Da Eletrobras vem a energia emergencial para dar um choque de ordem financeiro no Vasco. Por ora, os funcionários vivem em estado de penúria, sem receber salários há três meses — novembro, dezembro e 13º. A curto prazo, a previsão é sombria.
— Estamos passando necessidade. E não tem um cara específico para responder a nós funcionários, dar uma previsão de pagamento. Tem gente sendo despejada, sem comida, com a família em necessidade. Ainda bem que o Vasco dá café da manhã e almoço. Aí, comemos. Mas e as nossas famílias? — denuncia um funcionário que, por temer represálias, pediu anonimato.
Assim, o índice de faltas dos funcionários cresce em São Januário. Sem dinheiro, alguns estão fazendo “bico” para quitar as contas ou diminuir a agonia. Os apoiadores Amaral e Leo Lima, volta e meia, ajudam os funcionários que, no final de 2008, recebiam dinheiro de Edmundo e do ex-técnico Renato Gaúcho. Tamanho desespero, alguns seguranças até brincam: “Quem vai receber por último, hein?”. O presidente do Vasco, Roberto Dinamite, por sua vez, pinta uma tela otimista. De imediato, está a Eletrobras, prevista para iniciar o contrato já em fevereiro — desde que o clube consiga obter a Certidão Negativa de Débito, o que significa quitar dívidas públicas da ordem de R$5 milhões. A quantia pode ser adiantada pela empresa, que abateria do contrato de dois anos renovável por mais dois. Ao todo, são R$56 milhões para o clube, R$14 milhões/ano.
— Vivemos uma situação melhor do que a maioria dos clubes do Rio. Há situações pendentes. Mas a partir do momento que acertarmos o passo com a Eletrobras, a Champs, poderemos honrar os compromissos. Será um ano de dificuldade. Vamos pagar as dívidas que não são do nosso tempo, mas são do Vasco — afirmou.
O Vasco também está à espera do Clube dos 13 a respeito da solicitação da manutenção do valor integral da cota — sem a redução imposta aos clubes que são rebaixados. O Corinthians foi aliviado em 2008.
A Champs pagará R$500 mil/mês, o equivalente a R$6 milhões/ano.
Fonte: Extra