NETVASCO - Coordenador Nelsinho Rosa fala sobre as categorias de base do Vasco - 08/09/2009 - TER

O coordenador Nelsinho Rosa falou sobre as categorias de base do Vasco ao "Casaca no Rádio", nesta segunda-feira.

COORDENADOR DAS DIVISÕES DE BASE DO VASCO DESDE 2003

"Já são seis anos que eu ocupo essa posição no Vasco da Gama. Procuro fazer o melhor possível, junto com a equipe de trabalho, com os treinadores que lá atuam, cada um em sua categoria. Por enquanto, ainda estamos nessa atividade."

NOVOS JOGADORES: HABILIDADE X PORTE FÍSICO

"Esse trabalho não é muito fácil, não. Você tem um número muito grande de jogadores que anseiam jogar futebol. São trazidos semanalmente um número muito grande de candidatos. Você selecionar esses jogadores dentro de cada categoria não é muito fácil, não. Mas esse é o nosso trabalho, essa é a nossa meta. Cada equipe, através da sua categoria, tem um dia específico para observar esses novos jogadores. Normalmente, esses jogadores fazem três treinamentos, no mínimo, para que sejam realmente confirmadas as suas condições ou não. Às vezes, o jogador tem até uma boa condição, mas como nós temos jogadores, no grupo, de igual capacidade ou, às vezes, um pouco acima, você não tem como ficar com todos os jogadores, porque senão o grupo fica muito inchado e não há como o treinador trabalhar. Mas, o que determina, na minha opinião, o que deve determinar, não há dúvida que é a qualidade técnica. É claro que você tem algumas posições em que... Hoje em dia, o requisito principal, por exemplo, para um zagueiro ou um goleiro, é ter uma estatura elevada. No goleiro, eu até aceito, porque é realmente uma posição única, em que os cruzamentos para a área, nas jogadas, hoje em dia, que são muito exploradas, como as bolas paradas, as faltas e os corners que são cobrados, o goleiro que tem uma boa estatura leva uma certa vantagem. Mas em outras posições, às vezes, eu discordo. Que o zagueiro tenha que ser de 2m, não. Para mim, tem que saber é jogar futebol. Não pode também ser de 1,50m. Mas tem é que saber jogar futebol, saber se antecipar, sair jogando, porque, às vezes, todos os jogadores estão marcados e é necessário que um jogador saia de trás com a bola. Precisa ter qualidade. Essa é a filosofia. Nós temos tido realmente sucesso. Tem conseguido bons jogadores, surgindo desde o mirim. O mirim, inclusive, tem um belo time, garotos de grande técnica. O infantil também, garotos muito bons, caso do Guilherme. Nós temos o Índio no mirim. E assim por diante. Tem o Chaveirinho, que é danado. É o nosso Maradoninha. São jogadores que estão ainda surgindo. É muito cedo para a gente apontar que vai ser, porque isso é muito difícil no futebol. Às vezes, você pensa que um jogador vai ser um sucesso, e outro, que não demonstra naquela categoria tanta qualidade, é que vem a se firmar e se consagrar. Mas o nosso trabalho é esse, dar ênfase à parte técnica, porque eu sou adepto do futebol espetáculo. É claro que ele tem que ser competitivo. No dia de hoje, principalmente, a marcação é muito rígida durante todo o jogo, e a preparação física tem que ser excelente. Mas eu ainda acho que a parte técnica é que decide um jogo de futebol e que faz o futebol ficar bonito."

ADILSON E CESTARO (JUNIORES) E FABRÍCIO (JUVENIL) NOS PROFISSIONAIS

"Eles estão sendo trabalhados pelo Carlos Germano, que é excelente profissional e foi excelente goleiro. Vai se destacando na carreira. É muito bom que esses garotos, treinando no profissional, percam aquela inibição. De repente, eles podem ser chamados para, em uma emergência, ocupar a posição. Eles estando lá treinando já com o Carlos Germano, junto ao profissional, vão deixando de lado aquela distância que havia às vezes entre uma categoria de base e a categoria de profissionais. Há uma integração. Até dou parabéns à nossa comissão técnica dos profissionais, com Dorival Júnior e os demais membros, observar bem e dar oportunidade para esses garotos já irem se entrosando com a equipe de profissionais. Quando forem solicitados, não sentirem tanto o peso desse compromisso."

NEGOCIAÇÃO DE JOGADORES

"Eu não participo. Realmente, essa parte de negociações, eu estou sempre fora. A minha parte é somente técnica."

ALLAN

"Eu conheço o Allan desde mirim do Madureira. Eu o conheci lá. Eu ainda estava. Foi o último ano que eu estive no Madureira, quando ele surgia lá no mirim. Depois, eu sabia que ele jogava futsal em várias equipes. Foi depois transferido. Se eu não me engano, também teve passagem pelo Fluminense, pelo Flamengo, e voltou para o Vasco, para o futebol de campo. Havia alguns problemas extra-campo com o menino, mas foram superados. Hoje em dia, o garoto é sensacional, tem uma técnica, foi sempre destaque no juvenil. Assim que subiu para a equipe de juniores, começou a se destacar, jogando muitíssimo bem. Na Taça BH, saiu-se muito bem, jogando uma barbaridade. Foi colocado no grupo de profissionais para ser observado e já teve a sua oportunidade. Esse é o nosso trabalho. É tentar fazer em baixo os garotos que têm qualidade serem integrados à equipe de profissionais, porque esse é o caminho, já que você, hoje, comprar um jogador de qualidade para trazer para o clube, é muito difícil, em virtude do alto preço. A concorrência, inclusive, é desleal, porque vai para o exterior. Esses jogadores são encaminhados para o exterior. Mas Allan é um belo jogador, em quem eu acredito muito."

OUTROS JUNIORES PRONTO PARA SEREM PROMOVIDOS EM 2009

"Pronto, pronto, no momento, eu não diria, não, porque os jogadores de 89 não estão mais sendo aproveitados. Nós temos jogadores agora de 90 e 91, que é o objetivo, e olhando, já observando, 92. Mas tem garotos. Tinha um menino, mas não pertencia ao Vasco, o Marcelo, um zagueiro, também de muito boa qualidade, mas que como não foi aproveitado ainda, e o contrato dele também parece que terminou, ele talvez não fique no Vasco. Mas é um jogador também de qualidade, o Marcelo. E tem outros novos que estão ainda pintando. Vamos ver se no futuro eles se concretizam jogando o bom futebol que tenham praticado, e sejam aproveitados também no nosso clube."

"Vamos acreditar. Acho que o Vasco está no caminho certo, está trabalhando bem com a sua comissão técnica. Temos quase certeza que - a gente não sabe nem se está vivo amanhã - o Vasco está praticamente de volta à elite do futebol brasileiro. Vamos continuar trabalhando dentro do entusiasmo que ainda temos nessa profissão, porque ama o futebol. E seguir em frente e procurar descobrir novos talentos para o Vasco da Gama. Não só nas categorias, no clube do Vasco, mas observando os que estejam se destacando em outros clubes e trazendo para o Vasco."

Fonte: NETVASCO (transcrição)