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NETVASCO - 07/08/2009 - SEX - 20:31 - Confira entrevista com o ex-presidente Agathyrno da Silva Gomes

O ex-presidente do Vasco Agathyrno da Silva Gomes concedeu entrevista exclusiva ao site do CRVG, pouco antes da homenagem que vai receber no sábado (08/08), por conta da conquista do primeiro campeonato brasileiro em 1974, quando presidia o clube.

Emocionado ao falar das suas três administrações (1968 a 1976) o advogado Agathyrno, apesar dos seus 82 anos (nasceu em 21/11/1927), demonstra muita lucidez ao relembrar nomes e situações durante os 10 anos em que esteve à frente do Gigante da Colina.

Ele fala com saudades do tempo em que o futebol era mais amor e menos – e bota menos nisso – dinheiro.

Segundo ele, as receitas dos clubes vinham exclusivamente da arrecadação com sócios. Confira a entrevista.

Há 35 anos o senhor era presidente do Vasco quando ele ganhou o seu primeiro Campeonato Brasileiro. Que lembranças tem dessa época?

As melhores possíveis. O Vasco não era campeão há 13 anos. Aqueles 2 a 1 em cima do Cruzeiro, ninguém esquece, muito menos eu.

A sua iniciativa em interditar o Mineirão para o jogo Vasco e Cruzeiro em 74, foi decisiva para a vitória do seu clube no Brasileiro daquele ano. Algumas pessoas dizem que o senhor usou de “malandragem”. Concorda?

Claro que não. Usei de uma prerrogativa que estava garantida no regulamento. Fui informado pelo Heleno Nunes (meu amigo na CBD, atual CBF) que tinha havido agressão do Carmine Furletti (dirigente do Cruzeiro) ao juiz Sebastião Rufino que não marcara um pênalti em Palhinha e o técnico Hilton Chaves teria feito a mesma coisa com o bandeirinha. Se o Vasco tivesse vencido o Internacional de Porto Alegre no Maracanã no mesmo horário em que o Cruzeiro disputava com o Santos no Mineirão, teríamos sido campeões naquele dia.

Mas não foi assim. O Vasco vencia o Inter por 2 a 0 (gols de Roberto e Zanata). Bobeamos e eles empataram. O Cruzeiro venceu o Santos e fomos para um jogo extra que poderia ter acontecido em Belo Horizonte, mas com as agressões...

Como se sente sendo homenageado pela nova diretoria e principalmente por Roberto Dinamite que era seu jogador naquela época?

Estou muito emocionado. Quero rever cada um dos meus ex-atletas. Tenho um carinho muito grande por eles, porque sei que são todos homens de bem. O Vasco está em boas mãos com o Dinamite. Aliás, quando contratava um jogador, o mais importante pra mim era a conduta não só dentro de campo, mas fora dele também.

Por conta disso posso dizer que não tive jogador problema. Quando queria contratar alguém recorria aos meus dois principais conselheiros: Pai Santana e o roupeiro Severino. Não errei nunca. Aliás, quero abraçar eles dois quando estiver em São Januário no sábado. Sei que o Santana está muito doente e gostaria que alguém me desse o telefone da casa dele.

Qual foi a sua maior realização enquanto presidente do clube?

A maior delas foi sem dúvida a reabertura de São Januário, com nova iluminação e as finanças saneadas além do quadro de funcionários enxuto. Havia mais de 500 pessoas na folha, a maioria praticamente ociosa. Também deixei o Vasco com 45 mil sócios pagantes que praticamente bancavam as despesas com salários.

Se arrepende de alguma coisa?

Não, de jeito nenhum. Quando assumi o Vasco no lugar do Reinaldo Reis que havia sido cassado, o Havelange me disse: “Você vai arrumar sarna pra se coçar”. Ele se enganou.

Qual a diferença do futebol daquela época e hoje?

O futebol está muito mercantilizado. Tudo agora é dinheiro. Os valores mudaram muito.

Agathyrno cita Camões, poeta português: “trabalha Vasco da Gama, para mostrar aos outros que as glórias que eles cantam não tem como tu valor e fama”.

Que conselho daria a nova diretoria?

O Vasco é um gigante e precisa ocupar o lugar dele. Ele já foi palco de grandes reformas sociais, também já foi o maior centro de instrução militar do país, o ex-presidente Getúlio Vargas anunciava as decisões mais importantes do seu governo em nosso estádio. Por isso, eu diria a essa nova diretoria, principalmente ao Roberto, para não se envolver em briga política. Ouça quem precisar ouvir, mas a decisão final é sempre do presidente, porque o regime é presidencialista. Liderança não se divide. Você conquista e pronto.

Fonte: Site oficial do Vasco

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