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NETVASCO - 21/03/2009 - SÁB - 04:04 - Dorival Jr.: 'Eu não me empolgo com um título nem com vitórias'

“No futebol, só um palmo separa o céu do inferno”. Com essa frase, o técnico Dorival Júnior resume bem o seu estilo de trabalho na véspera do primeiro clássico contra o Flamengo. Discreto e muito contido, nem mesmo a invencibilidade de 10 jogos na temporada – nove pelo Carioca e um pela Copa do Brasil – o tira do prumo.

– Eu não me empolgo com um título nem com vitórias. O que me empolga de verdade é chegar ao final do ano e ver que o meu trabalho deu resultado para o clube – explicou o treinador, que revela que o segredo do Vasco é a força do trabalho.

Dorival tem razão. Moleza é tudo que os jogadores vascaínos não têm nesta temporada. Foi-se o tempo de treino em apenas um período, ou dos insossos recreativos. Hoje os treinamentos são quase sempre táticos e os coletivos paralisados para correção de posicionamentos. É repetição atrás de repetição. Um trabalho que exemplifica bem esta preocupação do treinador é o treino sem adversário onde os jogadores são obrigados a se deslocar no espaço vazio tocando a bola em um ou dois passes, no máximo.

– É um trabalho que automatiza o deslocamento dos jogadores para dar a eles consciência de que o movimento que vão executar pode abrir espaço em uma jogada para outro companheiro finalizar.

Detalhista, Dorival tem o controle absoluto de tudo e moral com o grupo que escolheu a dedo. Recentemente, um titular sentou em cima da bola e Dorival pediu a ele discretamente para se levantar e assim impedir que o peso a deformasse. E ele atendeu prontamente, sem hesitar. Até mesmo jogadores que já deram muito trabalho no passado, como foi o caso de Carlos Alberto, têm hoje um comportamento exemplar. Além de comandar o time com o seu talento, Carlos Alberto ostenta com orgulho a braçadeira de capitão e não tem feito feio.

São esses detalhes, fora das quatro linhas, que podem fazer toda a diferença no clássico de amanhã, mesmo tendo o Vasco sete debutantes contra o Flamengo.

– Futebol é repetição e respeito. Cobro muito dos atletas, mas sou leal. Trato todo mundo da mesma forma. Aqui ninguém tem privilégios – analisa o treinador.

Fonte: Jornal do Brasil

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