NETVASCO - 24/03/2009 - TER - 17:54 - Confira a íntegra da participação de Dorival Jr. no programa 'Bem Amigos'

Declarações do treinador Dorival Júnior ao programa "Bem Amigos", do canal Sportv, na última 2ª-feira (23/03):

MÁGOA PELA DISPENSA DO CRUZEIRO EM 2007

"Não, de maneira nenhuma. Finalizou o contrato, e a diretoria achou por bem não renovar. Não vejo problema nenhum. Acho que foi cumprida uma etapa, de repente. Alcançamos aquilo que poucos acreditavam, inclusive [vaga na Libertadores]. De repente, acabou uma fase. Mas não teve problema nenhum, não. Saí satisfeito com tudo que recebi no Cruzeiro. Tenho certeza que tentamos fazer o máximo."

DUNGA, TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

"O Dunga, para mim, é o maior exemplo de superação de um atleta. Eu não tenho conhecimento de outro. Agora, o Ronaldo, que é um caso à parte também, acho que não existe no Brasil uma pessoa que não goste do Ronaldo. Mas também é um exemplo de superação. Agora, o Dunga, o que aconteceu naquela Copa de 90, o pós-Copa, e a recuperação dele... Quando muitos dizem que o Romário ganhou aquela Copa sozinho, eu concordo que o Romário foi o diferencial da Copa. Mas a presença do Dunga naquela Seleção foi fundamental para que novamente conquistássemos, depois de um longo período, uma Copa do Mundo. Esse rapaz é um exemplo, em todos os sentidos, para qualquer atleta. Se querem um exemplo ou um espelho, a vida do Dunga representa muito isso."

ATITUDES PARA DIMINUIR A VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS E ENTORNOS

"Acho que é o correto, é o momento. Está na hora. Nós estamos com duas instituições falidas no Brasil, as principais: a educação e a família, se é que podemos colocar dessa forma. A banalização da violência parte principalmente do exemplo de cima. Não se pune em cima. E não é só no esporte, não. Não se pune em cima a classe política brasileira. Infelizmente, é isso. Em um país que não existe punição, que não existe o cumprimento, o povo se vê no direito de tomar qualquer atitude. Inversão de valores, hoje em dia no Brasil, é uma coisa clara. Você não sai mais de casa porque você se sente totalmente desprotegido. Você se sente ameaçado a todo instante. Hoje eu não posso passar com a camisa do Vasco no meio da torcida do Flamengo, porque eles não olham o ser humano. Eles olham um adversário, eles olham um bandido vestindo uma camisa ao contrário, um inimigo."

MARKETING

"Diga-se de passagem, o trabalho do marketing do Corinthians nesses últimos dois anos, tira-se o chapéu, em todos os sentidos. Tem uma pessoa lá que realmente é acima da média, fazendo um trabalho que está sendo exemplo a todos os clubes. Quem quiser, que siga, porque o caminho é esse."

SEMIFINAIS DA TAÇA RIO

"Ainda não. Vamos confirmar rapidamente. Está complicado ainda."

GRUPO A (VASCO E FLUMINENSE) SER MAIS FRACO

"Eu não acredito, não. Acho que existe um equilíbrio. Principalmente o segundo turno está um pouco mais disputado."

VASCO TERMINAR COMO PRIMEIRO DO GRUPO

"Temos que fazer primeiro a nossa parte, senão não adianta nada ter ganho os clássicos."

VASCO 2 X 0 FLAMENGO: JOGO ATÍPICO

"Foi, porque, queira ou não, o jogo ficou... Nós não sabíamos o que ia acontecer na jogada seguinte, porque o número de cartões, o Vasco, se não me falha a memória, sete, mais quatro pelo Flamengo, e os vermelhos. Você nunca sabia o que poderia acontecer na jogada seguinte. Alguns jogadores sentindo, tendo dificuldades ali, o próprio Titi, o quarto-zagueiro, com um problema, e a gente não podendo alterar, em razão dessa condição. Foi um jogo eletrizante. O que eu vi, taticamente, é as duas equipes deixando a desejar, um jogo muito aberto, muito franco. As equipes arriscavam, perdiam a bola, corriam o risco de um contra-ataque, que poderia ter sido fatal."

CONTRA-ATAQUES APÓS A EXPULSÃO DE WILLIANS, DO FLAMENGO

"É um relaxamento natural. Até você se posicionar, é complicado. Você perde um jogador, às vezes o time tem tudo para poder se organizar rapidamente e poder usar essa vantagem que tem. De repente, acaba acontecendo ao contrário."

CLÁSSICO VIOLENTO, DESLEAL

"Não, em momento nenhum."

MONTAGEM DO ELENCO

"Acho que primeiro você tem que ter um parâmetro, uma ideia. Eu me preocupei em saber o que o Vasco poderia gastar para que a gente pudesse montar uma equipe. No primeiro momento, tivemos muitas dificuldades, porque a maioria dos jogadores que contactávamos, logicamente que evitavam até que estendêssemos [a conversa]. É normal. Isso aconteceu conosco também no Sport, aconteceu o ano passado no Coritiba. Queira ou não, qualquer atleta fica esperando uma outra situação. Hoje, a realidade do Vasco, o Vasco não deixou de ser uma grande equipe. Mas a nossa realidade é que nós éramos uma equipe no início do ano, e ainda somos, de segunda divisão do futebol brasileiro. As possibilidades para o atleta são menores em uma equipe assim, teoricamente falando, e na visão de cada um deles. Nós tivemos muitas dificuldades no início. Agora, acho que você tem que ter, acima de tudo, você tem que pinçar isso, buscar, estar atento ao que está acontecendo no mercado - Série A, B, C -, tem que saber os campeonatos regionais, aquilo que está se passando, para que se você não puder montar uma equipe dentro daquilo que você espere no primeiro momento, você possa ir buscar também grandes opções que não tenham tanto custo. E assim foi feito."

EMPRESÁRIO CARLOS LEITE E DIRETOR-EXECUTIVO RODRIGO CAETANO

"Nós tivemos a colaboração direta do Carlos Leite. Se não fosse pela intervenção dele, como vascaíno que é, nos ajudando na montagem, o Vasco não teria uma equipe para abrir o campeonato. Nós tínhamos ali oito jogadores apenas do elenco anterior. Depois, a chegada do próprio Rodrigo Caetano, que vem fazendo um trabalho organizando, em todos os sentidos, o Vasco. O Vasco hoje está pensando realmente em uma restruturação. Eles têm sido pessoas importantíssimas nesse momento."

ENCAIXE

"E o leque que nos foi dado, para que pudéssemos buscar alguns jogadores importantes em alguns clubes, e que não vinham sendo aproveitados. Outros que se destacaram em times de Série B, para que você pudesse buscar um encaixe, o que não fácil. Acabou acontecendo um pouco antes até do que imaginávamos. Esse período, para mim, se estenderia um pouco mais, talvez até abril ou maio. Aí sim, talvez conseguíssemos aquele encaixe, o que é natural e normal em qualquer outra equipe."

COMPROMETIMENTO

"Isso é acima do normal. O que tem acontecido no Vasco..."

BLINDAGEM E UNIÃO

"Nós tentamos fazer isso mesmo, deixá-los à parte de tudo isso. Mostrei logo no início. Eu falei 'Se pegarmos os jornais, tudo que se fala do Vasco, logicamente que tem o dia-a-dia do clube, mas basicamente é uma notícia ruim a cada dois ou três dias. Se começarmos a olhar tudo isso, não vamos andar, sair do lugar. Nós temos um outro objetivo. Primeiro, o acerto da equipe. Nós temos que nos preocupar e atacarmos rapidamente esse fato'. A conscientização dos jogadores foi muito importante, a participação, principalmente desses jogadores mais importantes do grupo. O Fernando, o Carlos [Alberto], os dois goleiros, o Léo [Lima] tiveram realmente uma inteiração. Eles criaram um ambiente muito favorável dentro da equipe. E a cobrança entre eles é muito grande. Os jogadores que chegaram, naturalmente chegaram já tendo naquilo ou aonde poder se escorar. Isso é um fato importante para um grupo de trabalho. O que a gente sente é que esse tem sido o principal ponto. O Vasco não tem nada de extraordinário. Tem um grupo, para mim, que é um grupo qualificado, tem qualidades. É um grupo que realmente está lutando por o mínimo espaço em campo, não desiste me momento nenhum. Esse tem sido o principal ponto. Mas, acima de tudo, é um grupo que está se cobrando muito e que está colocando o ano de 2009 como um ano que pode vir a ser um diferencial na carreira de cada um. Principalmente o Carlos, que é, para mim, uma referência."

ELENCO FORMADO PARA A SÉRIE B

"O que eu penso é que essa equipe tem que ser qualificada. Nós não podemos achar que já é a ideal. Ao contrário, acho que a equipe ainda vai ter um momento, e espero eu que aconteça no próprio campeonato agora, em que tenhamos algumas dificuldades maiores para que ela seja realmente testada, em todos os sentidos. Nós ainda não perdemos dois jogos. Perdemos na estreia da competição apenas. Esse é um ponto que ainda cria uma situação. Como vai ser após duas, três derrotas? Como vai ser a reação interna, não só dos jogadores? Tudo isso ainda vai vir a ser um fato para nós. Logicamente que o nosso trabalho é para que não aconteça. Mas eu só vou talvez poder dar com certeza um parecer, a partir do instante em que passarmos por algumas dificuldades maiores."

NOVAS CONTRATAÇÕES

"Eu ainda espero. Nós já estamos contactando alguns jogadores. Logicamente que pode ser que cheguem ainda, talvez. Mas imaginando para o Campeonato Brasileiro, uma média de três a quatro elementos que venham a fortalecer realmente ainda mais a equipe. Mas que incorporem esse perfil que a equipe vem tendo. Isso vai ser o principal. Eu não abro mão desse quesito."

SALÁRIOS EM DIA

"Eles estão nos dando toda a garantia possível. Tudo que está sendo assumido, está sendo honrado. A diretoria do Vasco tem procurado cumprir. Teve problemas agora iniciais. Já esperávamos isso. Por isso é que esse fato credibilidade é fundamental. Mas foi colocado aos atletas que teríamos essas dificuldades iniciais. Todos eles aceitaram, com tranquilidade. Houve problemas no pagamento do primeiro salário."

CARLOS ALBERTO

"Acho que o Carlos, o ano passado, já teve um ano muito bom. O Carlos já iniciou um processo de recuperação, até porque é um garoto com 24 anos, já ganhou praticamente muito mais do que muitos gostariam de ter ganho hoje em termos de conquistas e títulos. Logicamente que muita coisa aconteceu na carreira dele do dia para a noite. Queira ou não, por mais preparado que a pessoa esteja, ela dá uma desequilibrada. Acho que é o momento oportuno para ele poder voltar, colocar os pés no chão e brigar por alguma coisa maior. Acho que o Carlos tem, por obrigação, criar um desafio novo, um fato novo na carreira dele."

PONTO FAVORÁVEL NA PERDA DE SEIS PONTOS NA TAÇA GUANABARA

"Eu sou sincero. Eu não vi nenhum ponto favorável, até porque eu gostaria de estar brigando pela tentativa de estarmos nas finais da competição. Seria uma condição... Naquele momento seria importante, porque o time também estava respondendo, vinha crescendo. Seria fundamental que pudéssemos ter chego a aquela final. Agora, acabou não acontecendo. Procuramos, nesses dias, intensificar o treinamento. Nós tivemos quinze dias da partida da Copa do Brasil para a reestreia. Logicamente que foi importante. Mas fisicamente, naquele instante, o time estava muito bem. Diga-se de passagem, o trabalho que o Celso Rezende vem executando mais uma vez conosco, dando um suporte muito grande, ele está sendo um diferencial para nós, o trabalho físico. Por isso é que eu falei que o ponto positivo do Vasco tem sido essa entrega. Os jogadores não desistem em momento nenhum. Isso nos agrada. Esse é um ponto que temos batido muito. Espero que mantenha."

MAIS DIFÍCIL SER TÉCNICO OU JOGADOR

"Técnico. Bem mais. O treinador se preocupa com tudo, menos com ele. Você, quando é atleta, não. Ao contrário, você primeiro se preocupa em estar bem, para que você possa estar auxiliando o clube e o grupo. O treinador praticamente tem que se preocupar com tudo que se passa em torno da equipe e do clube. É um pouquinho mais complicado."

PREPARAÇÃO PARA UM CAMPEONATO DE PONTOS CORRIDOS OU COM MATA-MATA

"Não é diferente. Apenas, no momento do mata-mata, você entra com alguns detalhes a mais, para tentar ter um diferencial naquele instante. Mas não vejo diferença, não. Só que para o Campeonato Brasileiro, o teu elenco tem que ser um pouco - para um campeonato de pontos corridos, pela duração - mais composto."

CAMPEONATO CARIOCA PODER SER ENGANOSO

"Todo ano nós ouvimos as mesmas colocações. Foi assim no Campeonato Catarinense com o Figueirense. O Figueirense chegou a pontuar o Campeonato Brasileiro daquele ano. Foi assim no Campeonato Paranaense. Quando eu cheguei no Cruzeiro, me disseram também a mesma coisa, que o Campeonato Mineiro tinha sido um campeonato muito irregular, e que de repente o Cruzeiro não teria... E acabou acontecendo. Eu não vejo por esse lado. Eu ainda acho que os campeonatos regionais mantêm uma boa performance, de um modo geral. Logicamente que nem todas as equipes se preparam da maneira adequada. Mas ainda assim, talvez seja aquilo que vá abastecer as grandes equipes. Tanto é que, principalmente, quem dita o rumo de tudo isso é o final do Campeonato Paulista. Quando acabam os campeonatos, e principalmente o Campeonato Paulista, as demais equipes começam [a contratar]. Por isso, não dá para você ter um parâmetro hoje daquilo que possa vir a ser um Campeonato Brasileiro de Série B, em razão principalmente da finalização do Campeonato Paulista. Aí as equipes começam a se abastecer, primeiramente aqui, e depois alguns Estados que começam a despontar com alguns atletas."

ACOMPANHAR OS OUTROS ESTADUAIS

"Não nesse sentido. Muito mais para tentar pinçar alguma coisa. Poucas são as equipes de saem de um campeonato para o outro apenas com a base, buscando mais três ou quatro elementos."

EDNO, DA PORTUGUESA

"O Edno foi nosso jogador lá no Figueirense. O Edno era um lateral, e que de repente buscou uma adaptação - segundo volante, meia, atacante. E bem em todas as funções. E por alguns anos já, o Edno vem muito bem e vem se destacando. Seria uma excelente contratação. Dificilmente a Portuguesa libera. Aliás, a Portuguesa montou um excelente time. O zagueiro Bruno também é muito bom, o Athirson em um bom momento, o Erick."

Fonte: NETVASCO