série A?
Claro, com as três gerações. Cabral pai, Cabral filho e Cabrais netos. Tenho ido a quase todos, acompanhando de perto e quebrando uma mística do Roberto (Dinamite), de que assistir ao jogo da Tribuna de Honra do Maracanã não dá sorte. Agora, ele assiste ao meu lado. Está tudo dando certo, o Vasco vive uma outra atmosfera.
Como o senhor classificaria o ano do Vasco?
Tem uma máxima, que vale para qualquer atividade humana: a crise pode gerar oportunidades. Foi o que aconteceu no caso do Vasco. Uma oportunidade de renascimento. O período anterior (ao de Roberto Dinamite) acabou de maneira melancólica, sôfrega e com situações objetivas e subjetivas ruins para o Vasco. As objetivas são os problemas financeiros e administrativos, e as subjetivas, de ordem de imagem perante os torcedores dos demais clubes do Rio e do Brasil.
O que acha da situação do futebol carioca?
O modelo do futebol brasileiro é falido. Tenho estimulado o Roberto para que, superado esse momento de crise, com um título novo, afinal dois clubes cariocas disputaram e não conquistaram a Série B, um título importante, pois o Vasco já foi tetra da Série A e agora vai ser campeão da Série B. Ele, bem cercado por Olavo Monteiro de Carvalho, eu que procuro colaborar, o prefeito Eduardo Paes, o Fábio Fernandes, importante na captação de novos sócios e patrocinadores, o presidente Lula, que me ajudou com a Eletrobrás, pode aproveitar e liderar um processo novo no Brasil. Claro que passa por uma discussão interna no clube, que permita a contratação de uma consultoria de respeito internacional com o objetivo de criar uma SPE (Sociedade de Propósito Específico), que seria o Vasco Futebol, onde o clube se tornaria o sócio majoritário e pudesse ter uma gestão profissional com a captação de sócios para esse Vasco Futebol. Uma empresa limpa, sem nenhum tipo de passivo, que desse resultado para o Vasco clube, a holding, com seus problemas e vantagens. É um passo muito ousado, mas possível de ser feito. Quer dizer, o Vasco recuperaria com isso uma marca histórica do clube, de ter sido o primeiro a colocar negros jogando no seu time, que foi vítima de racismo e até mesmo expulso da liga carioca, na época. O Vasco foi inovador, foi o primeiro a ter um grande estádio de futebol no Brasil, então acho que o Vasco tem essa tradição de inovação. Temos exemplos bem-sucedidos da Europa, no futebol, e dos EUA, no basquete. Por que não trazer para o Brasil, a maior referência internacional, que deixaria de ser exportador? Para os jogadores e empresários profissionais, está tudo ótimo. Mas para os clubes, não.
Em quem o senhor aposta para ser campeão brasileiro este ano? E na salvação de Botafogo e Fluminense, ameaçados de queda, o senhor ainda acredita?
Parece demagogia de político, mas não é. Os vascaínos até ficam irritados comigo, mas sou Carioca Futebol Clube, torço para o Flamengo ser campeão. Aprendi na minha casa a ser o Rio em primeiro lugar. Torço para o Botafogo não entrar na zona de rebaixamento e acontecer um milagre para o Fluminense não cair. Meus filhos ficam indignados comigo, mas a torcida do Flamengo contribuiu para isso quando torceu para a LDU contra o Fluminense na final da Libertadores (2008) e também contra o Vasco em 1998 no Mundial, criando a Fla-Madri (torcida feita para o Real Madrid, que acabou campeão, vencendo o Vasco por 2 a 1, em Tóquio). Fiquei muito magoado com isso.
Afinal, o Maracanã vai ficar aberto até o fim do Campeonato Carioca do ano que vem?
A secretária Marcia Lins (de Esporte e Turismo) está perseguindo isso. Temos exemplos no mundo de estádios que fecharam e outros que não fecharam. Contamos com a experiência bem-sucedida do Pan de 2007, quando esticamos o prazo ao máximo e cumprimos o cronograma, pois foi um dos primeiros equipamentos a serem entregues, para chegar ao limite no uso do Maracanã. Fechamos o Campeonato Carioca daquele ano com o estádio funcionando.
A Fifa exigiu alguma mudança no projeto do Rio para a Copa do Mundo de 2014?
A Fifa ficou deslumbrada com o Maracanã. Ela tem um caderno de encargos que temos que seguir. Fez exigências que vamos cumprir. Vamos pegar um empréstimo com o BNDES para fazer as obras necessárias, mas o Maracanã em si já é um equipamento pronto depois da reforma que herdei do governo anterior, mas na qual demos um outro charme. De todos os estádios, é o menos preocupante, isso eu posso garantir ao povo do Rio.
Quando vai sair a licitação do Maracanã?
Terminado o projeto, posso garantir que no primeiro trimestre de 2010 a licitação estará resolvida e começaremos as obras.
O Engenhão tem condições de substituir o Maracanã, mesmo depois da confusão no clássico entre Botafogo e Flamengo, no Campeonato Brasileiro?
Não houve confusão. Temos um problema de acesso, mas já melhoramos a nova estação de trem e é preciso haver uma adaptação, melhorando as linhas de ônibus e vias de acesso. O prefeito vai cuidar bem disso.
O que acha da questão da sede do Centro de Mídia para os Jogos Olímpicos de 2016? Barra da Tijuca ou Porto?
O prefeito já disse que ele quer encontrar a melhor solução para a cidade. Estamos todos de acordo. Não vai de modo algum criar um embaraço. A intenção é agregar mais valor à cidade com a realização dos Jogos de 2016, sem estresse, pois o prefeito é disciplinado e realizador. Ele quer o melhor para a cidade.
Governador Sérgio Cabral com a bandeira do Vasco
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