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NETVASCO - 28/10/2009 - QUA - 10:27 - Élton: 'Sou da paz, adoro essa torcida, pela qual meu carinho é enorme' Como em toda relação próxima, os desentendimentos são inevitáveis. Mas o afeto entre Elton e a torcida do Vasco é algo duradouro, que vai além desta Série B. Por isso, ainda que demonstre uma ponta de mágoa com as vaias ao time e ao fato de muitos não terem gritado seu nome no jogo contra o Bahia, o artilheiro do clube no ano, com 26 gols, quer paz e não tem dúvidas ao falar: “meu carinho por eles é imenso”.
Com exclusividade ao L!, o camisa 9 revelou gratidão eterna ao Vasco por permiti-lo participar deste momento cruzmaltino histórico e promete que as reações às críticas serão apenas com gols. Quem sabe o do título?
Os jogadores, em especial você, ficaram chateados com as críticas da torcida ao time em alguns jogos em São Januário. Essa atitude é normal, ainda mais num clube como o Vasco?
Estou tranquilo. É um direito que eles têm, pois pagam ingresso. Eles podem vaiar ou aplaudir. Num momento tão difícil como esse que nós estamos passando, numa reta final, em que precisamos muito do apoio do torcedor, têm acontecido alguns problemas. Mas o torcedor tem sido fundamental em vários jogos nossos. Precisávamos de apoio contra o Bahia e eles nos deram. Daqui para a frente eles vão novamente nos incentivar para darmos a arrancada em direção ao título.
Pode-se dizer que a paz reinará entre você e a torcida?
Para mim, já está superado. Sou da paz, adoro essa torcida, pela qual meu carinho é enorme.
Você chegou este ano ao Vasco, tem 26 gols em 46 jogos, é o artilheiro da Série B e cumpre o seu papel. Você imaginava fazer o que vem fazendo?
Cheguei no começo do ano sem ninguém me conhecer. Nunca tinha jogado por um clube de tanta expressão como o Vasco. Graças a Deus, tem sido um ano maravilhoso e especial para mim. Estou ajudando o Vasco com gols.
Outros atacantes do Vasco, inclusive Romário e Roberto Dinamite, já tiveram problema com a torcida. Você acha que isso acontece devido à cobrança que um clube grande exerce?
Tenho de entender e saber lidar com essa situação. Procuro deixar isso um pouco de lado e continuo fazendo aquilo que posso para ajudar o Vasco. Tenho me dedicado muito. Na minha opinião, isso não vai ajudar e nem atrapalhar. Está terminando o ano. Temos de pensar nessas últimas seis partidas.
Você está em fim de contrato. Seu pensamento é o de ficar no clube, em uma temporada em que a cobrança será ainda maior, com adversários mais difíceis?
Com certeza penso nisso. Todo mundo sabe o carinho que tenho pelo Vasco. Em pouco tempo que estou no clube, já fiz um pouco da minha história. Demonstrei que quero ficar, pois será um ano muito importante para o Vasco. Espero fazer parte do grupo em 2010.
Você tem o sentimento de gratidão para como Vasco por ter lhe dado a primeira grande chance?
O Vasco foi um clube que abriu as portas para mim. Tinha muita vontade de jogar por um grande clube do Rio. Aceitei esse desafio de jogar a Série B pelo Vasco apesar de ter tido outras propostas. Não pensei duas vezes quando fui procurado, até porque o momento era de reerguer o clube. Temos tudo para terminar o ano, que foi muito bom para mim e para o clube, com o título.
O que mudou no seu cotidiano desde que veio para o Vasco em relação ao assédio das pessoas?
A mudança foi absurda. Chegar numa cidade e num clube tão grandes, de uma hora para a outra, faz com que a visibilidade aumente muito. A cada dia que passa percebo isso. Quando estou nas ruas ou em um supermercado, as pessoas me reconhecem e me dão os parabéns. O reconhecimento do torcedor significa que o trabalho está sendo bem realizado e aumenta ainda mais a motivação em campo.
Como controlar a ansiedade neste fim de temporada? Você já se vê marcando o gol do acesso ou até mesmo o do título da Série B?
Quero fazer o gol, é lógico, entraria de vez para a História do Vasco. Mas, apesar da minha responsabilidade, o grupo divide as obrigações. E nós não vemos a hora de alcançar nossos objetivos. Vamos em busca desse título, pois merecemos por tudo o que fizemos. Começamos o campeonato um pouco desacreditados, mas mostramos nosso valor.
Com você em campo, o Vasco perdeu apenas três vezes na temporada, e foi o clube que menos perdeu entre os principais. É sinal da sua efetividade no ataque?
Foram poucas derrotas mesmo. Isso prova que o nosso trabalho está sendo feito da melhor forma. O mérito é do grupo, que aceitou essa causa e está dando o máximo, sempre um ajudando o outro. As coisas têm saído como planejamos.
Depois da eliminação da Copa do Brasil, vocês chegaram a pensar que o projeto da Série B não daria certo, principalmente pelo fato de o grupo ter muitos jogadores com pouca rodagem?
Quando nós nos juntamos no Espírito Santo para a pré-temporada, sabíamos que seria um ano complicado, mas todos tinham a noção da cobrança que ia existir. Com o passar do tempo, a gente foi se acostumando com a pressão e todo mundo comprou a ideia. O momento era muito importante para o Vasco. Tínhamos a obrigação de fazer um bom ano e levar o clube de volta à Série A. Com as vitórias aparecendo, sabíamos que poderíamos colocar o nosso nome na História. É o que tem ocorrido.
Você pensa em acabar com esse clima morno com a torcida e ser carregado nos braços após a Série B? Você ainda espera um pouco mais de carinho?
Todo jogador já teve algum desconforto com o torcedor. Mas acho que é só um mal-entendido. Isso vai ser resolvido o mais rapidamente possível. Vamos procurar ter tranquilidade e encontrar a paz com eles. A torcida do Vasco nos ajudou muito neste ano. Ela lotou vários jogos em São Januário, Maracanã e até fora do Rio. Eu vi que o Vasco é adorado em todo lugar que vai jogar. Mas faz parte.
Aos 24 anos, há alguma dúvida de que esse é o melhor momento da sua carreira?
Não. Estou em um clube grande como o Vasco, fazendo gols e ajudando a equipe a voltar à Série A. Estou muito feliz aqui. Espero coroar esse momento com a conquista do Campeonato Brasileiro.
Você já está mais desenvolto nas entrevistas e no momento de posar para fotos. Acostumou-se de vez com a exposição?
Sim. É o Elton na passarela também (risos). Tem que agir assim, né? Não sou tão bom, mas o modelo ajuda bastante!
Fonte: Lancenet
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