Netvasco
Clube
Notícias
Futebol
Esportes
História
Torcidas
Mídia
Interativo
Multimídia
Download
Miscelânea
Especial

Busca pesquisar

Celular
FAQ
Orkut
RSS
Twitter
Chat
Vídeos

NETVASCO - 07/06/2009 - DOM - 16:23 - Pesquisa do Ibope diz que torcedor vascaíno é o menos 'ético'

Num mundo em que fidelidade, seja ela conjugal, partidária ou virtual, virou artigo de luxo, o futebol é um antro de resistência do amor leal e verdadeiro. Não em campo, já que, desde que foi transformado em “big business”, o dinheiro pôs o sentimento para escanteio e passou a ditar destinos de craques e pernas de pau. É nas arquibancadas onde ainda se pode encontrar paixão em estado bruto. A relação inviolável de torcedores com seus clubes acabou servindo de inspiração para “A Pátria das Chuteiras, um estudo sobre os times cariocas”, que traça um curioso perfil dos torcedores dos quatro grandes clubes da cidade, além de confirmar e desmentir mitos ligados à bola.

— Não existe fidelidade entre consumidor e marcas, é uma relação volátil. A exceção é o futebol. A fidelidade está no DNA dos torcedores — diz Flávio Cordeiro, um dos sócios da agência Binder, que encomendou o estudo ao Ibope. — Se entendermos a relação do brasileiro com o futebol, compreendemos também sua relação com as marcas.

Mulheres são maioria entre os tricolores

Sob o pretexto de radiografar o consumidor nas diferentes esferas de sua vida a partir do universo das torcidas de futebol, o Ibope ouviu, entre fevereiro e julho do ano passado, 3.681 pessoas das classes AB, C e DE, de 12 a 64 anos, moradoras da região metropolitana do Rio. Do total, 600 (17%) não tinham um time de coração. Alguns resultados foram surpreendentes, outros nem tanto, como a superioridade esmagadora da torcida do Flamengo sobre as rivais.

Ela responde por 58% dos cariocas, quatro vezes mais do que os vascaínos (17%). (Nota da NETVASCO: Quatro vezes 17% seriam 68%, e não 58%.)

Das novidades, uma das que mais chama atenção é a de que o futebol vem deixando de ser coisa de homem, tendência que as rodinhas de altinho nas praias já indicavam. Entre tricolores (52%) e rubro-negros (51%), por exemplo, as mulheres são maioria. Isabella Motta é uma das torcedoras que ajuda a colorir a arquibancada em dias de jogos do Fluminense. Apesar de contrariar as convicções do pai, rubronegro roxo, ela acompanhou a campanha da Libertadores em 2008 — com direito a pernoite na fila na tentativa, frustrada, de comprar ingresso para a final contra a LDU — e depois sofreu, de corpo presente, até terminar o pesadelo com o fantasma do rebaixamento no Brasileiro.

— Empurrar o time é um sentimento gostoso. Tenho a sensação de mais segurança hoje em dia — diz Isabella, à luz dos confrontos recentes entre torcedores de Corinthians e Vasco, que deixaram um morto e vários feridos na semifinal da Copa do Brasil, em São Paulo. — A presença feminina é importante para ver se o olhar machista diminui.

Na ambivalência dos números, Isabella, de 28 anos, também faz parte de uma minoria.

O estudo apontou que a torcida do Fluminense precisa se renovar. Entre todas, é a mais envelhecida, com 52% de seus integrantes na faixa entre 45 e 64 anos. Os alvinegros seguem pelo mesmo caminho, com 54% na faixa de 35 a 54 anos.

Rubro-negros e vascaínos, coincidentemente os que mais tiveram motivos para comemorar nos últimos 15 anos, têm os maiores percentuais de torcedores jovens: 27% estão na faixa entre 12 e 24 anos.

— Hoje, a tendência da torcida do Fluminense é diminuir.

A receita é ganhar título — afirma Flávio, da Binder. — O título da Libertadores poderia ter mudado isso.

Técnico campeão brasileiro de 1984 e do time atual, que ainda busca a fórmula do sucesso na temporada, Carlos Alberto Parreira não concorda que as vitórias sejam o único caminho para a renovação.

— Lá em casa, por exemplo, minhas netas são todas tricolores.

Fui aos jogos finais da Libertadores como torcedor e vi muitas crianças — rebate o treinador. — De uns anos para cá, o São Paulo ganhou quase tudo. Ficou a impressão de que só cresce a torcida do time que ganha. Não é bem assim.

Fundado em 1902 por Oscar Cox, brasileiro, filho de pais ingleses, radicado na Suíça, o Fluminense nasceu na aristocracia e nunca se distanciou de sua origem. Até pelo fato de ser uma torcida “madura”, com a maior parte de seu contigente na fase mais economicamente ativa da vida profissional, é quem se destaca quando o assunto é poder aquisitivo: 46% dos tricolores pertencem à classe AB, dez pontos percentuais acima da média da população carioca.

Os alvinegros vêm em seguida, com 32%. Na classe DE, os tricolores são apenas 7%, contra 20% da população. Rubro-negros (53%) e vascaínos (47%) têm maior representatividade na classe C, a nova classe média brasileira.

— A torcida do Flamengo é mais bem distribuída do que as outras. Os alvinegros são 24% na classe DE, mas a base da pirâmide rubro-negra, que tem 20% apenas, é maior — explica Flávio.

No campo ético, há variações de postura. Os alvinegros são os mais altruístas. Mais de 90% concordam, total ou parcialmente, com a afirmação “as pessoas deveriam ajudar mais a resolver os problemas sociais”. Rubro-negros e vascaínos se preocupam mais consigo antes dos outros. E os torcedores do clube de São Januário não têm vergonha de dizer que “o mundo é dos mais espertos”. Com 47% de aprovação à afirmação, eles se mostram adeptos ferrenhos da antiga “Lei de Gérson”, e levam a uma inevitável associação à figura do ex-presidente Eurico Miranda, que deu as cartas entre 1985 e 2008.

— Nessa época, o clube ficou famoso pela máxima do “não importam os meios, e sim os fins”— conclui Flávio.

Hábitos, do celular à cervejinha

Tendo a fidelidade como ponto de partida, a pesquisa mapeou a vida dos torcedores. As informações serão aplicadas no mercado. Além de detalhes associados à relação com o futebol, o estudo revela quem são os maiores “beberrões”, a predileção por cadeias de fast food, uso de celulares e até mesmo hierarquiza os adeptos do sexo seguro.

Os tricolores despontam quando o assunto é o gosto por bebidas alcoólicas.

São eles os maiores consumidores de cerveja, vinho, whisky e aguardente. Não por coincidência, alegam que, devido à vida agitada, não conseguem se cuidar como deveriam. O levantamento de copo é o esporte preferido. Os alvinegros (50%) são os que mais fazem exercícios, seguidos pelos vascaínos, que, contraditoriamente, surgem como os consumidores mais vorazes de fast food (60%). O clube, por sinal, é patrocinado por uma cadeia do segmento.

Os torcedores cariocas gastam, em média, R$ 53 mensais com telefonia celular. Com maior poder aquisitivo, os tricolores são os principais usuários de serviços como identificador de chamadas e mensagens de texto. A chance de ver um torcedor do Fluminense desfilando com um carro zero quilômetro nos próximos 12 meses também é maior do que a dos rivais.

Vascaínos e alvinegros são os mais precavidos na hora de namorar: 36% usam preservativos. Pelo sim, pelo não, o número de torcedores que possui plano de saúde está acima da média da população, de 33%.




Fonte: O Globo

índice | envie por e-mail

Anterior: 16:15 - Paulinho Mocidade marcou presença em São Januário
Próxima: 19:03 - Troféu NETVASCO 2009: Dê suas notas para as atuações