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NETVASCO - 14/08/2009 - SEX - 11:41 - Pedrinho fala sobre aposentadoria e torcida pelo Vasco na Série B

Rapaziada,

Reservei um merecido espaço aqui no blog para um talentosíssimo jogador que, por ter sido alvo da violência dos zagueiros, teve sua carreira encurtada. Aos 32 anos, o ex-apoiador Pedrinho, ídolo da torcida do Vasco e que também brilhou com as camisas de Palmeiras e Santos, revelou os motivos que o fizeram optar pela aposentadoria precoce.

Como não poderia deixar de ser, ele ainda demonstrou todo o seu amor pelo clube da Colina e por sua torcida. Confira!


BRUNO BRAZ: Como tem sido esses dias após você anunciar sua aposentadoria oficialmente?

PEDRINHO: É sempre difícil. Foi uma decisão difícil de ser tomada, mas era uma coisa que eu já vinha pensando há algum tempo, porém, eu já estava preparado para isso e agora estou tendo tempo para aproveitar a vida de uma forma como ainda não havia aproveitado nesse tempo todo.

BRAZ: Então você tem tirado esse tempo para ficar junto da família?

PEDRINHO: Sim. Tenho tirado o tempo para curtir mais meu filho, minha esposa... Agora vou descansar e depois dar prosseguimento a outra profissão.

BRAZ: E qual seria essa outra profissão?

PEDRINHO: Tenho o projeto de empresariar.

BRAZ: Qual foi o principal motivo para você decidir pela aposentadoria?

PEDRINHO: Durante um longo tempo eu já pensava nisso, mas depois da minha passagem pelo Santos vi que o problema não era meu. Eu joguei 60 jogos, fui campeão paulista, vice-brasileiro e não tive nenhuma lesão. Fiz todos os trabalhos de prevenção contra a lesão com o Filé (fisioterapeuta), com o pessoal do Santos. Ali, percebi que o problema não era meu. Vi que pelas minhas características, por ser mais franzino, pelo biotipo, precisava de um tratamento diferenciado. Mas aí depois fui para os Emirados Árabes, Vasco, Figueirense e não tive o mesmo perfil de trabalho. Isso foi me chateando.

BRAZ: Você então acredita que sofreu um certo tipo de "preconceito" por parte dos clubes após a fatídica lesão?

PEDRINHO: Mais ou menos isso. De repente um problema que eu tivesse, uma lesão normal que qualquer jogador tem, tomava uma dimensão enorme, isso me pressionava bastante.

BRAZ: Psicologicamente você acha que não dá mais. E fisicamente? Ainda teria condições de atuar?

PEDRINHO: Fisica e tecnicamente eu não vejo e nem vi problema nenhum. Era mais o desgaste mesmo. De repente eu teria uma lesão normal, como qualquer outro jogador, e seria o mesmo desgaste.

BRAZ: Você se arrepende de não ter sido um jogador "pipoqueiro"? Justamente por você colocar o pé na dividida acabou sofrendo aquela lesão...

PEDRINHO: Não me arrependo porque isso foi um dos fatores que fizeram com que a torcida tivesse esse carinho especial por mim. Nunca tive medo disso. Sempre tive esse negócio de ser frágil mas estava sempre lutando.

BRAZ: Se você pudesse voltar no tempo, o que faria para evitar aquela lesão?

PEDRINHO: Seria mais um lance de experiência mesmo. Podia ter dado uma freada na corrida pois a jogada foi na lateral, ele deu o carrinho e a bola iria para fora do mesmo jeito. Eu só fico imaginando como seria a minha carreira se eu não tivesse sofrido essa lesão.

BRAZ: E você guarda mágoas do Jean Elias (zagueiro do Cruzeiro que o lesionou)?

PEDRINHO: Desde a primeira vez eu falei que não. Só achei que ele foi com uma força exagerada. Não deveria ir com tanta força.

BRAZ: E parece que quando vocês se encontraram novamente ele não te cumprimentou, é verdade?

PEDRINHO: É, isso aconteceu, mas eu não quis saber o motivo. Foi quando eu estava no Palmeiras.

BRAZ: Os amigos do mundo da bola ligaram para você após sua decisão de parar?

PEDRINHO: Muitos jogadores ligaram dizendo que eu estava maluco, que muita gente ruim está jogando e eu estou parando (risos). Mas eles me apoiaram e entenderam o que eu falei.

BRAZ: Na sua última passagem pelo Vasco (ano passado, quando o time foi rebaixado) você acha que lhe deram poucas oportunidades?

PEDRINHO: Não digo que se jogasse o time não iria cair, mas não tive oportunidade. Eu jogava dez minutos, um minuto e era difícil fazer muita coisa nesse tempo. Mas eu respeitei. Nunca me manifestei de forma contrária nem nada.

BRAZ: Você ficou sabendo que a torcida do Vasco cantou seu nome no último jogo (contra o Campinense, em São Januário)?

PEDRINHO: Cara, cada vez a torcida do Vasco me emociona mais. Infelizmente não fui ao jogo, mas meus amigos vascaínos foram e me falaram. Eu queria muito ter ido para ter visto isso. Sou muito grato ao Vasco. Sou vascaíno declarado e só tenho que agradecer por tudo que a torcida fez por mim nesses anos todos.

BRAZ: Tem acompanhado os jogos do Vasco na Série B? O que tem achado do time?

PEDRINHO: Eu tenho acompanhado. A pressão é muito grande quando um time do porte do Vasco cai, mas eu vejo o Vasco com todas as garantias para subir.

BRAZ: Você pensa em comparecer a São Januário ainda na campanha da Série B?

PEDRINHO: Ainda não fui, mas penso. Estou vendo com os amigos um jogo legal para ir, vou levar meu filho.

BRAZ: O que você tem a dizer aos torcedores do Vasco?

PEDRINHO: Eu sou muito grato por todos os anos que estive ali. Foram 18 anos que eu vivi ali no Vasco. É toda uma vida. Não queria de jeito nenhum que o Vasco caísse, mas infelizmente aconteceu e a torcida do Vasco mostrou a grandeza dela. Eu sou grato por tudo mesmo, fico muito emocionado de fazer parte de um clube tão vitorioso e com uma torcida tão vibrante.

BRAZ: O que você tira de lição da sua carreira?

PEDRINHO: Sou muito grato a Deus pois mesmo com todos esses problemas eu consegui vencer. Segundo que eu tenho a plena consciência de que sempre me dediquei acima dos 100%. Tenho total consciência que fiz sempre o meu melhor. Eu acho que é isso que eu guardo comigo.

Fonte: Blog Dois Toques

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