NETVASCO - Clubes do Confao lutam para ser incluídos no Sistema Nacional de Esporte - 28/08/2009 - SEX

Representantes dos fundadores do Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (CONFAO) - Vasco, Fluminense, Corinthians, Minas Tênis Clube, Grêmio Náutico União, Sogipa e Pinheiros - e da Confederação Brasileira de Clubes (CBC) se reuniram hoje (26/08), no Minas II, para analisar o relatório final da comissão nomeada pelo Ministério do Esporte, no primeiro semestre, que estudou propostas para inclusão dos clubes que atuam em formação esportiva como beneficiários dos repasses da Lei Agnelo Piva.

Além da sugestão dos Clubes de destinar aos membros do CONFAO 30% dos recursos repassados ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro), a comissão, formada por vários segmentos envolvidos na organização esportiva do País (Ministério, COB, CPB e Clubes), recomendou a análise, pelo Conselho Nacional de Esporte (CNE), de outras duas propostas: aumento do atual percentual de repasse da arrecadação das loterias federais, de 2,0% para 2,5%, sendo que 0,5% seria direcionado aos clubes formadores; vinculação de 20% das receitas do Ministério do Esporte oriundas da loterias federais para apoio aos projetos dos clubes formadores.

'O CONFAO atua para que os clubes sejam reconhecidos como parte do sistema nacional de esporte. Há mais de cem anos, os clubes estão fazendo esporte no País. Hoje, pagamos para formar os atletas, pois investimos em infraestrutura, técnicos, nutricionistas, médicos; pagamos os salários para manter os atletas e também pagamos elevadas taxas para as federações e confederações. Somente neste ano, o Minas, que tem oito modalidades, vai desembolsar R$ 600 mil em taxas, e o Pinheiros, que compete em 15 modalidade, pagará R$ 900 mil', afirma o presidente do Minas e do CONFAO, Sergio Bruno Zech Coelho.

'Nos clubes de futebol, os esportes olímpicos são onerosos, pois os patrocínios são para o futebol, que tem mais visibilidade. O CONFAO é uma iniciativa que visa dar sustentabilidade aos clubes e, o repasse de verbas, vai ser bom tanto para os esportes olímpicos como para o futebol, pois vai desonerar os clubes', destaca José Monteiro, vice-presidente do Vasco da Gama (RJ).

Agora, o CONFAO aguarda a posição do Conselho Nacional do Esporte (CNE), órgão do Ministério do Esporte que organiza o esporte no País e no qual o COB e a CBC têm representação, que tem reunião prevista com o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, no dia 10 de setembro próximo.

Murilo Figueiredo, vice-presidente do Minas; Paulo Bing, vice-presidente de Esportes do Grêmio Náutico União; Sandro Lima, diretor geral de Esportes Olímpicos do Fluminense; Sergio Bruno Zech Coelho, presidente do Minas e do CONFAO; Arialdo Boscolo, presidente da CBC - Confederação Brasileira de Clubes; Antonio Moreno Neto, presidente do Pinheiros e vice-presidente do CONFAO; José Monteiro, vice-presidente do Vasco

Breve histórico do CONFAO

O CONFAO - Conselho Nacional de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos foi fundado em 3 de fevereiro de 2009, em cerimônia no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, que contou com dirigentes esportivos, atletas e representantes do Poder Público.

Oito são os clubes fundadores do CONFAO - Clube de Regatas Flamengo (RJ), Clube de Regatas Vasco da Gama (RJ), Esporte Clube Pinheiros (SP), Fluminense Football Clube, Grêmio Náutico União (RS), Minas Tênis Clube (MG), Sociedade de Ginástica Porto Alegre/Sogipa (RS) e Sport Club Corinthians Paulista (SP).

A criação do CONFAO foi motivada pela insatisfação dos clubes com a falta de reconhecimento ao trabalho fundamental executado por eles na formação e na manutenção de atletas e equipes e pela falta de apoio financeiro. A postura de alguns órgãos, em especial do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), ignorando os verdadeiros pilares do esporte olímpico nacional, que são os clubes, chegou a um nível inaceitável pelo segmento. O Conselho reivindica a destinação de uma parcela dos recursos da Lei Agnelo-Piva para todos os clubes formadores, através da Confederação Brasileira de Clubes (CBC).

No último ciclo olímpico, foram repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) cerca de R$ 288 milhões oriundos da referida lei, visando a manutenção de atletas. Entretanto, apesar de 77% (213) dos 277 atletas que integraram a delegação brasileira em Pequim serem originários de clubes, estes não receberam qualquer valor ou benefício, nem mesmo a simples reserva de ingressos para os torneios em que seus atletas atuaram em Pequim.

O CONFAO em números

Somente os oito clubes fundadores do CONFAO reúnem 9129 atletas federados em equipes de ponta e de base de modalidades olímpicas; 1.122 profissionais do esporte; e 25.343 crianças e jovens em cursos de formação esportiva (veja o quadro abaixo).

Segundo levantamentos da CBC - Confederação Brasileira de Clube, dos 277 atletas que integraram a delegação brasileira nas Olimpíadas de Pequim/2008, 77%, ou seja, 213 foram formados e/ou são mantidos por clubes do País.

Fonte: Assessoria de Comunicação Minas Tênis Clube