Ano que vem, para a programação das TVs Alerj, Câmara e Senado, você vai poder escolher qual celebridade quer ver nas casas legislativas do estado e da União. Tem para todos os gostos: na bancada da bola, estão convocados os craques Romário, Edmundo e Nunes, além dos cartolas Eurico Miranda e Márcio Braga. A animação continua com Mulher Melão, Mister Catra, MC Samantha Girão, Marcelo Yuka e Elymar Santos, além da ex-prostituta fundadora da Daspu, Gabriela Leite, pré-candidata a deputada federal pelo PV que não quer saber de sem-vergonhice na casa do povo.
— A campanha vai ter muito humor, mas não vou fazer piada sobre prostituição e política. Não quero atrelar o nome da profissão a uma coisa ruim... — explica.
Vasco x Flamengo
Mas polêmica mesmo deve ficar com um clássico entre progressistas e republicanos. Pelo PP, Eurico Miranda vem candidato à Câmara dos Deputados e Edmundo ambiciona a Alerj. Pelo PR, Márcio Braga concorrerá a senador ou deputado federal, enquanto Nunes, campeão do mundo pelo Flamengo em 1981, disputa com Edmundo uma vaga de deputado estadual.
— Discordo no futebol, mas em política não jogo contra — pondera Braga.
E para embolar o meio de campo ainda tem Romário (PSB), mas o risco dele e do Animal se estapearem num debate está descartado, já que o Baixinho sonha com uma vaga em Brasília.
— Rixa, só se for de longe. Edmundo tem boa postura e não tem problema desconhecer política. Isso se aprende com a vivência — argumenta Eurico.
Aprendizado que só vai acontecer se não for aprovado até o dia 2 o projeto que veta candidatos com ficha suja — e aí, só a reserva.
Já na bancada dos artistas, embarcaram na política desde Marcelo Yuka (PCdoB) a Elymar Santos (PP) — que luta para não ficar em cima do muro. Amigo de Rosinha Garotinho, ele deverá manter a linha com seu partido, coligado ao PMDB do governador Sérgio Cabral.
Para especialista, fenômeno retrata qualidade da política no país
Máquinas de fazer dinheiro, os astros dos gramados e dos palcos esperam agora arrecadar uma enxurrada de votos. Os partidos estimam cem mil votos para um, 500 mil para outro — e, a reboque, uma penca de candidatos. São os chamados puxadores de voto — cuja carreira política é efêmera e acaba causando um desgaste na imagem.
— As candidaturas se sustentam pela novidade, porque não costuma haver sustentação política. Esses nomes tornam-se um fenômeno crescente, na medida em que cai o grau de instrução da população e a qualidade das assembleias — explica o cientista político Eduardo Alves.
Campeões da urna
O Partido Progressista (PP) é um dos que mais investem na prática. O prazo para filiação se encerra dia 3, mas já são 20 novos nomes na capital, Baixada, regiões Sul e Norte fluminense. As principais estrelas, claro, são Elymar Santos, candidato à Câmara, e a dobradinha Edmundo e Eurico Miranda, pré-candidatos a deputado estadual e federal.
O deputado estadual Dionísio Lins, coordenador de novas filiações, estima um retorno de cem mil votos com a cruz-de-malta. Com Elymar, espera atrair 500 mil eleitores. Já com Romário, o PSB espera mais de 200 mil. Para ser eleito no Rio, um candidato precisa de cerca de 120 mil votos — o que, no caso da virtual votação de Romário, por exemplo, elegeria mais um candidato.
Fonte: Extra