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NETVASCO - 05/04/2009 - DOM - 12:53 - Ramon comemora boa fase no Vasco: 'Dei cinco passos à frente' Desde criança, tudo pareceu conspirar para que Ramon não virasse jogador de futebol. A começar por ele, que nunca fez do sonho de muitos garotos uma obsessão. Quando se decidiu pela bola, teve que driblar até enchente e hepatite antes de virar o lateral que a torcida do Vasco elegeu como maior revelação das 21 contratações de 2009. Hoje, contra o Bangu, às 16h, em São Januário, ele cumpre nova etapa da temporada que virou marco na carreira.
Aos oito anos, com o pai e a mãe, Ramon trocou Cachoeiro de Itapemirim por Vila Velha.
Jogou futsal por lazer e depois, já no campo, brilhou na Copa Gazetinha como atacante: — Com 13 para 14 anos, tinha dúvida se queria jogar. Pensava em ser advogado. Uns olheiros me levaram para o Real Salvador, na Bahia. Fiquei numa casa e, um dia, teve uma enchente.
Fiquei com água até o joelho. Ali me decepcionei com o futebol e voltei para casa. Ficar no Vasco: a vontade do lateral “falador” Voltar não foi tão fácil. O pai sonhava com o filho jogador.
— Ele ficou um mês sem falar comigo — recorda Ramon.
Durante um ano, não pegaria em bola e foi trabalhar em uma farmácia. Por R$ 130 mensais.
— Um dia me convenceram a jogar um torneio no interior de São Paulo. Não queria pensar em arrumar time. Veio proposta de Cruzeiro, Fluminense e a do Inter. Pagavam R$ 800. Aí pensei: com 17 anos, que garoto ganha isso? Resolvi ficar no futebol.
Os pais vibraram. Em 2006, teve as primeiras chances no Brasileiro. Em 2007 sofreu lesões na coluna e púbis e parou por sete meses. Em 2008, com hepatite, mais dois meses parado: — Voltei e fiz dois jogos seguidos com o Abel. Só que logo o Abel foi embora, veio o Tite e não joguei mais. O Gustavo Nery chegou e virei terceiro reserva.
No Vasco, Ramon chama atenção pela disposição. No treino, brinca e fala sem parar.
Nos jogos, vibra com um desarme como se fosse gol: — Sou elétrico, ansioso, ligado na tomada. De noite, eu durmo.
Acho mais valioso roubar bola lá atrás do que fazer gol — diz ele, conhecido como “falador”.
Emprestado até o fim do ano, ele quer ficar no Vasco: — Botei na cabeça que, neste ano, tinha que jogar. Aceitaria dar um passo atrás para dar dois à frente. Aí veio o Vasco. Dei cinco passos à frente. Sou grato ao Inter, mas aqui estou feliz.
Hoje, o time tenta manter 100% de aproveitamento na Taça Rio. Com um empate, o Vasco garante o primeiro lugar no grupo, desde que o Fluminense não goleie o Flamengo.
Fonte: O Globo
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