Os exemplos de França e Itália inspiraram o Brasil a formatarum projeto na tentativa de amenizar as dificuldades financeiras dos clubes. De acordo com Nelson Rocha, vice-presidente de finanças do Vasco e integrante da comissão do Clube dos 13 que cuida do assunto, a previsão é de que até o fim deste ano a Lei de Responsabilidade Esportiva – como está sendo chamada – seja votada pela entidade e levada à Plenário para a criação de uma linha de crédito do governo.
A intenção é a de ter as dívidas totais dos clubes (com governo, fornecedores, de ordem trabalhista, entre outras) em um só lugar, para facilitar o pagamento. Em contrapartida, eles teriam de se adequar a uma série de regras, sob pena de serem rebaixados por problemas administrativos. O projeto prevê um prazo de adaptação de dez anos, que corresponde ao tempo que os clubes terão para passar a cumprir todas as regras estabelecidas.
- A intenção é a de tornar sustentáveis os negócios dos clubes. Não existe teto salarial ou orçamentário, apenas um limite que cada um possa cumprir. O futebol já sofreu muito com a ação de dirigentes ao longo da história. Agora, os clubes terão de se enquadrar e virar profissionais ou não terão benefícios – afirmou.
Entre as normas previstas, estão: apresentação de balanços financeiros periódicos, comprovação da quitação de todos os jogadores do elenco, apresentação de garantias financeiras para o caso de o clube apresentar um orçamento que não possa cumprir. Neste último caso, os dirigentes seriam responsabilizados: – Os dirigentes serão cobrados. E os clubes vão ter de se enquadrar e virar profissionais ou não terão benefícios. Estão todos cansados de sempre socorrer os clubes e tudo continuar na mesma, disse, acrescentando que acredita que, de uma maneira geral, a totalidade do Clube dos 13 vai aderir à nova lei.
– Todos os clubes sabem que o momento é esse – concluiu Rocha.
Legado da Copa de 2014
A Copa do Mundo do Brasil é considerada por dirigentes como o ponto de partida para que o negócio futebol no país ganhe força nomundo e aumente as cifras movimentadas.
Para o Nelson Rocha, vice de finanças do Vasco, o evento vai representar um novo momento dos clubes.
– A Copa será um símbolo. Queremos que o futebol realize o Mundial como um início das mudanças de perfil dos clubes. O Brasil tem o futebol admirado por todos. Falta ter uma melhor situação financeira e fortalecer os torneios – comentou.
Especialista em marketing esportivo, Ricardo Gomes Silva acrescentou que o fato de o país estar na briga para receber os Jogos Olímpicos de 2016 pode favorecer os clubes:
– Não podemos esquecer que estamos também na iminência de receber uma Olimpíada. E como o carrochefe esportivo no país é o futebol, ele poderá ganhar muito também com a vinda dessa competição.
Nelson Rocha
VICE DE FINANÇAS DO VASCO E INTEGRANTE DA COMISSÃO DO C13
“No caso de um clube apresentar orçamento que não possa cumprir, ele só poderá fazê-lo se houver garantias de pagamento. Assim, os dirigentes serão os responsáveis pelos déficits”
Fonte: Lance