O Vasco, como diriam, caiu do cavalo. O time esteve perto da vaga na decisão da Copa do Brasil e porum mísero golzinho foi obrigado a se contentar com a disputa da Segunda Divisão. A eliminação para o Corinthians deverá permanecer por algum tempo na lembrança dos jogadores, ainda mais pelo bom futebol apresentado no Pacaembu. O desafio do Gigante da Colina é se levantar e seguir adiante, com ou sem vaga na Libertadores.
É bom que a recuperação seja rápida. Maus resultados na Série B poderão ameaçar o bom ambiente em São Januário. A união do grupo é apontada como um dos principais motivos do futebol valente que acuou o time paulista dentro de sua própria casa. Não custa nada lembrar que, maior do que a decepção de ontem, é a obrigação de amanhã.
– A vida continua e acredito que fomos melhores em três dos quatro tempos que disputamos com o Corinthians. Vamos subir para a Série A e seremos campeões. Tenho certeza de que muita coisa boa está reservada para esse grupo. Lá na frente, nós teremos mais vitórias do que derrotas para recordar – garantiu um sereno Carlos Alberto.
Os efeitos do fracasso em São Paulo não poderão ser vistos apenas no desempenho do time amanhã, contra o São Caetano, em São Januário. Por enquanto, é uma incógnita a reação dos torcedores diante da constatação de que a temporada no primeiro escalão do futebol nacional acabou. Como disse Fábio Fernandes, vice-presidente de marketing, o projeto de captação de 100 mil sócios do clube depende dos resultados dentro de campo.
Pelo menos até o momento, os vascaínos têm dado exemplos de que quanto maior for o tombo maior será o apoio para que o Cruzmaltino possa se reerguer. A surpreendente reação dos torcedores no Maracanã após a goleada sofrida para o Botafogo, na semifinal da Taça Rio, serve de conforto para os jogadores.
– A torcida viu o nosso empenho. Ela não vai nos abandonar. Pelo contrário, ela vai se mobilizar ainda mais. Comparando, a festa da torcida do Vasco no Maracanã foi infinitamente maior do que a da torcida do Corinthians – disse o zagueiro Gian.
Ontem, no desembarque no Aeroporto Santos Dumont, a possível festa deu lugar à indiferença de um saguão vazio. A convocação do vascaíno para que o sentimento não pare começa agora. Até porque, na boa campanha em 2009, o torcedor tem a sua parcela de contribuição.
– Sempre contamos com os vascaínos para o que der e vier. Contamos com eles do início ao fim – concluiu Rodrigo Pimpão.
A evolução do elenco vascaíno na temporada
Desconfiança
O elenco do Vasco foi montado e visto com desconfiança por torcedores e crítica. A derrota na estreia no Carioca – 2 a 0 para o Americano – aumentou ainda mais o pessimismo de alguns.
Imaturidade
Depois de vitórias convincentes em cima de Botafogo e Flamengo, a qualidade do time deixou de ser colocada em questão. Mas a goleada sofrida para o Alvinegro na semifinal da Taça Rio levantou dúvidas a respeito da maturidade do time.
Personalidade
A campanha positiva na Copa do Brasil e, especialmente, a postura do Vasco na segunda partida da semifinal contra o Corinthians mostrou um Vasco capaz de atuar bem sob pressão. Faltou pouco para o time alcançar a grande decisão.
Bate-bola com Dorival Júnior
Qual a sua expectativa para o comportamento do Vasco após a eliminação na Copa do Brasil?
No primeiro momento, creio que é natural uma pequena queda de produção. Mas a reação do Vasco será rápida, não tenho dúvidas. Teremos uma série de partidas decisivas pela Série B e temos consciência de que uma boa arrancada poderá nos propiciar uma tranquilidade mais à frente.
O Vasco deixa a Copa do Brasil com a sensação de dever cumprido?
Não. Dever cumprido é quando você completa um objetivo. Mas o Vasco deixa a competição de cabeça erguida e com a certeza de que evoluirá ao longo da Série B.
Qual foi o maior mérito de sua equipe contra o Corinthians?
Em momento algum o Vasco se acovardou. Chegamos a tomar conta da partida. Há muito tempo não via o Corinthians atuar daquela maneira, recuado. Isso mostra a nossa evolução.
Você tem algum arrependimento na estratégia para as semifinais da Copa do Brasil?
Não. Mas lamento pelo primeiro tempo da partida no Maracanã. Não rendemos. No Pacaembu, a história foi diferente. Acho que merecíamos uma sorte melhor.
Fonte: Lance