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NETVASCO - 28/02/2009 - SÁB - 23:03 - Bruno Meneghel fala sobre início da carreira no Vasco

Romário fez mais pelo futebol do que a conquista da Copa de 1994 e os 1.002 gols na carreira. O legado do Baixinho vai além de títulos e marcas pessoais. Ídolo mundial por três décadas, o ex-jogador inspirou e ainda inspira craques. Ronaldinho Gaúcho é o fã mais famoso. No Resende, um outro baixinho, também de 1,68m, segue seus passos. Bruno Meneghel, 21 anos, artilheiro do Campeonato Carioca com oito gols, só está no futebol por causa de Romário. Ele é a maior esperança do time do Sul Fluminense na final da Taça Guanabara, neste domingo, às 16h, no Maracanã, contra o Botafogo – curiosamente, a principal vítima de Romário ao longo da carreira (31 gols contra o alvinegro).

Aos 7 anos, Bruno se encantou com os gols do camisa 11 na campanha do tetracampeonato mundial nos EUA. Os gols contra Holanda, Suécia, e a imagem do ex-atacante erguendo a bandeira do Brasil na janela do avião, na chegada da Seleção ao Rio, foram um divisor de águas na vida de Bruno.

– Botei na minha cabeça que ia ser jogador. Depois que ele (Romário) ganhou a Copa eu tinha certeza de que era aquilo que eu queria – diz Bruno, que logo se matriculou nas escolinhas do Espírito Santo em busca do sonho de um dia fazer gols como seu ídolo.

Em 2000, destacou-se durante a Copa Gazetinha e foi convidado a fazer testes no Vasco. Foi aprovado e, desde então, mudou-se para o Rio, morando na concentração de São Januário. Romário estava de volta ao clube que o projetou e revelou após passar pelo rival Flamengo. Oscar Saldanha, coordenador das divisões de base, e Dona Glória, psicóloga, foram as pessoas importantes na sua formação como homem e atleta.

Mas havia, ainda, o sonho de jogar ao lado do craque. Romário desafiava o tempo e as previsões médicas. Quebrando marcas, esticou a carreira até permitir que o jovem Bruno um dia fosse seu companheiro de equipe.

– (Romário) Foi um pai pra mim. Tudo que sei eu aprendi com ele, dentro e fora de campo. Como lidar com as pessoas, o relacionamento no clube. (Ele) Me chamava de peixe – conta Bruno, sem esconder a tietagem.

Fisicamente, não são parecidos, apesar da mesma altura. Com a bola nos pés, no entanto, o (não à toa) camisa 11 do Resende se considera o genérico do ex-craque. Assim ele era conhecido.

– Teve uma vez que ele chegou e perguntou: “Cadê o meu genérico?” – diverte-se o artilheiro do Carioca.

Bruno tinha limites. Não copiava o ídolo em tudo. As baladas, por exemplo, não o seduziam tanto. Pelo menos é o que ele diz, ao afirmar que acompanhou Romário na noite somente uma vez.

Quando se profissionalizou, demorou a ter oportunidades. À sua frente estavam Jean, Leandro Amaral, Alex Teixeira, Romário, Edmundo, Alex Dias, Alan Kardec e outros. Marcou três gols pelo time principal. Ironicamente, foi sob a batuta de Romário, entre 2007 e o começo de 2008, que Bruno teve mais oportunidades no time.

– Só tenho passagens boas com ele. Quando ele estava perto do gol mil, num treino de finalização, de nove chutes eu acertei todos e ele errou dois. Em tom de brincadeira, ele disse: “Se não fosse os 999 gols, você seria melhor que eu”.

Garante não ter guardado mágoas do Vasco. Dispensado em abril do ano passado, foi emprestado ao Brescia, da Segunda Divisão carioca. Espera ser campeão logo mais com o Resende e, no segundo semestre, assinar com um grande clube. O Vasco seria um deles. Para Bruno, voltar para o time que o revelou seria um recomeço.

– Devo muito ao Vasco. Lá cresci, lá me formei. Passei 13 anos lá dentro e respeito muito o clube. Só acho que algumas pessoas da antiga diretoria me prejudicaram. Demoraram a me lançar – disse o jogador.

Calma para marcar gols

Marcar oito gols no Carioca, sem desmerecer o jogador, foi uma surpresa dentro de uma competição que tinha nomes badalados como Leandro Amaral, Obina e Reinaldo. O jogador, no entanto, caminha para o seu centésimo gol. Foram 80 nas categorias de base e 25 como profissional.

– Todo atacante trabalha pensando em fazer gol e ser artilheiro. Não fico surpreso. Mantenho a tranquilidade e procuro me concentrar nas partidas. Contra o Flamengo, perdi duas chances no começo do jogo, mas mantive e calma e fiz dois.

Fonte: Jornal do Brasil

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