NETVASCO - 15/03/2009 - DOM - 03:31 - Dorival fala sobre seu trabalho como técnico e suas influências

Declarações do treinador vascaíno Dorival Júnior à Rádio Globo:

CONQUISTAR O QUINTO ESTADUAL COMO TÉCNICO

"Acho que degrau a degrau. Não há por que você imaginar que já esteja em uma final de campeonato, até porque estamos ainda em uma fase classificatória. Um erro em uma semifinal pode lhe tirar qualquer possibilidade. Primeiro, pensar em uma classificação, para depois, sim, tentar sonhar com alguma coisa maior. Acho que seria importante para qualquer profissional conseguir chegar não só a um título de campeonato, mas a uma final. Acho que isso é muito importante. Queira ou não, em dois jogos finais, ou em uma partida final, você acaba fazendo se fazer prevalecer por um detalhe, ou perdendo por um detalhe. Para mim, seria muito importante já buscar estar em uma final de Campeonato Carioca. Logicamente que, para que isso aconteça, ainda o caminho é um pouco longo. Por isso é que eu procuro caminhar sempre passo a passo, sabendo que as dificuldades estão acontecendo. A equipe tem assimilado de uma maneira bem consciente. Isso tem nos mostrado um bom caminho. Aonde vamos chegar, naturalmente, só Deus sabe. Por isso é que a gente procura caminhar dessa forma."

SE EQUIPARAR A TREINADORES COMO MURICY RAMALHO E VANDERLEI LUXEMBURGO

"Eu não tenho uma obsessão. Para mim, não é um fato assim que vai desarticular a minha carreira, me desequilibrar em momento nenhum. O que eu vejo é que esse, entre aspas, status, você adquire com o tempo. Para que eu atinja isso, ainda eu preciso primeiro montar bons trabalhos em sequência, em maior número, depois tentar algumas conquistas. Acho que um grande treinador não pode ser mensurado só pelo número de títulos, até porque de repente você pode pegar um trabalho no meio do caminho e finalizar esse trabalho, ou você deixar tudo pronto e não conseguir finalizá-lo. Nem por isso você vai deixar de ter também o seu valor. O que eu vejo é isso. Alguns treinadores são vitoriosos também porque mantêm um bom período de trabalhos, conseguem corrigi-los. Outros, às vezes não conseguem manter esse trabalho, mas montam essas equipes. O primeiro título paulista do Vanderlei, por exemplo, o Chapinha foi quem montou todo o trabalho. Queira ou não, o próprio Vanderlei reconhece isso. Assim como tenho certeza que o Vanderlei já montou alguns outros trabalhos que outros treinadores finalizaram. Às vezes, um pequeno detalhe consolida a carreira de uns e de repente deixa outros em aberto. Mas eu acho que todo profissional tem o seu valor. Por isso é que seria importante, sim, você estar brigando sempre por finais. Mas mais importante do que isso é você conseguir montar um grande trabalho. Isso nem sempre se consegue dentro do Brasil, porque o tempo, para nós, às vezes... Os nossos contratos são semanais, são renovados semanalmente. Nem sempre você inicia e finaliza uma competição."

ESPELHO

"Eu sempre procurei observar muito os meus treinadores, principalmente nos últimos cinco, seis anos anos de carreira. E acompanho futebol desde sete, oito anos. Eu vivia dentro da Ferroviária de Araraquara. O meu pai era diretor de futebol. Quando não, em férias, estava dentro do Palmeiras. Eu estava acompanhando desde o Osvaldo Brandão, que foi o primeiro treinador que eu lembre, até Diede Lameiro, em Araraquara, na Ferroviária, e o Seu Vaio Mota, que foi um treinador que ganhou muitos títulos. Pessoas que eu já acompanhava desde muito. Eu procurei tirar um pouco de cada um. Se você me perguntar especificamente, não. Muitas pessoas me ajudaram. O Leão foi uma pessoa que me ajudou muito, me encaminhou e me orientou bastante. O Dudu, da mesma forma. Mas eu não tive assim especificamente um treinador. Eu tive um poder de observação para que eu pudesse montar a minha estratégia, aquilo que eu imaginava para um treinador. Espero que possa melhorar ainda mais, para que futuramente façamos melhores trabalhos."

Fonte: NETVASCO