(Nota da NETVASCO: Situação e Oposição divergem sobre o resultado do pedido de impugnação da ata da reunião do Conselho Deliberativo que, em 2008, confirmou o mandato de Dinamite até 2011. Confira e .)
Nota publicada no site do Casaca, principal grupo de oposição da política vascaína:
O Vitorioso
Emergiu uma força de dentro do tradicional salão da Sede Náutica. Passou por lá um furacão, tomando conta do ambiente, da palavra, das ações. O Vasco estava de volta, com um espetáculo digno de suas tradições.
A intenção da oposição era trazer um documento discordando das atas apresentadas na reunião do dia 30/12/2008, para que, através disso, pudesse buscar seus direitos na esfera jurídica. Isto foi feito através do Dr. Paulo Reis e partiríamos para discutir os temas específicos da reunião. O ex-presidente Eurico Miranda, no entanto, sugeriu que não se aprovasse a ata da última eleição, do dia 30/12/2008, porque nela consta novamente os dizeres de que teríamos eleições em 2011, em desacordo com nosso estatuto e as normas vigentes.
Bastou o presidente do Conselho Deliberativo dizer: “aqueles que aprovam permaneçam como estão” para um mar de gente levantar de todos os cantos do salão. No lado direito 99%, mais atrás, antes da pilastra, tínhamos a maioria, do lado esquerdo, atrás da pilastra meio a meio, mais à frente, ainda à esquerda aí sim um grupo de situacionistas convictos em maioria.
A cara do presidente do Conselho Deliberativo era de incredulidade, José Hamilton Mandarino pôs as mãos na cabeça. A cara de Carlos Roberto? Sinceramente não tenho a menor idéia. Deve ter sido a de sempre.
Daí o presidente do Conselho Deliberativo José Carlos Osório, meio constrangido, chegou à conclusão que teríamos o voto nominal de cada conselheiro. A contagem começou e a vitória foi se mostrando favorável à oposição desde os primeiros votos. Por vezes não ouvíamos os votos de alguns conselheiros lá de trás, em outras o secretário falava um nome seguido ao outro muito rápido e não se sabia se aquela pessoa havia ou não votado ou em quem votara. O controle era feito pelo presidente do Conselho Deliberativo, com o método quadradinhos preenchidos, e no final eu que acompanhava, tentando ouvir inaudíveis votos afirmei que vencêramos, já um outro conselheiro atrás de mim afirmou que tinha sido 73 x 68 para nós. No meu tinha dado 76 x 75 para a oposição. Quando não ouvia o voto o dava para a situação, mas o fato é que alguns conselheiros assinaram a lista, mas não subiram para votar, portanto, o silêncio, em alguns casos era mesmo da ausência do votante.
Surpreendentemente o presidente do Conselho Deliberativo anuncia um placar em desacordo com nossas anotações. 75 x 69 para a situação.
Imediatamente fomos para a mesa pedir a recontagem de votos, pois era óbvio que os números não eram aqueles. O Presidente do Conselho Fiscal Hércules Figueiredo me chamou próximo a ele e perguntou quanto havia dado a minha contagem. Eu disse que a oposição havia ganho, pelas minhas anotações, por 76 x 75. Ponderamos entre nós dois que deveria ser feita uma recontagem. O Presidente do Conselho Deliberativo, inflexível, se recusava a fazer a tal recontagem pedida pela oposição. Eurico Miranda, sabedor de que o fato não impediria novas eleições em novembro - pois apresentáramos o documento discordando da ata anterior, contestando a decisão, o que levará a questão para a justiça, independentemente da aprovação ou não da ata de 30/12/2008 – aceitou que se desse prosseguimento à reunião, desde que constasse em ata a recusa do presidente do Conselho Deliberativo em fazer a recontagem, tendo sido aceita a inclusão em ata de tal recusa.
Mas por que o desespero dos situacionistas, em relação a não aprovação da ata? Seria pelo simples fato de nela constar referências a uma eleição em 2011? Não. Na ata de 30/12/2008 há um orçamento aprovado e uma convocação de Comissão para reforma do Estatuto, entre outras coisas. A vitória da oposição, poderia vir a obstar tais resoluções. Daí a preocupação. Se a aprovação da ata se desse por 144 x 0 nada mudaria quanto à questão da próxima eleição, pois o documento, no qual se fala da discordância da oposição, bem como de todos os vascaínos de bom senso, foi entregue ao presidente, antes de qualquer tipo de votação.
Estava declarado: 144 pessoas votaram. Placar: 75 x 69 para a situação.
Daí surgiu a idéia de se fazer uma lista, pegando um a um o nome dos conselheiros presentes que votaram e constavam em ata. Fomos a cada conselheiro presente, um por um, dentre aqueles os quais podíamos identificar terem votado em nós. Pedimos o nome legível, o voto “Contra” e a condição do votante. Conselheiro, Benemérito ou Grande Benemérito. Tivemos o cuidado de perguntar a cada um se tinha votado contra e só nesta hipótese entregávamos a lista para ser assinada.
Mas e a reunião? Seguia. Os três assuntos em pauta eram a respeito de Luiz Américo de Paula Chaves e José Henrique Coelho; Símbolos do Vasco e Camisas “Fashion’; Associação dos Amigos do Vasco.
Ao falar de Luiz Américo, Eurico Miranda fez duras críticas ao advogado, além de tecer várias outras duras críticas ao sócio José Henrique Coelho, inclusive, a respeito deste não ter retirado ações contra o Vasco, como disse que o faria, condenando a prática por qualquer outro membro dos poderes do clube que usasse do mesmo expediente.
Dando o exemplo, o Presidente do Conselho Fiscal, Hércules Figueiredo, declarou licenciar-se do cargo ostentado, enquanto sua ação não seja tornada extinta, pretendendo este que assim o seja. Além disso, voltou a ratificar: NENHUMA nota foi apresentada ao Conselho Fiscal.
O conselheiro nato Itamar Carvalho, para a surpresa dos próprios situacionistas, por teoricamente pertencer àquele grupo, fez um discurso no qual condenou o recebimento dos valores percebidos por Luiz Américo de Paula Chaves, falando, na ocasião, que trabalhando para o clube por anos, o havia feito sempre de graça.
Falou-se também dos símbolos do Vasco e o desrespeito a eles, como na história das estrelas, das camisas “fashion”, destacando-se o Grande Benemérito Marco Antônio Monteiro em seu discurso. Posteriormente foi à tribuna José Roberto Saraiva Gomes da Costa, conselheiro da situação, afirmando ter sido uma decisão de toda a diretoria, por maioria a aprovação das camisas “fashion”, decisão esta, da qual não fez parte.
O ex-presidente Eurico Miranda voltou à tribuna para falar do contrato com a Champs, exigindo explicações a respeito dos problemas referentes à entrega do material e o recebimento dos valores contratuais acertados. Foi a vez do presidente administrativo do Club de Regatas Vasco da Gama se manifestar. Disse ele que o Vasco não jogara a Copa São Paulo de Juniores com as camisas “fashion” da Champs e sim da Reebok e daí para frente achei melhor parar de ouvir.
Foi falada ainda na questão referente à AAV, tendo sido convidado para prestar esclarecimentos o Sr. Isac Zagury, torcedor do Vasco e presidente da Associação. Num discurso ameno sugeriu a união do Vasco e uma colaboração de todos os setores.
Mais uma vez Eurico Miranda foi à tribuna e defendeu a posição do grupo oposicionista a respeito do tema.
Mas e a lista com o nome dos conselheiros que não aprovaram a ata? Estava lá, prontinha. Setenta e cinco nomes legíveis, com o voto e a condição do votante. Conselheiro, Benemérito, ou Grande Benemérito.
Faltava, então, pedir para que se constasse em ata que apresentávamos uma lista de tais nomes. Se 144 votaram, segundo a própria mesa, o placar foi simplesmente invertido, por um equívoco do presidente do Conselho Deliberativo, que, por sinal, pode acontecer com qualquer um.
Tentou-se ainda dar a situacão como superada, pois já havia sido feita a votação e indagou-se que aquele número poderia ser referente a conselheiros que tivessem chegado depois ou deixado de votar. Não era. De qualquer forma, uma comparação entre a lista de votantes e a nossa, poderia ser feita tranquilamente, mas o presidente do Conselho Deliberativo voltou a afirmar que o caso estava encerrado.
De fato, para a oposição, o que valia era a demonstração de força e ser maioria constatada e inquestionável na reunião, apesar da diferença abissal de cadeiras dadas aos conselheiros eleitos, ou seja, 4/5 para a situação. Quanto a objetivos referentes às próximas eleições em novembro, aquilo que nos interessava foi feito antes de qualquer votação, ou seja, a entrega de documento, mostrando a discordância com a ata aprovada, referente ao dia da eleição para presidente administrativo do clube, em junho de 2008.
Mas ainda faltava finalizar a reunião. Como se encerram reuniões no Vasco? Com o grito de Casaca. Adivinhem quem puxou o grito? O furacão. Gargantas à postos e lá fomos nós. Casaca! Casaca! Casaca! Zaca! Zaca! A turma é boa! É mesmo da fuzarca! Vasco! Vasco! Vasco!
Sergio Frias
Fonte: Casaca