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NETVASCO - 22/02/2009 - DOM - 17:29 - Tiro com Arco: Vasco é o único dos 4 grandes filiado à federação estadual

Amantes de um esporte que inspira lendas há séculos, como a do inglês Robin Hood — que em meio à Floresta de Sherwood, em Nottingham, combatia um rei tirano —, os praticantes brasileiros do tiro com arco estão próximos de realizar um sonho: ter um local próprio para seu esporte. A Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTArco) está construindo em Maricá, na Região dos Lagos, um CT de 22 mil metros quadrados.

— Este é o sonho de consumo de qualquer arqueiro do mundo. Nosso esporte vai evoluir muito. Agora, temos o nosso cantinho — afirmou Dirma Miranda dos Santos, 14 vezes campeã brasileira e que se prepara para a etapa da Copa do Mundo, em Santo Domingo, em abril.

Considerado amador no país e mais conhecido como arco e flecha, esse esporte tenta se reerguer. Sem participações olímpicas desde Barcelona1992, o Brasil esteve nos Jogos de Pequim-2008, com o gaúcho Luiz Gustavo Trainini, o Gavião, 61ocolocado.

Em 1992, Vitor Krieger fora o 30º e Renato Emílio, o 49º.

Segundo o diretor técnico da CBTArco, Eros Fauni, italiano radicado no país há dez anos, o terreno, em Itapeba, foi cedido em 2007 pela prefeitura.

Haverá cinco alojamentos para 40 pessoas, casa do técnico, academia e muro para evitar que flechas atravessem o terreno.

— A sede da CBTArco vai ficar aqui.

O campo mede 70 metros por 90 metros (distância máxima para os tiros, no masculino). Poderemos fazer campeonatos com 100 arqueiros — disse Fauni, acrescentando: — Em abril, haverá aqui seletivas para o Mundial da Coréia, em setembro. Teremos o melhor CT da América Latina.

Queremos que a Fita (Federação Internacional do Tiro com Arco) considere este o seu centro na América do Sul e promova copas internacionais em Maricá.

Segundo Marcus Vinícius Freire, superintendente-executivo de esportes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que visitou as instalações, o CT é resultado de parceria do COB, da CBTArco e da prefeitura, por meio da Lei Agnelo/Piva (que destina 2% da arrecadação das loterias para o COB, que repassa verbas às confederações olímpicas): — Queremos garotos de escolas públicas e atletas do alto rendimento.

Já gastamos R$ 150 mil, e o investimento será de R$ 300 mil.

O secretário municipal de Esportes, Marco Antônio Azevedo, pediu a Marcus Vinícius uma pista de atletismo e escolinha de tiro com arco: — Temos 105 mil habitantes, sendo 38 mil abaixo de 18 anos.

O acesso ao CT, uma rua sem asfalto, deveria merecer maior cuidado.

Material não falta, pois foram importados arcos para iniciantes. Um conjunto de arco e flechas de alto nível custa US$ 4 mil, mas o de iniciantes é vendido a US$ 250.

Aos 18 anos, Aline Kwamme pratica a modalidade há sete meses.

— Pelo Orkut, conheci o Luiz Gustavo Trainini (atleta olímpico), meu namorado e incentivador — afirmou ela, aluna de Dirma Santos.

Crescem as esperanças da Federação de Tiro com Arco do Rio de Janeiro (Fetarco), cidade sem campo para o esporte, exceto o Cefan, na Avenida Brasil. O presidente da entidade, Darley Lacava, sonha com maior integração entre praticantes, com um site e incentivo a escolinhas.

Para o vice Cláudio Meksyk, o Rio tem problemas a superar.

— Falta maior apoio dos clubes. No nosso esporte, só temos quatro: Municipal, Portuguesa, Arqueiros da Íris e Vasco — encerrou.

Fonte: O Globo

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