Nota publicada no site do Casaca, principal grupo de oposição da política vascaína:
Detalhes sobre a manifestação do último sábado
No último sábado dia dezessete de janeiro, entre 11:00hs. e 12:30hs. houve mais um manifesto realizado em frente a entrada principal das sociais do estádio de São Januário.Um carro de som circulou nas ruas próximas do estádio entre 10:00hs e 11:00hs., tocando o nosso hino.
A manifestação teve por objetivo cobrar e exigir o cumprimento da resolução do Conselho de Beneméritos em relação aos atos do Vice-Presidente de marketing do clube, José Henrique Coelho e do Vice-Presidente jurídico, Luiz Américo de Paula Chaves, visto que este poder já se posicionou, por unanimidade, em relação ao episódio dos salários de 55 mil reais pagos ao vice jurídico, à penhora on-line executada pelo vice de marketing e às camisas impostas por seu departamento, que mancham as tradições do clube e que ele promete que serão usadas, inclusive, em competições oficiais, ignorando a decisão dos Beneméritos.
Não poderíamos deixar passar em brancas nuvens a inadmissível e inoportuna utilização por parte da equipe de juniores do Vasco da Gama de um uniforme que foge completamente as características e as tradições vascaínas e que foi alvo de comentários jocosos, irônicos e debochados por parte da mídia e de muitos torcedores, que se colocaram totalmente contrários à sua utilização, sem contar ainda com a arrogância e a falta de respeito demonstrados pelo vice-presidente de marketing que vem tentando, mesmo assim, empurrar goela abaixo do torcedor vascaíno esses novos modelos durante a disputa do próximo campeonato estadual, ameaçando até mesmo estrear com ele no jogo de sábado, vinte e quatro de janeiro.
Numa manifestação pacífica e criteriosa, contamos com a participação de aproximadamente setenta pessoas, conforme lista de presença.
Cronologia:
A reunião começou com a apresentação de Jarbas Filho, que, num discurso inicial, além de lembrar que o manifesto seria pacífico, contando com a civilidade dos participantes e o apoio logístico de todo o grupo ali presente, leu uma mensagem sobre os objetivos a serem alcançados quando da realização desses eventos.
O primeiro a ser chamado a falar, foi o Benemérito Raymundo José Gomes Frias, que em seu discurso foi objetivo nas colocações feitas sobre a reunião do Conselho de Beneméritos e suas considerações a respeito das questões referentes aos Srs. Luiz Américo de Paula Chaves e José Henrique Coelho.
Logo após, o microfone foi franqueado ao companheiro e advogado Claudio Bordallo, para que o mesmo falasse detalhadamente e de forma clara sobre os problemas jurídicos e o alto valor dos salários que vem sendo pagos ao Sr. Luiz Américo de Paula Chaves, que mesmo sendo obrigado a se desligar da vice-presidência jurídica do clube, continua, de forma absurda, como assessor jurídico, a receber os mesmos cinquenta e cinco mil reais mensais que já vinha recebendo. É bom que se diga, assessor de um vice-presidente fantasma ou, como prefere o site oficial do clube, assessor dele mesmo, visto que seu nome continua a figurar como sendo ele o vice-presidente da área. Após a sua fala, foi entoada por todos os presentes uma antiga música de carnaval que dizia: ” Hei, você aí, devolve o dinheiro aí, devolve o dinheiro aí …”
Em seguida, o apresentador chamou o Sócio Luiz Cosenza para que falasse mais especificamente sobre as atitudes tomadas pelo vice-presidente de marketing do clube, que além de todas as mazelas já cometidas contra a instituição, ainda tentou receber setenta mil reais do clube através de uma penhora on-line. Cabe mencionar que o seu advogado é o mesmo assessor jurídico que presta serviços também ao clube, tipo uma ação entre amigos com a chancela do MUV, o que ensejou aos presentes gritos indignados de “Fora Coelho”.
Após a manifestação de repúdio dos presentes com relação à permanência e às atitudes tomadas pelo Sr. José Henrique Coelho, o apresentador Jarbas Filho explanou sobre os funcionários demitidos, ressaltando que até a presente data eles ainda não tiveram os seus direitos trabalhistas pagos pelo clube, fora outros trabalhadores que se encontram de férias e que além de não terem recebido o mês de dezembro e o décimo terceiro salário, ainda correm o sério risco se serem demitidos ao retornar ao clube.
Logo após, foi convocado a falar o Sócio Paulo Miller para que o mesmo comentasse sobre as atitudes tomadas pelo atual presidente do clube com relação a todos os acontecimentos e a total falta de comando. Em um discurso forte e baseado na revolta e na indignação, contagiou a todos os presentes, que em coro começaram a exigir uma postura de comando do clube ao Sr. Carlos Roberto de Oliveira, e não de omissão, e que ele assumisse de fato o cargo para o qual foi “eleito” no ano passado, e acabasse de uma vez por todas com o discurso submisso e de que nada pode fazer, esquecesse os holofotes e começasse de fato a trabalhar e fazer alguma coisa pelo clube, o que até agora não aconteceu. Boa parte da revolta se deu por conta de uma declaração dada pelo “presidente”, publicada naquela manhã em um jornal da cidade, dando conta de que o Vasco não vai disputar os títulos do primeiro semestre, confirmação do estelionato eleitoral.
Posteriormente foi chamado a falar o Conselheiro Sergio Frias, que, com a veemência que se fazia necessária, demonstrou toda a sua irritação e também a do torcedor vascaíno com relação a utilização pela equipe de juniores dos uniformes que não representam a história e a grandeza do nosso clube, lembrando inclusive muito bem em sua fala, que diferentemente de todos os outros clubes brasileiros, as cores em nossa camisa, assim como também em nosso escudo, servem para mostrar ao mundo a bela homenagem feita ao brilhante e corajoso Almirante Vasco da Gama. As cores e o desenho de nossa camisa possuem significado especial, onde o preto representa os mares nunca antes navegados, a faixa branca o traçado feito pelo navegador para alcançar o caminho marítimo para às Índias e a cruz de malta, ou cruz de cristo, simbolismo cristão, que com tanto orgulho ostentamos em nossos corações. Se há um significado marcante no desenho de nossa camisa, cometas fashion não podem, jamais, ser introduzidos ao bel prazer de inventores de moda.
Nesse momento, já tomados de emoção pela forte lembrança de nossa história, e de todo o nosso júbilo por um passado de glórias e conquistas, foi entoado mais uma vez por todos os presentes o tradicional grito de Casaca.
Finalizando, além dos agradecimentos a todos os cidadãos envolvidos na reunião, que mesmo sob um sol escaldante do verão carioca, sem o aparato policial solicitado e diante de diversos seguranças colocados pelo lube na tentativa inútil de intimidar e pressionar os presentes, da forma pacífica exerceram seus direitos civis e, no caso, de explícito vascainismo.
Foi lembrado a todos do nosso próximo encontro marcado para o dia vinte e um de janeiro na Casa dos Poveiros, na Rua do Bispo, 302, às dezenove horas.
Mais uma vez a lista do manifesto foi entregue na Secretaria do clube, e nela constam mais de 63 nomes, pelo menos 50 sócios do clube. Ressalte-se que, por decisão acordada em nossas reuniões com representantes de algumas facções de torcidas organizadas, dispensamos, por hora, a presença destas torcidas, sendo bem-vindos no protesto, no entanto, seus integrantes. A idéia é preservar estes torcedores de possíveis conflitos com rivais declarados e, ao mesmo tempo, valorizar o caráter pacífico destas manifestações.
Mais uma vez, ficaremos aguardando que providências sejam tomadas pelo presidente Carlos Roberto de Oliveira, a respeito das exigências feitas, e esperamos que dessa vez ele não se omita novamente de tomar as providências e decisões que se fazem necessárias para que pelo menos o clube e seus adeptos possam ser poupados das vergonhas pelas quais vêm passando.
Vale ressaltar também, que todo o evento foi filmado e, em breve, tanto imagens do primeiro manifesto como imagens deste manifesto serão disponibilizadas no site.
Matéria escrita por Luiz Cosenza
Fonte: Casaca