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NETVASCO - 19/12/2008 - SEX - 16:51 - Mandarino quer implantar uma nova filosofia no Vasco

Uma palavra vem sendo muito utilizada para explicar a situação do futebol carioca: estrutura. É um termo que anda em falta nos clubes do Rio de Janeiro, segundo especialistas e profissionais que trabalham no futebol. No fórum Footcom, promovido pelo técnico Carlos Alberto Parreira, não faltaram críticas à escassez de bons centros de treinamento (CTs) e de recursos financeiros nos grandes clubes cariocas.

O futebol paulista levou os principais jogadores do Rio nesta virada de ano. O São Paulo acertou com Washington, Junior Cesar, Renato Silva, Wagner Diniz e ainda deve levar Arouca. O Corinthians contratou Túlio e Jorge Henrique, e o Santos pegou Lúcio Flávio, Triguinho e Madson. As transferências podem ser o sintoma da crise estrutural. Apesar das boas campanhas de Flamengo, no Brasileiro, e Fluminense, na Libertadores, o ano terminou sem motivos para comemorar. O Botafogo teve salários atrasados durante o segundo semestre, a dupla Fla-Flu sofreu com a falta de planejamento e o Vasco foi rebaixado para a Série B.

A era dos pontos corridos no campeonato brasileiro dá uma grande vantagem a São Paulo, que venceu cinco das seis edições. Com um jejum de oito anos sem título brasileiro, alguns clubes sinalizam mudanças. Fluminense e Flamengo dão esperanças de trilhar o caminho da modernização, com a adaptação de um espaço físico que reúna melhores condições aos atletas. Já Vasco e Botafogo acreditam que o problema é a atual filosofia política/administrativa de seus clubes.

O vice-presidente de futebol do Flamengo, Kléber Leite, não vê a transferência de jogadores para São Paulo como sintoma da falta de estrutura dos clubes cariocas. Para ele, trata-se apenas de opção de mercado.

– Isso é uma grande bobagem. A saída dos jogadores não tem absolutamente nada a ver com problemas dos clubes do Rio. O que existe são opções de mercado. Tanto que alguns atletas foram para o Santos, que não tem estrutura nenhuma.

O dirigente afirmou que a estrutura do Flamengo é suficiente para o clube manter sua tradição de títulos, embora o técnico Caio Júnior e o goleiro Bruno tenham criticado abertamente as condições de trabalho do clube. Porém, Kléber admite que as obras no Ninho do Urubu – que irão transformar o local num CT completo, com maior número de campos, hotel, salas de musculação e fisioterapia, além de um pequeno estádio – facilitará o trabalho de atletas e comissão técnica.

– O Flamengo já oferece boas condições. Não cai o dedo de ninguém descansar em um hotel cinco estrelas, com acompanhamento de nutricionista durante as refeições, e depois ir treinar. Vamos concluir as obras no Ninho do Urubu no próximo ano e isso facilitará o trabalho, além de acabar com os custos do hotel. Mas não quer dizer que só ganharemos campeonatos por causa dessas mudanças, o que importa é ter time – disse Kléber, lembrando do feito do Botafogo em 95 – O Botafogo foi campeão brasileiro sem ter nenhuma estrutura.

O vice-presidente administrativo do Vasco, José Hamilton Mandarino, também não considera o futebol carioca atrasado em termos de estrutura. Para ele, poucos clubes se destacam neste quesito.

– Eu não compartilho com essa tese, vejo os clubes do Rio bem capacitados. Uns poucos clubes, como São Paulo, Inter e talvez o Grêmio, têm uma organização melhor, ou seja, uma condição mais adequada. Mas não acho que eles são definidores dessa situação do Rio de Janeiro. São momentos que o futebol carioca vem passando, mas que não definem um quadro estrutural. O Fluminense não foi campeão da Libertadores por um acidente e o Flamengo poderia, sim, ter conquistado o título brasileiro. O Vasco caiu, mas Palmeiras e Corinthians também – afirma o dirigente.

Mandarino elege como prioridade no Vasco a implementação de uma nova filosofia política, com profissionalismo de alto nível no futebol. Segundo o dirigente, é necessário organização e competência em todos os setores do clube.

– É preciso uma mudança de filosofia. Não acredito em dirigente que faz todo seu trabalho particular durante o dia e depois vai comandar o clube. Ele vai acabar improvisando e fazendo mal. O futebol atual é altamente competitivo e sem competência, trabalho e organização as coisas se tornam mais difíceis, talvez isso tenha levado o Vasco ao rebaixamento. No momento estamos preocupados em dar uma direção profissional bastante sólida ao futebol – comentou, novamente citando São Paulo e Inter como exemplos – Eles têm uma estrutura de futebol profissionalizada, por isso não são vencedores à toa.

Quanto às condições oferecidas aos atletas, Mandarino reconhece que o Vasco tem suas limitações para realizar o trabalho em tempo integral, mas no momento a diretoria não fará mudanças na sua estrutura física.

– Temos um estádio que é um dos melhores do Brasil, além de instalações adequadas. Nosso centro de treinamento (Vasco-Barra) apresenta algumas limitações, já que o ideal seria o trabalho integral, mas é bom. Mas temos que incorporar a essa estrutura física a inteligência. Se conseguirmos adotar definitivamente nossa filosofia profissional dentro do clube, poderemos avançar nesse sentido.

Para o presidente do Fluminense, Roberto Horcades, mudanças na estrutura física são necessárias. Tanto que ele reafirmou esta semana o sonho de levar o futebol profissional do clube para Xerém no próximo ano, ainda que sem data definida. O mandatário tricolor garante que a estrutura para receber os atletas profissionais já está montada, faltando apenas poucos investimentos. Horcades reconhece que um grande clube precisa de um Centro de Treinamento (CT) à altura.

– As estruturas dos clubes são diretamente proporcionais aos seus CTs. Quando assumi o Fluminense (em 2005), Xerém tinha 80mil m². Com investimentos, ampliamos a área para 300 mil m². Estamos preparando tudo lá, já construímos o hotel Telê Santana, campos de futebol, e outros departamentos. Poderemos oferecer treinamento integral aos atletas com todo o conforto e isso faz parte do planejamento tecnológico do futebol, que é necessário. Nossa ida a Xerém será um diferencial em termos de estrutura – disse Horcades

O presidente tricolor também acredita que o investimento nas categorias de base é fundamental para o crescimento do clube e garantiu que o Fluminense se nivelará aos principais do país nesse conceito.

– Nós observamos que aqueles que investiram nas divisões de base têm uma estrutura fora do normal. É o caso do São Paulo, que tem um grande CT, um grande departamento de fisiologia, além do Refis. E o trabalho do Fluminense na base vem sendo referência. Teremos o mesmo nível de São Paulo, Cruzeiro e Internacional, mas não a curto prazo, pois eles já fazem isso a mais tempo.

A decisão da diretoria tricolor tem o apoio do atual técnico René Simões, que garante também se preocupar com o desenvolvimento do futebol carioca.

– A distância do Fluminense para os clubes mais bem estruturados está diminuindo. Vi a maquete, dei alguns pitacos e muito em breve Xerém terá o mesmo nível. Já tem hotel, ginásio e campos. O clube está no meio do caminho, falta o ponto final – disse René, comentando trabalho de base do Tricolor – Atualmente o São Paulo é tido como padrão de tudo. E eles contrataram o Junior César e agora querem o Arouca. O Thiago Silva foi para o Milan. Todos eles vêm de Xerém.

A nova diretoria do Botafogo assume o clube tendo como prioridade questões administrativas e financeiras. No segundo semestre, jogadores sofreram com atraso de salário, o que contribuiu para a saída de quase todos os titulares. Como solução do problema, os dirigentes reduziram a folha salarial de acordo com a realidade financeira do clube. Em contrapartida, o gerente de futebol Anderson Barros afirma que a estrutura física do Botafogo oferece aos atletas boas condições de trabalho.

– A estrutura de General Severiano, apesar das limitações do espaço do campo, é boa e permite ao Botafogo o desenvolvimento básico de suas atividades, sendo um dos poucos clubes que podem trabalhar em tempo integral. Também temos um dos melhores estádios do Brasil, além do Caio Martins. Temos condições de brigar de igual para igual com os outros clubes, nosso problema é apenas administrativo e financeiro – coloca Barros.

Apesar do Botafogo muitas vezes se deslocar para realizar treinos coletivos no Engenhão, Barros afirma que não há nenhum projeto de reformulação do espaço de trabalho no futebol.

– Para o profissional, só poderíamos fazer investimentos no Engenhão, a fim de ter a mesma estrutura de General Severiano. Mas não há nenhum planejamento quanto a isso – completa o dirigente.

Fonte: JB Online

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