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NETVASCO - 13/01/2009 - TER - 00:48 - Saiba mais sobre a carreira de Friaça, falecido na última 2ª-feira

Em 16 de julho de 1950, Albino Friaça Cardoso entrou definitivamente para a história do futebol brasileiro, ao se tornar o primeiro jogador do país a marcar um gol em final de Copa do Mundo. Aos dois minutos do segundo tempo da decisão contra o Uruguai, um chute cruzado do atacante do São Paulo fez a alegria em campo dos atletas de camisa branca, dos quase 200 mil brasileiros presentes no Maracanã (10% da população do Rio na época) e dos milhões espalhados pelo país. Mas este sentimento durou pouco. Quarenta e três minutos depois, o árbitro inglês George Reader encerrou o único Mundial de futebol realizado no país. Se a felicidade foi passageira, a tristeza pós-derrota acompanhou aqueles atletas por toda a vida.

Ponta-direita do Brasil na decisão da Copa de 50, Friaça faleceu nesta segunda-feira, aos 84 anos, em Itaperuna (RJ), vítima de falência múltipla dos órgãos causada por uma pneumonia. Dos 11 brasileiros que entraram em campo para disputar o título mundial no Maracanã recém-inaugurado, apenas um está vivo: o ex-zagueiro Juvenal, que vive atualmente na Bahia.

Apesar de não ter a mesma fama de colegas com quem atuou, como Ademir, Zizinho e Jair, Friaça marcou sua passagem pelo futebol não só pelo gol histórico. Nascido em 20 de outubro de 1924, em Porciúncula, cidade do Rio perto da divisa com Minas Gerais, o atacante chegou ao Vasco da Gama em 44. E foi engrenagem importante do Expresso da Vitória, ajudando a equipe a ganhar o título carioca de 47 e o título sul-americano de 48, a primeira conquista significativa de um clube brasileiro fora do país.

No ano seguinte, foi contratado pelo São Paulo. Na capital paulista, também obteve sucesso. Atuando ao lado do já veterano Leônidas da Silva, foi artilheiro do Campeonato Estadual daquele ano (24 gols), conquistado pelo Tricolor.

Em 1951, ainda com o trauma do Maracanã bem vivo na memória, retornou ao Rio e ao Vasco. E foi campeão da Taça Rivadávia Corrêa Meyer de 53, torneio que substituiu a Copa Rio.

Em 1954, voltou a São Paulo, atuando na Ponte Preta, clube em que encerrou a carreira um ano depois, aos 32 anos.

Com a camisa da seleção brasileira, fez 12 partidas. E foi campeão das Copas Rio Branco de 47 e 50 (torneio contra o Uruguai), Taça Oswaldo Cruz de 50 (contra o Paraguai) e do Campeonato Pan-americano de 52.

Em 50, iniciou a Copa na ponta esquerda, enfrentando o México no jogo de abertura (4 a 0). Permaneceu como titular na partida seguinte, mas o empate diante da Suíça (2 a 2) provocou mudanças sensíveis no time. Voltou à equipe contra a Espanha (6 a 1), agora na ponta direita, substituindo Maneca, contundido. E seguiu com a camisa 7 na decisão, quando, ironicamente, marcou o seu único gol pela seleção.

Apesar da tristeza que a derrota causou eternamente em todos os jogadores brasileiros que estiveram em campo naquela tarde, Friaça não se tornou uma pessoa amargurada. O sorriso era presença constante em seu rosto. Mas, por razões óbvias, não gostava de falar sobre aquele jogo.

- Meu pai conversava pouco sobre 50. Ele diz que passou uma semana em choque após a final. Foi um trauma – disse Ronaldo, o filho mais novo do ex-jogador, ao jornalista Thiago Dias em entrevista em outubro de 2007.




Fonte: Blog Memória E.C. - GloboEsporte.com (texto), Jornal dos Sports (foto)

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