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NETVASCO - 29/09/2009 - TER - 20:38 - Alex Teixeira: 'Já foi gente do Manchester e do Chelsea lá no Vasco'

Enquanto a maioria dos garotos brasileiros na faixa dos 20 anos ainda pensa no futuro, eles já têm a responsabilidade de representar o país em um campeonato mundial. Nesta quarta, às 13h45m (horário de Brasília), o Brasil pode até se classificar antecipadamente para a segunda fase se vencer a República Tcheca, em Port Said, no Egito. Convenhamos, não é nada mau já ganhar salário, vestir a camisa de futebol mais famosa do mundo e ainda ter a chance de pendurar uma medalha de campeão mundial na parede. O problema é que para chegar até lá os jogadores precisam abrir mão de muita coisa - inclusive da própria infância.

- Desde os oito anos, eu acordava às 5h da manhã, chegava ao treino às 7h, de lá ia direto para a escola e só voltava à noite. Nem dava tempo de ir na rua brincar, porque no dia seguinte eu tinha que acordar cedo de novo. Acho que é por isso que jogador de futebol faz muita brincadeira de adolescente depois que cresce. Passamos muito tempo na concentração jogando videogame, disputando torneios de pingue-pongue e de sinuca talvez para compensar o pouco tempo que tivemos pra brincar na infância - conta Alex Teixeira, do Vasco, um dos três meias titulares da seleção.

O técnico Rogério Lourenço (de boné escuro) orienta os jogadores durante treinamento Rogério Lourenço, técnico da seleção brasileira, dá a receita para que os jovens atletas convivam com as privações.

- Eles estão cientes de que não podem levar a vida que os amigos de fora do futebol levam. Apesar de serem muito novos, com 18, 19, 20 anos, já têm obrigações e sabem que precisam abrir mão de muita coisa se quiserem ter sucesso na carreira - disse o treinador.

Quando pisa em campo com a camisa 7 do Brasil, o pensamento de Alex está além de uma simples vitória em uma partida de futebol. Ele quer ganhar por ele, pelo Brasil, mas principalmente para botar dinheiro em casa. Com 19 anos, Alex é o responsável pelo sustento do pai, da mãe, do irmão e da prima.

- Às vezes meu pai deixava de comprar alguma coisa lá em casa para guardar o dinheiro da minha passagem para o treino. Não sei que jeito ele dava, mas o dinheiro da passagem nunca faltava. Agora eu me sinto na obrigação de retribuir o que ele fez por mim. Eu me cobro muito dentro de campo, fico puto se erro um passe, porque quero dar uma vida boa pra minha família - afirma.

Há alguns anos, aliás, Alex escuta muitas sondagens sobre seu futuro. Seu plano, por enquanto, é seguir no Vasco, pelo menos até o fim de seu contrato, em 2012, e depois voar para o exterior. O sonho dele, como provavelmente de muitos outros companheiros de seleção sub-20, é o Barcelona.

- Já foi gente do Manchester United e do Chelsea lá no Vasco, mas minha multa é alta e ninguém quer pagar. Eu também optei por ficar, não acho legal sair muito cedo, é importante passar pelo menos uns dois anos no profissional - analisa.

Para o torcedor brasileiro, é ruim saber que os jogadores pensam em dólares e euros ainda tão cedo. Mas a boa notícia é que, em nome do próprio futuro, não há dúvida de que eles vão lutar muito para vencer a República Tcheca. Vão correr tanto para, quem sabe, só pararem no dia 16 de outubro, no final da volta olímpica, com o pentacampeonato mundial sub-20 no currículo.

- A gente vai tentar fazer o melhor neste Mundial, porque se formos campeões vamos ganhar mais visibilidade e virão boas propostas - espera Alex.

Contra a República Tcheca, o técnico Rogério Lourenço deve manter o time que goleou a Costa Rica por 5 a 0 na estreia. Giuliano, Paulo Henrique Ganso e Alex Teixeira serão os responsáveis pela armação, com Alan Kardec jogando como referência no ataque.

Para se classificar para a segunda fase com uma rodada de antecedência, o Brasil precisa vencer a República Tcheca nesta quarta-feira e torcer por um empate ou vitória da Costa Rica contra a Austrália, que fazem o outro jogo do grupo E.

O técnico tcheco, Jakub Dovalil, reconhece que sua equipe precisa jogar ainda mais do que na vitória sobre a Austrália para bater o Brasil.

- Nós estamos satisfeitos com a vitória no primeiro jogo, mas podemos jogar bem mais. Temos que melhorar para enfrentarmos um excelente time como o Brasil, mas sabemos que este é um jogo importante para nossa classificação e acho que estaremos bem preparados para encará-lo - analisou Dovalil.

Fonte: GloboEsporte.com

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