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NETVASCO - 21/06/2009 - DOM - 15:45 - Feminino: Ex-vascaínas Sissi e Marta se enfrentam nos EUA

Quando Marta ainda era apenas uma menina que batia bola com meninos em Dois Riachos, Sisleide Lima do Amor, a Sissi, já batalhava em busca do reconhecimento do futebol praticado por mulheres e, em 1999, foi artilheira da Copa do Mundo dos EUA, com sete gols, além de levar o Brasil ao terceiro lugar na competição. Aos 42 anos, então auxiliar técnica de Albertin Montoya no Gold Pride, da nova liga americana, a WPS, ela recebeu o convite para voltar a jogar profissionalmente. E aceitou. Ela só reestreia no dia 5. Hoje, sua equipe enfrenta o Los Angeles Sol, de Marta, no clássico dos times da Califórnia.

– Não cheguei a jogar junto com ela, mas, quando estava no Vasco, ela já jogava no time sub-15, em 2000, e percebia que ela era especial. É um orgulho para mim poder acompanhar uma jogadora como ela, com uma história de vida parecida, canhota como eu, que joga com a camisa 10 da seleção e é a melhor jogadora do mundo – disse Sissi, sem comparações. – Temos estilos diferentes. Sou mais armadora.

Sissi não atuava como profissional desde o fim da antiga liga americana, a WUSA, em 2004, quando defendia o San Jose Cyber Rays. Desde então, defendia o California Storm, da WPSL, uma liga amadora famosa nos Estados Unidos. No último dia 6, ela disputou seu último jogo pelo time. Marcou dois gols e deu passe para outro na vitória por 4 a 1 sobre o Sacramento Pride.

Antes mesmo do convite de Montoya, Sissi já treinava com o grupo do Gold Pride. Ela esperava ter sido relacionada no começo da temporada, mas, depois de uma conversa com o treinador, ficou definido que trabalharia como auxiliar. Ao acompanhar os treinamentos, mudou de ideia e decidiu dar uma chance para a veterana, que pretende encerrar a carreira ao fim da temporada.

– Fiquei até surpresa. Depois do treino de terça-feira (dia 9), ele comunicou que me adicionaria ao time. Já estava trabalhando como treinadora, que é o meu futuro. Mas dentro de mim ainda tinha esperança de jogar mais este ano. Se puder jogar 10 minutos, farei de tudo para ajudar o time. Muita gente duvidava por causa da minha idade. Mas me cuido e sei da minha responsabilidade – comentou Sissi, que adotou duas crianças nos EUA, Michael, de 3 anos, e Marisa, de 1 ano e meio. – Eu queria ter tido a chance de adotar no Brasil, mas ela surgiu aqui e mudou completamente a minha vida. Antes, o futebol era a minha prioridade.

Respeito

Sissi deixou a seleção sem aviso prévio. Depois da Olimpíada de Sydney, não foi mais chamada. Há quase 10 anos nos EUA, tem green card, fala com sotaque e trabalha como treinadora num colégio e numa universidade, além de ter dois times sub-14 e sub-15. Satisfeita com o que a vida lhe deu, ela se considera uma pessoa respeitada e conhecida em solo americano. Mais do que no Brasil.

– Gostei da vinda das brasileiras para o meu time (Formiga, Adriane e Érika). Voltei a falar português – vibrou. – Acho que aqui valorizam a minha vida, que mudou depois de 1999. Sou reconhecida na rua – comentou Sissi, que acredita no sucesso da nova liga, depois da experiência ruim com o fim da WUSA.

Fonte: Jornal do Brasil

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