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NETVASCO - 23/10/2009 - SEX - 23:12 - Oposição divulga nota sobre processos envolvendo Eurico Miranda

Nota e documento publicados pelo site do Casaca, principal grupo de oposição da política vascaína:

Eurico: A Ficha é Limpa




O documento acima comprova a queda do último processo criminal daqueles sofridos pelo ex-presidente Eurico Miranda, todos em função de sua luta pelo Vasco.

Eurico já havia sido acusado, dentre outras coisas, de falsidade ideológica ao se opor à invasão de São Januário pela Polícia Federal no lamentável episódio circense criado pela CPI do Futebol, quando usaram a força em um simples ato de apreensão de documentos do clube, valendo-se de metralhadoras, coletes à prova de balas, máscaras ninja e, evidentemente, câmeras de TV. Das acusações geradas neste episódio, apenas uma foi adiante: crime de resistência. O processo já foi concluído.

Eurico havia sido acusado de sonegação fiscal. Teria sido ele, em última análise, o responsável pelo Vasco não pagar impostos à Receita Federal. Por este “crime”, chegou a ser condenado em primeiro grau a 10 anos de reclusão. Comprovada a sua inocência e a inocência do Vasco ainda em fase de recursos administrativos, o processo simplesmente foi extinto. É bom frisar: a sentença não foi modificada em grau superior. O processo foi extinto porque se concluiu que ele não poderia nem mesmo se iniciar.

Eurico havia sido acusado de apropriação indébita. Segundo a acusação, seria ele o responsável pela retenção das obrigações referentes ao INSS por parte do Vasco. Um a um, todos os processos do INSS contra o Vasco e, é lógico, como o clube parece que jamais teve outro responsável, contra Eurico, caíram.

Eurico foi acusado por agredir um jornalista no qual não encostou a mão ao final da decisão Vasco x Flamengo de 2004. O jornalista perguntou a ele onde seria enfiado o chopp da vitória. Outra pessoa que escutou a pergunta agrediu o rapaz, mas ele, o jornalista, conseguiu que a Justiça enxergasse apenas um agressor: Eurico. O processo foi encerrado.

Na área cível há outras acusações estapafúrdias. Como aquela em que Eurico foi condenado por ter dito que os desembargadores que resolveram prender o jogador Edmundo tiveram seus quinze minutos de fama. Ou a outra, que ainda está em fase de recurso, em que ele anunciou que foi procurado por alguém do meio do futebol que lhe garantiu que havia um esquema da Parmalat para favorecer o Palmeiras na final do Brasileiro de 1997.

O documento acima é parte de um processo iniciado em 1996, que teve como centro a negociação do jogador Bebeto para o La Coruña em 1992. A negociação do atleta foi conduzida pelo então presidente do clube, mas a acusação de evasão ilegal de divisas, crime contra o sistema financeiro nacional, recaiu sobre as costas largas de Eurico. Em primeiro grau, uma condenação a quatro anos de reclusão, com uma sentença baseada primordialmente em maus antecedentes. Agora, a sentença foi reformada por unanimidade e o réu absolvido.

No entanto, que não se imagine que a magistrada de primeiro grau que o condenou pelas coisas que dele escutou falar é a única a agir assim. Quantas pessoas fizeram o mesmo, baseadas nas inverdades levantadas na CPI do Futebol, nos noticiários do O Globo, do Extra, do Lance, do O Dia, do JB, dentre outros jornais? Quantos o condenaram previamente pelas reportagens montadas pelo Jornal Nacional, quando o ódio à sua figura atingiu o grau mais elevado? Quantos o condenaram por saberem que ele elevou o Vasco a um patamar superior ao do Flamengo no Rio de Janeiro, e isso não podia passar impune? Quantos vascaínos sucumbiram? A quantos ditos vascaínos isso interessava? Até mesmo o ministro Ayres de Britto, em sua participação no TSE nas eleições de 2006, disse que “havia ouvido falar” da ficha de Eurico e que, por isso, acreditava que ele não podia, sequer, se tornar candidato naquelas eleições.

Sem dúvida, a pior de suas condenações é esta. A condenação a uma imagem arrasada. Esta condenação não surgiu de nenhum tribunal. Nos tribunais, tudo vai se resolvendo e a verdade vai prevalecendo, conforme o próprio Eurico previu anos atrás. A única condenação que restará é aquela que nasceu das falsas acusações da mídia, que se tornaram, por diversos interesses, verdades absolutas e se expandiram pela opinião pública.

O mote para as diversas acusações era outro. Era preciso eliminá-lo, tirá-lo de cena. Sem ele, passa a boiada, passa o clube-empresa, passa a lei dos empresários, passa a nossa flamenguização sem conquistas, passa a dependência de dinheiro público, passa a nossa subjugação, passa o Vasco de segunda. Tudo o que os inimigos externos e internos queriam já é concreto. Mas a imagem emblemática disso possui, hoje, amplas possibilidades de também se concretizar. Corremos o risco de, em dezembro, recebermos da CBF naquela festa de bacanas o prêmio pela conquista da segunda divisão ao lado do Flamengo, que terá, então, conquistado a primeira divisão. O sonho de 10 entre 10 rubro-negros. O sonho de 9 entre 10 jornalistas esportivos.

Para aqueles vascaínos que sempre lutaram contra esta lógica nefasta de subjugação do que não é Flamengo no Rio de Janeiro, há sim um sabor especial ao se constatar a queda de cada uma das acusações levianas que Eurico sofreu. Sabor para os poucos, muito poucos, que permaneceram do seu lado. Aqueles que assim permaneceram jamais acreditaram que Eurico deve ser canonizado. Jamais acreditaram que ele não cometeu erros. Jamais concordaram integralmente com sua opção por ser trator, embora ela se mostre, agora, tão necessária. Mas tinham a noção exata do que os inimigos queriam fazer do nosso clube. Esperemos que, um dia, volte a prevalecer a filosofia de Vasco que Eurico tão bem representou e que é aquilo que motiva a existência deste espaço. E só então poderemos voltar a ombrear com os nossos principais rivais.

CASACA!


Fonte: Casaca

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