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NETVASCO - 25/10/2009 - DOM - 16:37 - Dinamite, Caetano, Carlos Leite, Dorival e C. Alberto falam sobre Vasco 2009

Líder até o fechamento desta edição, com apenas quatro derrotas no campeonato - seis no ano inteiro -, o Vasco se aproxima do retorno à elite do futebol brasileiro, sem cantar vitória antes do tempo. Mas se percebe no coro da torcida - que já comemorou quatro títulos na primeira divisão - e na postura dos jogadores a certeza da volta por cima. Que não veio à toa. Há pelo menos dez motivos a favor do Vasco em sua virada, fortes o suficiente para superar dívidas, atrasos nos pagamentos de salários e ameaça de despejo. Saiba quais são os segredos para a ressurreição cruzmaltina.

1 - O comandante

Dorival Júnior chegou com discrição que lhe é característica. Há dez meses no comando do Vasco, teve o tempo como aliado para moldar a equipe ao seu jeito. "Continuidade é fundamental, mas no futebol brasileiro não há paciência. Aqui, nunca senti minha posição ameaçada. Mas nós não tivemos um grande momento de desequilíbrio no ano, que justificasse uma ameaça", diz o treinador. E um de seus méritos foi justamente conscientizar o elenco sobre a nova realidade do time. "O jogador tem que saber que a série A é mais jogada e a B é mais brigada. Mas também há espaço para o espetáculo."

2 - A camisa

Das arquibancadas ecoam os versos "O Vasco é o time da virada, o Vasco é o time do amor". O canto faz sentido em vários momentos da história do clube, como o memorável 4x3 sobre o Palmeiras, que rendeu o título da Copa Mercosul em 2000, após terminar o primeiro tempo perdendo por 3x0. A virada mais aguardada é a volta à série A. E a camisa, que carrega 111 anos de tradição, influencia. "Isso às vezes é difícil na série B. Jogar contra o Vasco é um divisor de águas para o adversário. As manchetes nos jornais locais, quando a gente chega, são sempre coisas como 'Jogo da vida' ou 'Jogo do ano'. A camisa é forte? É. E nós temos que saber usála a nosso favor", diz o goleiro Fernando Prass.

3 - A nação

O jogo é contra o Ipatinga e o Maracanã recebe nada menos que 76211 espectadores. Uma mostra da fidelidade do torcedor cruzmaltino, que fez do Vasco detentor de sete dos dez maiores públicos da série B até a 30a rodada. "Em qualquer lugar a gente está em casa, não só no Rio. Fora, a gente sempre tem pelo menos metade da torcida", diz o lateral Ramon, que ressalta que há outro lado. "A pressão também é grande. É só ter uma derrota e as vaias chegam fortes." Mas, no geral, há uma simbiose. "Quando o time está por baixo, a torcida levanta. A mobilização vascaína foi incrível no país todo", diz Fernando Prass. No campo midiático, torcedores famosos, como Marcos Palmeira, Bruno Mazzeo e Fernanda Abreu, protagonizam a campanha por novos sócios.

4 - Enfim, uma luz

No dia 14 de julho, após mais de sete meses de negociações, o Vasco finalmente assinou um contrato de patrocínio com a Eletrobrás, que renderá 14 milhões de reais anuais por quatro temporadas. A demora aconteceu por causa de uma dívida do clube com a União, que teve de ser quitada para viabilizar o acordo. Dos 14 milhões de reais, 12,5 milhões vão para o futebol e 1,5 milhão serão destinados aos esportes olímpicos e projetos sociais. Jogadores, comissão técnica, roupeiros e massagistas não correm, assim, o risco de sofrer com o atraso de salários que atormenta os demais funcionários do clube. "Nós blindamos o futebol", diz o diretor Rodrigo Caetano.

5 - O capitão da nau

"O único privilégio que tenho é escolher o meu time nos jogos do Playstation na concentração!", diz Carlos Alberto. O capitão não tem vaga especial no estacionamento, divide quarto e paga caixinha quando se atrasa. "O mérito por uma vitória é do grupo, os erros em uma derrota também. Então por que vou ter algo a mais? Me sentiria indigno", diz ele, num discurso que mostra uma nova postura. "É fácil amar o filho da gente, amar o filho dos outros é que é difícil. Nasci no Fluminense, mas fui adotado pelo Vasco. Quero ser conhecido como Carlos Alberto do Vasco", diz. O sentimento contagia. "Eu também quero ser o Ramon do Vasco. Todo mundo que está aqui hoje quer isso. A gente quer fazer história", diz Ramon.

6 - Juventude vascaína

"Muitos jogadores procurados por nós descartaram o Vasco porque o time estava na série B", afirma Dorival Júnior. Isso, aliado à falta de dinheiro, levou o Vasco a formar uma equipe jovem, com média de 23,3 anos. "O grupo carece de vivência", diz o técnico. Mas o que falta em rodagem sobra em disposição. Como diz Ramon, de 21 anos: "A gente quer começar a carreira com um título". Apesar do entusiasmo, há um cuidado na hora de lançar os garotos. O promissor Philippe Coutinho, por exemplo, jogou no time principal e depois voltou a treinar na base, para ganhar corpo. "O primeiro passo ao lançar um jovem é ver se há espaço para ele. Porque uma coisa é lançar um menino para ser mais um na máquina. Outra é lançá-lo como solução", diz Rodrigo Caetano.

7 - Um guardião no gol e uma surpresa na frente

Um dos mais experientes do elenco, Fernando Prass, 31 anos, tem passado segurança ao time com sua calma e as belas defesas. "Eu já tive 20 anos, sei como eles reagem", afirma ele, que também vive uma situação nova na carreira. "Os 30 e poucos jogos que fiz no Vasco já me deram uma visibilidade maior que os 211 que fiz no Coritiba. É impressionante", diz. Na frente, quem também tem feito a diferença é Élton, um dos artilheiros da série B, com 14 gols (até o fechamento desta edição). "Nem eu esperava fazer tantos gols! É bom jogar onde a gente se sente bem".

8 - Rivais aos trancos

Com Fluminense e Botafogo lutando meses a fio para sair da zona de rebaixamento e o Flamengo sem convencer em boa parte do Brasileirão, o Vasco acabou ganhando mais visibilidade que os rivais, mesmo na série B. Agora divide espaço com o Flamengo, que cresceu no campeonato e luta por uma vaga no G4, que assegura participação na Libertadores. Ainda assim, o time de São Januário continua em alta, com a possibilidade de retornar à primeira divisão, e sobretudo com o título da série B. O caneco e a campanha convincente reforçarão o sentimento de que a queda foi um mero acidente de percurso.

9 - Dirigente informal

Ele funcionou como uma espécie de diretor de futebol informal quando o cargo estava vago, indicou os nomes de Rodrigo Caetano e Dorival Júnior, negociou mais de dez jogadores para o time e ainda emprestou dinheiro ao Vasco. Carlos Leite, empresário de Carlos Alberto, Ramon e outros oito jogadores, é a eminência parda do Vasco este ano, assim como foi no Grêmio e no Corinthians quando os times passaram pela Segundona. "Não vou dar números, mas emprestei bastante dinheiro. E a juros baixíssimos", diz o empresário. O que ele ganha com isso? "É um negócio de risco, mas eu valorizo jogadores para depois ganhar em cima disso. No Grêmio valorizei e vendi Anderson e Lucas. No Corinthians, André Santos e Cristian." A torcida espera que ele não leve Ramon e Carlos Alberto para longe.

10 - Cartola light

Roberto Dinamite não faz o tipo que gosta de dar declarações polêmicas, mesmo aquelas que esquentam o jogo. Na dele, ainda tenta encontrar soluções para o grande problema do Vasco: o clube deve, não nega e não paga porque não tem dinheiro. Roberto tenta manter o time longe dos problemas. "O futebol é o carro-chefe do clube. Se eu pago o futebol em dia, fica mais fácil ter tranquilidade para ganhar. E, se o time ganha, fica mais fácil buscar novos investidores para resolver a falta de dinheiro. Essa tem sido minha filosofia. Já conseguimos a Eletrobrás e fizemos um bom acordo com a Penalty. Falta mais, mas é um passo de cada vez", diz.

PROBLEMAS NA CARAVELA

Se sobra empolgação com a campanha na série B, por outro lado, sobram dívidas. Em outubro, funcionários da sede do clube, em São Januário, entraram em greve devido a atrasos de salários. Para complicar ainda mais a situação, foi confirmado o despejo do Vasco-Barra. Roberto Dinamite procura mais patrocínios e um novo centro de treinamento para o ano que vem. Ele admite que deve, mas é realista: "Não temos como pagar". É no meio desta tempestade que o clube precisa planejar a navegação para 2010. A equipe atual pode estar dando seu melhor, mas isso não será suficiente para uma boa campanha na série A. O técnico Dorival Júnior, que tem contrato até o fim do próximo ano, tem consciência disso. "Na montagem de uma equipe, primeiro você quantifica. Contratamos mais de 20 este ano. O próximo passo é qualificar. O Vasco vai precisar de um ganho de qualidade se quiser se firmar na série A, e isso passa pela renovação dos contratos de 70% a 80% do elenco e pela contratação de jogadores", afirma o treinador. Rodrigo Caetano, que também tem contrato até o fim de 2010, acrescenta que ser campeão da série B é apenas o primeiro passo para alcançar a calmaria. "O Vasco tem que voltar para ficar entre os grandes, sem espaço para retroagir", diz.

Fonte: Revista Placar

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