O que Fernando, Carlos Alberto, Fábio Luciano e Zé Roberto têm em comum, além de saírem da Europa para voltar para o Brasil? Os quatro tentaram a sorte no futebol alemão, não tiveram uma experiência agradável e reencontraram a alegria no país natal.
A adaptação foi o principal problema. O frio, o idioma e o estilo de jogo diferente foram obstáculos complicados. Tanto que Fábio Luciano ficou dois meses no Colônia; Zé Roberto teve poucas chances em um ano de Schalke 04; Carlos Alberto sofreu com a insônia e ficou seis meses no Werder Bremen.
– Tive problemas com o frio e com o idioma, mas o maior de todos foi a questão da força física. Eles têm um jeito de jogar que exige muito isso e o meu futebol é mais técnico – afirmou Zé Roberto, que contou com a ajuda de um tradutor e dos brasileiros no clube para conseguir se comunicar.
Do grupo, Fernando foi quem mais jogou na Alemanha. Mas, em razão de defender clubes de pouca tradição (1860 Munchen e Duisburg), trocou tudo pelo Vasco.
– Quem vai para a Europa também depende do clube que defenderá. No meu caso, não joguei por um clube grande e ficou um pouco mais difícil – explicou Fernando.
Se a experiência na Alemanha não foi boa, os quatro entram no clássico de hoje sabendo que a volta para o Brasil valeu a pena com o sucesso em Vasco e Flamengo.
'Se pudesse, jamais sairia'
Fernando considera a carreira no futebol curta e, muitas vezes, incerta. Dessa maneira, quando aparece uma oportunidade de transferência para Europa a maioria não pensa duas vezes, sempre priorizando a independência financeira.
– Se a maioria dos clubes brasileiros oferecessem bons salários e condições de trabalho ninguém deixaria o país. Se pudesse, jamais sairia. É pensando na independência financeira que deixamos o Brasil, pois nossa carreira é curta– disse Fernando.
Satisfeito na Colina, Fernando já negocia a prorrogação de seu contrato – com validade até junho – para dezembro. Considerado um dos líderes do grupo cruzmaltino, o zagueiro está feliz no Brasil.
– É bom jogar próximo da família e dos amigos – disse o defensor.
Saudade de casa faz voltar
Dos quatro jogadores que voltaram da Alemanha, apenas Fábio Luciano teve uma experiência mais longa fora do Brasil. Quando saiu do Corinthians, em 2003, o zagueiro foi se arriscar na Turquia, conseguiu se adaptar e ficou por três anos no Fenerbahçe.
Em compensação, Fábio Luciano não teve boa adaptação na região de Colônia, na Alemanha. Outro fator que fez com que o zagueiro voltasse para o Brasil foi o tempo que esteve fora. Após quatro anos longe, a vontade de ficar mais tempo com a família pesou.
– Eu estava muito tempo fora do Brasil e sentia falta daqui e das pessoas. A adaptação depende muito de cada um. Por exemplo, fiquei na Turquia por um bom tempo. Muitos não gostaram do país e eu adorei o lugar – explicou o defensor.
Fonte: Lance