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NETVASCO - 07/11/2009 - SÁB - 03:26 - Vascaíno que quase se suicidou no dia do rebaixamento relembra drama

O desespero pelo rebaixamento do Vasco à Série B quase acabou com a vida de Luiz Fernando Nascimento Vilaça, 22. Mas, um ano após se pendurar na beira da marquise do estádio de São Januário, ele pode não assistir ao jogo contra o Juventude hoje às 16h, no Maracanã, por causa do trabalho.

"Já perdi emprego de carteira assinada, em 2007, para ir à Vila Belmiro [em jogo contra o Santos]. Mas hoje tenho consciência de que princípios vêm primeiro, como o trabalho e a família", explica o torcedor.

Nos últimos dez meses, ele se submeteu a tratamento psicológico para superar o trauma da tentativa de suicídio. Após temer pelo fim da tradição do clube, Luiz Fernando vê a volta à elite nacional e o eventual título da Série B como "superação".

Após a derrota para o Vitória, que selou o rebaixamento do clube carioca, Luiz Fernando se pendurou na beirada da marquise do estádio, mas foi imobilizado por bombeiros. Ele diz que lembra de segundos do que ocorreu, embora o drama tenha durado cerca de três minutos.

O vascaíno conta que problemas pessoais e a briga política no Vasco, que acabava de sair de conturbada eleição, levaram-no à atitude desesperada.

"Me abalou muito ver aquela briga política, parte da torcida se virando contra o time. Pensei que o Vasco ia virar um Santa Cruz da vida", diz, referindo--se ao tradicional time pernambucano, que, neste ano, jogou na Série D e não marcou ponto.

Após um ano, o provável retorno à elite e o possível título da Série B se transformaram em símbolo de "superação".

"Sou um vascaíno que não tem vergonha do time. O Vasco é um clube que veio do nada e chegou à elite", diz, lembrando a conquista da segunda divisão do Campeonato Carioca em 1922, que levou o clube ao topo do futebol do Rio. Nos dois anos seguintes, foi bicampeão.

Para mais uma vez chegar à elite, basta ao time carioca uma vitória hoje sobre o Juventude. O time vai contar com a volta do meia Carlos Alberto, recuperado da lesão no pé esquerdo que o tirou das últimas duas rodadas da competição.

A torcida deve lotar o Maracanã, esperando a confirmação da volta à Série A. A expectativa é que mais de 80 mil pessoas estejam no estádio. O meia Carlos Alberto disse que, mesmo com dor, entrará em campo. "Quem participou de toda campanha não vai querer perder o filé."

Mas Luiz Fernando, que foi a todos os jogos do Vasco neste ano no Rio e em São Paulo, corre o risco de perdê-lo. Empregado como balconista de uma padaria de Nilópolis, onde mora, está escalado para trabalhar bem no horário do jogo. Ele negocia com um colega para trocar o seu horário.

Vinculado a uma torcida organizada, ele conta que não jogou futebol por oito meses após a tentativa de suicídio. Diz que, por conta do episódio, reencontrou dois irmãos de Goiás que não via havia anos e conseguiu juntar as duas avós que não se encontravam também havia bastante tempo.

Na primeira vez que retornou a São Januário, os olhos lacrimejaram ao ver a marquise, de onde diz manter distância. Pagou, antecipadamente, uma promessa nesta semana pelo retorno do Vasco à Série A do Brasileiro, indo ao Cristo Redentor com a bandeira do clube e uma imagem de são Jorge.

"Por questão de segundos, não fiquei paraplégico ou mesmo morri. Mas o Vasco continua sendo a minha vida."




Fonte: Folha de São Paulo (texto), O Dia (foto)

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