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NETVASCO - 18/03/2009 - QUA - 00:10 - José Henrique Coelho publica carta que enviou aos conselheiros Nota publicada pelo ex-vice-presidente de marketing José Henrique Coelho no site Supervasco:
Quarta-feira, 18 de março de 2009
Carta aos Conselheiros
Segue em anexo carta que envio aos Conselheiros, membros eleitos, beneméritos e grande beneméritos, do Conselho Deliberativo do Club de Regatas Vasco da Gama, em razão da convocação para amanhã de sessão extraordinária deste conselho. Na carta relato e dou explicações sobre os principais documentos que comprovam mais irregularidades da administração Miranda, no tocante ao uso dos seus conselheiros em assuntos não permitidos pelo estatuto. O ex-presidente “perdeu o direito” de realizar qualquer tipo de acusações diante de mais este balanço de seus atos administrativos.
Rio de Janeiro, 17 de março de 2009.
Caro Conselheiro,
Em razão da convocação para o próximo dia 19 da reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, remeto em anexo alguns documentos para sua análise e dou alguns esclarecimentos para contribuir com os debates.
Durante os oito anos da diretoria anterior o discurso apresentado foi o de que todos trabalhavam para o clube a base de muito sacrifício, sem nenhuma remuneração. Os documentos em anexo parecem mostrar práticas bem diferentes no dia-a-dia, daquelas dos discursos apresentados.
O acesso aos documentos se deu através de ação na justiça impetrada por membros do MUV em razão da não convocação do representante da oposição no Conselho Fiscal para verificar a contabilidade e os balancetes mensais do clube. O Conselho Fiscal durante oito anos foi subserviente a diretoria e omisso nas suas funções. Todos os documentos em anexo são de conhecimento do Conselho Fiscal. Como aprovaram aqueles balanços?
A observação dos documentos demonstra que, além dos telefones dos membros da própria família do presidente, o telefone da “residência” também era pago pelo clube. O que dizer dos gastos de mais de R$ 60 mil para produzir um livro para promoção pessoal do ex-presidente? O que dizer da campanha da Chapa Azul para a eleição de 2006 ter sido paga pelo clube, favorecendo diretamente os membros desta chapa, que hoje são os conselheiros da oposição “preocupados com o estatuto”, mas eleitos à custa do clube. Anúncios em jornais, campanha de telemarketing e até mesmo o impresso da Chapa Azul, foram pagos pelo clube. Além deste saque aos cofres do clube pelos conselheiros “azuis”, ex-diretores e vários “grandes e pequenos beneméritos”, o que dizer do recibo que mostra que um conselheiro foi a “Las Vegas” com acompanhante, pago pelo clube? O que dizer se este conselheiro, “por sua capacidade para aconselhar” o clube, em uma única ação acordou receber por “seus conselhos” R$ 900 mil, quase o valor total do orçamento jurídico para 2009? O que dizer ainda de outros contratos com outro conselheiro advogado, Dr. Marlan Marinho, de R$100 mil a R$700 mil? E o assessor da presidência, “grande benemérito” Ricardo Vasconcelos que recebia mensalmente “ajuda de custo” no valor de R$ 4,5 mil. Não seriam desta forma salários? E o “grande benemérito”, ex-presidente do Conselho Deliberativo que também recebia “honorários advocatícios”? Como ter um poder independente se o seu presidente é “contratado” da diretoria? O que estes conselheiros podem questionar? Nada. Olhem-se ao espelho.
Conselheiro, o MUV sempre defendeu a profissionalização da administração do clube. Diretores profissionais, qualificados e remunerados para cada função, com estruturas enxutas que trabalhem com processos claros para que possam ser cobrados e auditados. Diminuir a quantidade de vice-presidentes foi o primeiro caminho estudado para alcançarmos este objetivo. A reforma do estatuto deve ser o próximo passo. Qualquer retorno ao amadorismo, com uma nova distribuição de “vice-presidências e diretorias para todos”, será o gesto de uma política contrária à modernização do clube, que só interessará a anseios pessoais e baratos” e que não atenderá aos interesses maiores do Vasco.
Quanto às duas ações que impetrei na justiça para restabelecer os meus direitos de sócio, estas ainda estão em curso no tribunal, mas desde a posse declarei ao presidente, a diretoria e publicamente que abriria mão das indenizações previstas pela justiça em favor do clube, estimadas hoje em cerca de R$ 75 mil, ou cerca de “sete cunhados”. Faço a minha doação. Sou Amigo do Vasco. Em 3 de março apresentei formalmente os termos para extinção das ações e neste momento aguardo a definição da diretoria.
Quanto ao desenvolvimento dos novos modelos de uniformes para o futebol do clube, esclareço inicialmente que ambos atendem aos preceitos do nosso estatuto. Em segundo lugar, todos os grandes clubes possuem hoje além do uniforme número um, outros modelos que dão mais opções aos torcedores, oportunidades comerciais ao fornecedor e que valorizam o contrato, reclamação até da própria Reebok em suas reuniões. A escolha dos uniformes se deu em reunião de diretoria, onde foram aprovados os modelos agora conhecidos, dentre os vários apresentados, sendo o uniforme branco aprovado por unanimidade dos presentes. Os valores pagos em três meses pela atual fornecedora já superam os valores do contrato anterior para todo o ano, incluindo o pagamento da rescisão contratual. Quanto à quantidade de estrelas em nosso uniforme me reporto ao estudo onde encontramos mais de 2.650 títulos do clube. Como colocar todas estas grandes conquistas junto da Cruz de Malta? Quais títulos merecem estrelas? No remo, esporte de fundação, como colocar os mais de 44 títulos nos seus uniformes?
Os símbolos do clube são o nosso escudo e a cruz de malta.
Por último destaco as minhas preocupações hoje com práticas que sempre repudiei na antiga administração, mas que infelizmente esta administração continua a repetir: o emprego de parentes do presidente, a falta de austeridade e responsabilidade com as despesas do clube e seu orçamento, o descaso com a ação do Vasco-Barra, a falta de compromisso com as receitas do clube e a falta de transparência até aqui da atual administração, que continua sem apresentar nenhum documento, contrato ou balancete ao Conselho Fiscal até esta data.
Ao debate vascaínos.
Ao Vasco Tudo!
José Henrique Coelho
Fonte: Supervasco
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