Netvasco
Clube
Notícias
Futebol
Esportes
História
Torcidas
Mídia
Interativo
Multimídia
Download
Miscelânea
Especial

Busca pesquisar

Celular
FAQ
Orkut
RSS
Twitter
Chat
Vídeos

NETVASCO - 14/02/2009 - SÁB - 16:24 - Texto da coletiva de imprensa de José Henrique Coelho

Texto da Coletiva de Imprensa apresentada em 12 de fevereiro

Caros Amigos da Imprensa,

Obrigado por terem vindo

O motivo desta convocação é a certeza de que após 3 campanhas eleitorais no Vasco, 2000, 2003 e 2006, duas delas apoiando o nome do atual presidente como candidato, não poderia sair da diretoria que venceu o impossível sem explicar o porque a todos aqueles que, como vocês, me ouviram neste período. É a minha prestação de contas, mas é uma grande frustração.

Inicialmente quero afirmar que nunca na história do Vasco o clube viveu período mais nefasto e pobre de idéias, mas rico em más intenções, desmandos e desvios de recursos, do que aquele que conseguimos acabar, os oito anos da era Eurico. Desde o pagamento de contas de telefones da família ao “pendura” no Restaurante do Clube de contas da diretoria no valor de R$200 mil não pagas por ele e seus asseclas encontramos.

O motivo de sempre ter acreditado que Roberto poderia fazer uma grande gestão, é que com ele seria diferente, por ele ser o ídolo do clube, uma referência vascaína para todo o Brasil, uma pessoa de bem. Sempre trabalhamos para eleger o Roberto e nunca o Deputado. O deputado foi eleito pelos méritos próprios.

A minha saída se dá por não concordar com decisões que considero erradas, falta de decisões da diretoria na gestão do clube, todos fatos em desacordo com o Plano de Gestão proposto pelo MUV. A manutenção desta postura da diretoria, ao contrário do prometido na campanha, continuará a manter o Vasco nesta situação de inferioridade moral, fraqueza financeira e sem forças para recuperar a grandeza natural do clube.

A atual diretoria é composta quase na totalidade por pessoas de bem. Talvez o meu nível de exigência e de cobrança seja mais elevado, quando o assunto é Vasco, do que aquele dos demais companheiros, mas peço que entendam que carrego comigo a responsabilidade dos cinco anos e meio de campanha e agora não seria eu que poderia ser omisso diante dos tamanhos riscos que o clube volta a correr, ainda que por motivos diversos do mandato anterior, quando o caso era de cadeia. Apesar da minha indignação também foi preciso coragem para dar este passo. Estou cortando do próprio corpo.

O atual descaminho da administração demanda que uma reflexão seja feita para salvar todo o projeto de recuperação do clube. Uma série de decisões, tanto estratégicas como operacionais, precisam ser tomadas para que não se perca este momento histórico quando tantos vascaínos acordaram de um pesadelo de oito anos.

Apresento assim os 6 principais motivos para a minha saída:

1- Nepotismo - Durante oito anos denunciamos e repudiamos esta prática da anterior administração, a “Famiglia Miranda”. O Brasil já repudiou esta prática e o próprio STF decidiu sobre o assunto proibindo a contratação de parentes na administração pública. Não seria no Vasco que eu gostaria de ver esta prática em uso. O presidente contratou para empresa de logística do futebol, tarefa em outros clubes do gerente de futebol, o seu genro, Sr Gérson, para seu secretário, para atender telefones, servir cafezinho, tomar nota de recados e fazer a sua agenda, o seu cunhado, Sr Leonardo Marins, vindo do seu gabinete na Alerj e como assistente da gerência do futebol amador, o seu sobrinho, Sr Vitor, fora outras duas tentativas de contratação de parentes barradas com certo custo, um deles, o seu outro cunhado fotógrafo, tentativa que por duas vezes não emplacou por ser na área do meu departamento e isto nunca aceitei. Num clube onde os salários administrativos estão atrasados desde dezembro, onde o Vale Transporte do mês de fevereiro não fora pago até quarta-feira, e que tem por média salarial o valor de R$ 2 mil, não pode o secretário ser contratado por R$9,5 mil, o quarto maior salário da área administrativa do clube. Ainda mais quando na Alerj ganhava apenas a metade deste valor. Porque o V.P. responsável pelo Administrativo e Financeiro, Sr Mandarino, antes da admissão não fez como eu fiz, não questionou? Preferiu se omitir.

2- Fraude no Orçamento – No orçamento de 2009 apresentei pelo Marketing as receitas previstas para o ano. Foi um compromisso que fiz com a minha equipe: - realizar aquelas receitas. Como conhecedor da realidade do clube em razão de minhas funções à frente do MUV como presidente, por dever profissional como economista e total comprometimento com a sustentabilidade financeira do clube questionei o orçamento até a apresentação da peça ao Conselho Deliberativo. Porque o V.P. Administrativo e Financeiro, Sr Mandarino, não realizou nenhuma reunião para discutir o orçamento e fazer como é feito em qualquer empresa, debater, tomar compromissos com as receitas e com as despesas? Porque não quis realizar reuniões? Porque não quer ter o seu ponto de vista contrariado. Simplesmente deu uma ordem para fechar o orçamento com superávit, como era feito na era Amadeu. Sempre fui contra este procedimento e continuarei sendo. A diferença entre o déficit e o superávit é de R$ 13 milhões. Uma fraude, pois ele pediu que se colocasse este número. Assim se engana a torcida, os sócios e os conselheiros. Buscou se promover como responsável por este “belo” resultado. Este orçamento como esta é impossível de ser realizado, principalmente no item despesas. Vamos aguardar o balanço de 2009, se for sem maquiagem.

3- Ingressos - Durante toda a campanha defendemos que o valor do ingresso deveria ser pago por todos os vascaínos que fossem aos jogos. É uma das formas que os torcedores tem para ajudar o clube: - pagar o ingresso. O Vasco só consegue vender ingressos para vascaínos. O clube mais do que nunca precisa destes recursos e não de quem se aproveite deles. Para este ano o item bilheteria esta previsto como a segunda receita do clube, R$9,2 milhões em receitas brutas, só superado pelo aguardado patrocínio da Eletrobrás. Repudiamos por muitos anos a política da antiga diretoria de doação de ingressos, política também sempre repudiada pela grande maioria da torcida vascaína: - ainda hoje 80% da torcida é contra a distribuição de ingressos as “organizadas”. Como é possível abrir mão de cerca de R$23 mil, como no último jogo contra o Fluminense, conforme consta do Borderô, dando ingressos para as “organizadas” e depois vir pedir ajuda seja através do plano de sócios ou através da Associação dos Amigos do Vasco. Quem é que vai ajudar se for para dar dinheiro para as “organizadas” ou para contratar parentes? De que adianta negociar novos patrocínios, Champs e Eletrobrás se o desperdício continuar. Ainda quando os ingressos dados não foram suficientes, a segurança que o V.P. Administrativo e Financeiro, Sr Mandarino trouxe para o clube “organizou” sob suas ordens a invasão pelo portão 16 de cerca de 300 “torcedores” sem pagar ingresso, só abortada quando da chegada da equipe de fiscalização. Posteriormente, a venda de ingressos por valores abaixo do preço do ingresso foi uma tentativa do presidente de tentar remediar o irremediável e desta medida veio o pior. Além de dar ingressos para uma “organizada” e cobrar das outras, o serviço sequer foi realizado na tesouraria, onde devem estar os ingressos ou dinheiro do clube. Sequer era pago a vista. Entregou-se esta tarefa a um conselheiro, Sr Agostinho Taveira, que passou a definir quem recebia e quem deveria pagar com desconto. Quando começou a realizar a venda consignada dos ingressos: - as “organizadas” levavam os ingressos, vendiam e depois deveriam prestar contas. Nesta situação até mesmo a renda desta venda, em um jogo, foi levada para casa e só apresentada dois dias depois, para que a FERJ não visse a operação, pois na hora da prestação de contas ainda era fechado o borderô. Estava aberta a porta para o negócio de alimentar os cambistas, principalmente no período final do brasileiro de 2008. Na prática, quase todos os comparativos entre compra de ingressos, menos a venda destes e a sua devolução sempre apresentaram diferenças no retorno da tesouraria. Os recursos entregues fora do borderô passaram a formar um caixa dois, sem origem reconhecida. Mais uma vez nenhuma medida foi tomada pelo responsável. Onde estava o V.P. que nada fez a respeito? Fazendo política. Quanto ao mau uso dos ingressos, cabe também a alguns conselheiros a sua parte. Dentre aqueles que deveriam zelar pela administração, alguns passaram a cada dia a demandar mais e mais ingressos. A cota de convites começou com 200 e ultimamente já alcançava 490 ingressos grátis, para conselheiros e famílias e outros convidados. Os V.Ps. executivos recebiam cada um, 5 ingressos por jogo para suas relações com parceiros e contatos, num total de 30, nem sempre utilizados.

4-O desrespeito com o M.P. - O descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta – um contrato entre o Vasco e o M.P., assinado com o objetivo de não dar ingressos às “organizadas” ou mesmo vendê-los pelo preço de meia entrada para quem não tem direito a este benefício foi mais uma das decisões equivocadas da diretoria. Este descumprimento financia os cambistas através de algumas “organizadas”. A vitória que queria anunciar em razão de pela primeira vez o Vasco encerrar um contrato antes do prazo, a troca do fornecedor de material esportivo Reebok pela Champs, mas sem nenhum processo na justiça acabou sendo deixada para hoje nesta situação. O descumprimento do TAC pela diretoria com continuidade da doação de ingressos e descontos irregulares para as “organizadas” nos deixa perto dos procedimentos antigos e sempre criticados pelo MUV.

5-O C.T. Vasco Barra – Durante a campanha sempre fiz questão de realçar que o clube não avançará enquanto não investir num moderno Centro de Treinamento. Logo após a posse sempre defendi uma imediata posição da diretoria neste sentido. Para a renegociação da execução do despejo do Vasco Barra sugeri até mesmo uma negociação ancorada no pagamento de parte da renda dos jogos. Como é importante a bilheteria! Enquanto isto o V.P. Administrativo Financeiro defendia o não pagamento, o arrastar do processo e sabotava a negociação já iniciada pelo outro V.P., o Sr Luso. “Nenhum investimento da diretoria para o C.T.”, que contou apenas com a enorme disposição e dedicação do seu diretor, Sr Jorge Luis e seus funcionários em mantê-lo vivo. Quando da chegada da nova equipe técnica minha primeira pergunta ao Dorival e ao Rodrigo Caetano foi: Qual era a necessidade de estrutura no C.T.? Responderam seis campos no mínimo. Então é preciso tomar decisões. Também não podemos perder o atual C.T. em meio ao brasileiro da série B, pois seria a volta ao amadorismo. Depois disto, após a mudança do V.P. do Futebol alguns investimentos estão sendo realizados, mas é primordial retomar a negociação com o proprietário da área antes que seja tarde demais e projetar o futuro.

6- Por último quero destacar o enorme risco financeiro imposto ao clube, pelo atual V.P. de Futebol com os valores das recentes contratações, frente à indisponibilidade de caixa para honrar todos estes compromissos e deixar o clube exposto a toda sorte de riscos. Todos estes profissionais merecem o meu respeito e sou mais um torcedor pelo sucesso do trabalho deles agora iniciado. Não tenho a menor capacidade de julgar o valor de cada um, mas tenho a certeza da total incapacidade financeira do clube, neste momento, de honrar estes compromissos sem prejudicar ainda mais outras partes. Darei um único exemplo: - a contratação do novo técnico, a quem peço desculpas desde já por ser obrigado a apresentar números, pelo valor de R$ 280 mil mensais entre luvas e salários e mais um premio de R$1,2 milhões de reais ao final deste ano para nos trazer de volta a primeira divisão, mesmo que seja no quarto lugar da tabela de classificação, considero o salário financeiramente insuportável pelo clube e o prêmio mal negociado pelo V.P. de Futebol.

A frustração que sinto por não ter conseguido ver o projeto de campanha implementado só é superada pela minha indignação com todos os fatos que acabo de relatar.

Espero que todos os vascaínos ajudem a diretoria a encontrar forças e cobrem os ajustes que se fazem necessários para o equilíbrio moral, financeiro e esportivo do nosso Vasco.

José Henrique Coelho


Fonte: Supervasco

índice | envie por e-mail

Anterior: 16:20 - Hélio Gracie, lenda do jiu-jitsu, foi homenageado na Sede Náutica do Vasco
Próxima: 16:32 - Em 2008, Torcida do Flu depredou Engenhão. Como será em São Januário?