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NETVASCO - 05/06/2009 - SEX - 12:54 - Proprietário do ônibus incendiado critica Polícia e lamenta prejuízo

Quarta-feira era para ter sido mais um dia de trabalho para o motorista Maurício de Oliveira Lima, mas a guerra entre corintianos e vascaínos antes e após o jogo transformou sua vida em um inferno.

Lima é o proprietário do ônibus incendiado por torcedores do Corinthians na Rua Desembargador Paulo Passaláqua, uma das que circundam o Pacaembu. Ele estava no local no momento do ataque. Afirma que tudo aconteceu muito rapidamente e que quase não deu tempo de ver a ação dos vândalos, por isso não sabe dizer quantas pessoas participaram da ação.

A equipe de reportagem do LANCE! encontrou o motorista ontem de manhã, na mesma rua, quando foi fotografar o que restou do veículo. Com olhar incrédulo, desolado, Lima ainda tentava entender o que havia acontecido: – É triste, né? Uma coisa que a gente batalhou tanto para ter e, de repente, vai embora dessa forma...

O encontro com o motorista revela o lado muitas vezes esquecido das vítimas que não têm vínculo algum com as facções envolvidas.

Lima afirmou ainda que não terminou de pagar as prestações do ônibus incendiado e que o veículo não estava segurado. Ele não sabe como vai arcar com as despesas. Disse que a única fonte de renda era o ônibus.

– Vou cobrar de quem, agora? Quem vai se responsabilizar por isso? Se a segurança tivesse sido reforçada, isso não teria acontecido. Como vou fazer para pagar as prestações? – perguntou, emocionado.

Para ele, eventos como o de ontem poderiam ser evitados se houvesse mais planejamento das autoridades e um esforço maior da Polícia Militar em coagir a violência nos estádios: – Se (os torcedores) fizeram isso é porque deram brecha. E se deram brecha é porque houve falha no policiamento... Não sei mais o que falar diante de uma situação dessas.

Lima esperou. E por volta das 19h de ontem um guincho levou o que restou do ônibus para o Rio.




Bate-Bola com Maurício Lima

Como foi que o ataque aconteceu?

Passaram ao lado e atiraram no carro, que estava parado aqui mesmo.

Quantas pessoas eram?

Não sei o número ao certo, mas eram várias.

O que você acha que faltou para evitar isso?

Acho que um pouquinho mais de organização. Se tivesse segurança, isso não teria acontecido.

O ônibus tem seguro?

Não tem. E agora, vou cobrar de quem o prejuízo?

O que você sentiu?

Muita tristeza.

Fonte: Lance

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