NETVASCO - 02/02/2009 - SEG - 22:47 - Técnico Toninho Barroso fala sobre sua passagem pelos Juniores do Vasco

Brincalhão, de fala mansa e jeitão típico carioca, Toninho Barroso fala com a serenidade de quem já viveu muitos minutos de silêncio em gramados pelo mundo afora. Afinal, foram 14 anos de Flamengo, dois de Vasco e sete de seleções brasileiras de base, onde comandou jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Alex, Athirson, Fábio Aurélio, Pedrinho, Fernandão, Mancini, Juan, Julio César e muitos outros.

Em entrevista ao Olheiros, o treinador fala, entre outras coisas, da sua experiência no comando da Seleção, do atual momento do time sub-20 e das dificuldades em se trabalhar com divisões de base no Brasil. Além da sua controversa saída do Vasco, após a posse de Roberto Dinamite como presidente do clube. Confira!

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Como você viu a preparação da seleção sub-20 para o Sul-Americano de 2009?

Sempre teremos seleções de base fortes. Há excelentes jogadores que poderiam disputar esse Sul-Americano, como o Alex Teixeira, por exemplo. Mas o Rogério teve dificuldades para conseguir a liberação dos melhores jogadores, que já atuam nos profissionais ou foram vendidos para o exterior. Ainda assim, acredito no trabalho dele (Rogério Lourenço) e aposto que a seleção fará um bom papel.

Por falar em Alex Teixeira, o meia quase não passou pelos juniores, subindo diretamente dos juvenis para os profissionais. O fato de ter “queimado” essa etapa prejudicou o jogador?

Com certeza. O Alex perdeu, no mínimo, 100 jogos de formação, onde poderia aprimorar fundamentos deficientes com calma e subir bem mais preparado para o profissional. Além disso, ele entrou numa equipe que passa por um momento complicado, o que atrapalha muito o desempenho de um garoto. Mas isso não quer dizer que ele não fará sucesso na carreira, pois tem muito talento.

A mesma resposta vale para Alan Kardec, Edu, Rodrigo Antônio, Mateus, Souza, etc.?

Vale. São garotos bons, que estão amadurecendo na marra e podem render frutos para o Vasco no futuro. O lado bom dessa história é que nada mais será novidade para eles, que já ouviram vaias de torcida, intimidação e cobranças. Se eles seguirem bem em 2009, terão um desempenho muito melhor.

Fale um pouco sobre sua saída do Vasco, que ocorreu há pouco tempo, após a mudança de diretoria.

O presidente tem o direito de escolher as pessoas com quem vai trabalhar. A maneira como ocorreu a demissão, por telefone, é que foi desrespeitosa. Mas tenho muito carinho pelo Vasco e quero que o clube encontre seu caminho.

Você é a favor de um clube colocar ex-jogadores nas categorias de base?

Sou a favor da competência. O treinador da base precisa estar preparado, seja ele ex-jogador ou não. Para lidar com meninos, é preciso paciência, organização e conhecimentos além das quatro linhas. Se o ex-jogador se preparar para assumir esta função, ótimo. Caso contrário, ele e o clube terão problemas.

Fonte: Olheiros.net