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NETVASCO - 23/08/2009 - DOM - 03:44 - Torcida do Vasco deu show no Maracanã e assistiu goleada

Do alto da Colina, o Gigante avistava o Maracanã e imaginava o dia em que iria voltar a tomálo com suas cores. Mesmo com a grandeza de São Januário, a capacidade de 18 mil pessoas impedia a torcida do Vasco de se exibir imensa como é.

Movidos por um sentimento de resgate, 79.636 torcedores ocuparam seus lugares no estádio com a fama de maior do mundo.

Viram o Vasco voltar a ser o número 1, na grande festa dos 111 anos. E também chegaram ao topo, batendo o recorde de público pagante (76.211) das quatro divisões do Campeonato Brasileiro.

Pintada no ônibus dos jogadores, a caravela abria caminho entre um mar de gente ao redor do Maracanã. Saudado, o time retribuiu em campo. No palco das conquistas do passado, o Vasco ganhou a partida e uma nova legião de fãs.

— É de arrepiar. A emoção é dez vezes maior da que sinto em São Januário — disse Jorge Gomes, de São Gonçalo, que levou os filhos João Vitor, de três anos, e Ingrid, de 10, pela primeira vez ao estádio.

Entre os estreantes havia espaço para antigos frequentadores do Maracanã. Nascido em Portugal, torcedor também do Porto, no qual Carlos Alberto foi campeão do mundo, o guia de turismo Vitor Mota estava com o amigo Sérgio Tompson. Sua torcida começou na terça-feira, em Salvador, onde mora. Simpatizante do Bahia, gostou de saber que o time derrotou o Atlético-GO e ajudou o Vasco a liderar.

— Sempre que venho ao Rio tento ver o Vasco jogar — declarou Vitor.

A festa teve um deslize: durante o jogo, um torcedor tentou invadir o campo e foi preso.

Cambistas, ambulantes e baderna em ônibus Sem idade para fazer parte dos caras pintadas que clamaram pelo impeachment de Collor, em 1992, as irmãs Marcela e Beatriz Rodrigues levaram as cores do Vasco ao rosto.

Junto com o irmão Daniel e a amiga Yulli Magalhães, elas empunhavam outra bandeira.

— O Vasco é grande como o Maracanã. Sempre vamos a São Januário. Agora, não sei onde é melhor — declarou Marcela, que mora no Méier.

Do desespero no dia do rebaixamento, quando um torcedor tentou se atirar do telhado de São Januário, ao reencontro com o Maracanã, a torcida viu um filme passar diante de seus olhos. Quando o telão exibiu o aquecimento dos jogadores na sala anexa ao vestiário, o público sentiu que um capítulo vitorioso começaria.

Ao lado de Roberto Dinamite, presidente do clube, estava o governador Sérgio Cabral. Do lado de fora, o choque de ordem da prefeitura tentava, em vão, coibir o consumo de cerveja e a venda de latinhas por ambulantes. Cambistas vendiam ingressos superfaturados e mijões não faziam cerimônia diante dos carros parados no congestionamento causado pelo jogo na Radial Oeste.

Na Avenida Brasil, a polícia obrigou torcedores a descerem de dois ônibus, onde faziam baderna e andavam pendurados nas janelas, e seguir andando. Eles foram, porque o sentimento não pode parar

Fonte: O Globo

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