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NETVASCO - 06/06/2009 - SÁB - 10:21 - Dinamite se declara contra jogos com torcida única

Os jogos com torcida única encontraram apoio e resistência entre os integrantes do Clube dos 13. Formada por 20 equipes, a entidade é a maior força política do futebol brasileiro ao lado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Presidida por Fábio Koff, ela foi fundada em 1987 e até hoje se mantém com poder de lobby para decisões. Depois da manifestação do ministro do Esporte, Orlando Silva, as vozes dos dirigentes se levantaram e estão longe de chegar a um consenso.

Há quem considere a opção pelo jogo de torcida única uma tentativa de tirar o foco da deficiência da segurança pública no País. Outros preferem apoiar a medida e até discutem as formas de sua aplicação, como o presidente do Flamengo, Marcio Braga.

"Para São Paulo, pode ser que funcione. Lá a violência costuma ser maior do que aqui. É uma solução possível, já que a própria polícia alega não ter condições de dar segurança permanente", destacou.

"O mesmo remédio não serve para o Rio. A polícia tem controlado os excessos. Não pode ser uma medida generalizada. O Maracanã tem outra conotação. A violência é visível, mas parece sob controle. A torcida faz parte da festa. Não para acontecer um Fla-Flu só com a torcida do Flamengo ou só a do Fluminense", emendou Márcio.

Mais veemente, o presidente do Santos, Marcelo Teixeira, critica intensamente a proposta feita pelo ministro e que ganhou coro do promotor Paulo Castilho, do Ministério Público de São Paulo.

"É o total descrédito de nossas autoridades, a falência e incompetência de nosso sistema, a perda da beleza, da essência e das razões do futebol. A violência não está apenas nos estádios ou nos torcedores dos clubes, está nas ruas e na sociedade. É um assunto sério, grave e que requer medidas do Congresso Nacional e na educação do País", atacou.

"Precisamos identificar essa pequena minoria, infiltrada em torcidas organizadas, que provoca o tumulto e problemas em dias de espetáculos. O problema é a legislação e a impunidade, pois eles são identificados, mas liberados por não haver leis que coloquem estes bandidos na cadeia".

Os presidentes de Grêmio e Internacional, Duda Kroeff e Vittorio Piffero, respectivamente, são rivais no campo, mas se unem na discussão a Marcelo Teixeira, assim como Roberto Dinamite, do Vasco.

Eles são contra a realização de jogos com torcida única, medida que o promotor Paulo Castilho já pretendia adotar para a final da Copa do Brasil, entre Corinthians e Internacional. O primeiro jogo será em São Paulo, palco da morte do corintiano Clayton Ferreira de Souza, 27 anos, na última quarta-feira.

A tragédia fez, inclusive, o presidente do Vitória, Jorge Sampaio, mudar seu conceito. Ele acompanha o raciocínio do presidente do Atlético-MG, Ricardo Guimarães, que já pretendia sugerir essa medida para os clássicos com o Cruzeiro.

"Fiquei estarrecido com o que aconteceu. Sou aquele dirigente mais romântico, gosto das duas torcidas, mas realmente é de preocupar a vida que se foi e outras que poderiam ter ido. É preciso pensar com cuidado, com muito zelo. Estou disposto a repensar e não é uma possibilidade descartada. Quero estudar um pouco mais, digerir melhor isso tudo", afirmou Jorge.

Fonte: Jornal do Brasil

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