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NETVASCO - 06/03/2009 - SEX - 22:18 - Coelho publica artigo com críticas a Mandarino

O ex-vice presidente de marketing (da gestão Roberto Dinamite) do Vasco, José Henrique Coelho, publicou nesta 6ª-feira (06/03) artigo no site Supervasco em que critica a atuação o 2º vice-presidente geral, ex-vice-presidente administrativo e atual vice-presidente do clube José Hamilton Mandarino de Mello, a quem se refere como "Mandarim". Confira a íntegra:

José Henrique Coelho

Sexta-feira, 6 de março de 2009

A Crise: Porque não terminou após a eleição

Durante toda a campanha eleitoral, o MUV apresentou o cenário quase real do caos administrativo do clube. Digo isto porque anunciávamos um estoque de dívidas da ordem de R$ 270 milhões e o número que deverá ser apresentado após a “due diligence” da KPMG através do balanço do clube do ano 2008 será algo em torno de R$ 300 milhões. É um caso inédito onde até a oposição “subavaliou” o tamanho do “rombo” no “casco” feito pela administração Miranda e Associados, mesmo durante uma campanha eleitoral. Diria que fomos responsáveis, criteriosos e até mesmo modestos.

Após a eleição, veio a necessidade de ação. Apesar de todos os estudos sobre a situação do clube, visto a impossibilidade criada pela anterior administração do nosso convívio com o dia a dia interno, passamos a esbarrar em todo o tipo de dificuldades, pois estar lá no dia a dia sabendo que quase tudo o que se consome não será pago nos prazos aos fornecedores, é uma realidade que exige estômago e intestinos, além da cara de pau e abuso aos amigos. A tal herança maldita.

A estrutura desenhada para uma intervenção imediata estava redigida no Plano de Gestão:

- “redução de cargos” do organograma administrativo, de 16 vice-presidentes para 7, através do acúmulo de cargos correlatos, conforme é permitido pelo estatuto;

- profissionalização dos quadros dirigentes (dirigentes com formação profissional na área de atuação);

- a avaliação qualitativa e quantitativa do quadro de funcionários;

- a avaliação dos níveis salariais com o mercado de trabalho;

- administração por centro de custo, avaliando a sustentabilidade de cada área;

- para 2009, um orçamento justo, já trazendo o resultado do trabalho iniciado.

Com isto seriam implantados os ajustes no prazo mais curto possível, visto que sabíamos da urgência. A cada mês o rombo de caixa de R$ 3 milhões se repetiria, aumentando ainda mais as dificuldades do mês seguinte. Este era o resultado de caixa da herança maldita. O resultado na contabilidade só saberíamos cinco meses depois, pois este era o atraso na contabilidade quando chegamos. A herança maldita contábil.

O que foi feito do Plano?

- Ao implantar o organograma, a redução parou em 9 V.P.;

- Os responsáveis que assumiram, tinham conhecimento nas suas pastas.

Nos demais itens, todos da área administrativa nada foi feito. Onde estava o V.P. Administrativo Financeiro? Ajustes nos departamentos, cortes de pessoal, contratações adequadas (olha os parentes aí, gente!), redução de custos? Orçamento 2009? Todos já sabem da fraude. Assim, desde julho até dezembro, as dívidas aumentaram em cerca de R$ 18 milhões. A nova diretoria manteve o trem descarrilando e na mesma velocidade por mais seis meses. O “deputado” e o Mandarim não conseguiram implantar medidas duras. É esta a realidade.

Está claro também que para qualquer devedor o colapso financeiro mundial agravou a situação e no nosso caso colocou o Vasco ininterruptamente na UTI financeira, sem previsão de alta até hoje.

Desde a posse e enquanto esteve à frente da V.P. Administrativa Financeira, em nenhum momento trabalhou para preparar o clube para receber o contrato que vinha sendo negociado com a Eletrobrás. Em nenhum momento procurou saber das condições das dívidas com a União. Em nenhum momento procurou os valores da Timemania e saber de suas conseqüências. Em nenhum momento trabalhou duro, afinal quem cuida das contas a pagar, dos impostos, e contribuições seria aquela V.P. e agora sabemos que nada fez. Quando assumimos, o atraso da contabilidade era de cinco meses, agora já é de oito. A herança do Mandarim. O cargo parece mesmo que não tem tido sorte. Antes um Amadeu, depois um Mandarim. Boa sorte para o Luis Fernando Júlio.

O fato é que após a adesão a Timemania, a antiga administração deixou de recolher todas as contribuições federais – I.R.R.F. , FGTS, INSS, entre as principais. Após a posse, a nova administração voltou a pagá-las em julho e agosto, voltando a não pagar a partir daquele mês quando as condições da crise mundial atingiram “em cheio” as operações financeiras, como no caso do Vasco, as de recebíveis (cotas de TV, contrato de material esportivo, bilheteria, etc...). Desta forma devemos ter, até hoje, em atraso de pagamento cerca de 17 meses de contribuições, o que por si só dariam cerca de R$ 6 milhões. Mas a antiga diretoria também deixou de fora da Timemania alguns processos de cobrança que agora apareceram e que somam um outro montante de R$ 6 milhões. Porque não resolveram de uma vez as suas próprias dívidas? Porque não colocaram tudo na Timemania?

Neste momento importante da concretização do maior acordo de patrocínio esportivo da história do nosso clube, iniciada pelo nosso atleta olímpico Fernandão, que reuniu o apoio de todos os vascaínos, o que retarda o negócio é a emissão das CND’s, fruto da falta de trabalho do ex-vice-presidente administrativo-financeiro. O clube, através da influência de grandes vascaínos, já reuniu recursos para o pagamento da parte mais recente da inadimplência, mas agora com estas dívidas antigas, como resolver este terrível problema? O Vasco não pode esperar ainda mais tempo.

Desde a semana passada o ex-V.P. Administrativo Financeiro e que é o atual V.P. de Futebol, passou a defender a “desprofissionalização” do clube, quer voltar ao amadorismo. Ao contrário do que defendia nas reuniões do MUV, nas reuniões de diretoria, diante de Grandes-Beneméritos, ou em reuniões com grandes empresários quando defendia o enxugamento e a total profissionalização, nos últimos dias, passou a defender dentro do clube a distribuição dos cargos que foram anteriormente “comprimidos” na “reforma administrativa” para os conselheiros que prometeram ser seus seguidores. Voltaremos a ter novamente os 16 vice-presidentes? Isto é rasgar o discurso de campanha, isto é ter cinco discursos, cinco “caras”. E o pior, querem poder mandar mesmo sem terem capacitação profissional os cargos. A solução do Mandarim para a crise administrativo-financeira passou a ser a distribuição de cargos, que poderá gerar uma nova crise no futuro: a de incompetência. A diretoria vai autorizar?

A crise esta batento à porta. Vai lá atender Mandarim, ela veio te procurar.

Fonte: Supervasco

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