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NETVASCO - 08/12/2008 - SEG - 04:19 - Torcedores têm um dia para esquecer

“Tem hora em que é preciso cair, para melhorar”. Foram as únicas palavras que a cantora Mart’nália encontrou para tentar se conformar ao ver o seu time ir para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro em 2009. Bem mais abalados do que a filha de Martinho da Vila, fanáticos torcedores lotaram o Baixo Buxixo, na Tijuca, e sofreram com a derrota do time. Num misto de revolta e tristeza, as lágrimas escorriam pelo rosto da vascaína Danielle Schaewer, 34 anos.

“Em protesto ao Roberto Dinamite, queria queimar a camisa do Vasco, mas meus amigos não deixaram. Ele só era bom como camisa 10”, disse Danielle. “É muito triste, porque eu tinha certeza de que o Vasco ia se livrar”.

De pé durante todo o jogo, a professora de História Márcia Bottino, 46 anos, enxugava o rosto com o cachecol do clube. “O Vasco não merecia, só pela torcida linda que tem. Pior vai ser agüentar os meus alunos”, resumiu a professora do Colégio Elza Campos, na Tijuca. Antes mesmo de voltar ao trabalho, as provocações já começaram, no bar.

Sem acreditar nas imagens a que assistia na TV, só restou ao estudante Diego Pires, 24 anos, o consolo no ombro de um amigo: “Não vou abandonar o Vasco nunca. O Vasco não caiu hoje. São dez anos de desmandos, oito anos sem patrocinadores e sem título. É uma vergonha torcer na Série B, mas não estou nem aí”.

Tão apaixonado quanto Diego, o militar Átila Lima, 39 anos, também promete apoiar o clube na Segundona. “A paixão pelo time continua. Na segunda, na terceira... onde for. Sou Vasco até morrer”, garantiu. “O time tem que aprender com isso e retornar à elite em 2010”.

A dor não tem idade

Faltaram unhas e sobraram lágrimas para Victor Rodrigues. Aos 9 anos, o pequeno vascaíno chegou ontem a São Januário de chinelo de dedo, uniforme do time de coração e um pingo de esperança de ver o Vasco fugir do inferno da Segunda Divisão nacional. No fim, ele sentiu a dor que não escolhe idade e não perdoa nem a ingenuidade de criança.

“O Vasco ser rebaixado, e isso corta meu coração. Vou continuar torcendo, mas é como se alguém tivesse morrido”, resumiu Victor.

Mesmo com o rebaixamento, a paixão do menino não morreu, ao contrário da esperança que ele alimentava antes de a bola rolar. Na companhia do pai, Eduardo Rodrigues, e do primo, Bruno Cabral, Victor era a imagem do otimismo, na chegada. “Acho que vai dar certo, acredito que o Vasco vai sair dessa”, disse o pequeno cruzmeltino, sem imaginar o que estava por vir na Colina.

Durante o jogo, o olhar do pequeno torcedor se perdia, junto com as unhas roídas. A camisa 10 que vestia lembrava o ídolo Edmundo. A liberdade para beber refrigerante foi a mesma para gritar palavrões. “Como vascaíno, era nossa obrigação estar em São Januário. Nós ajudamos o time até nos momentos mais difíceis”, afirmou Eduardo, pai de Victor.

O garoto pulava, gritava, batia palmas e cantava: “O Vasco é o time da virada; o Vasco é o time do amor”.

O amor continua, a virada não aconteceu. Os gols do Vitória fizeram Victor deixar de ficar em pé na cadeira e sentar. O pai, visivelmente emocionado, resisitiu até o fim. Além da dor pessoal, ainda teve que consolar o filho. “O que dizer? É difícil, o coração dói. Mas somos Vasco sempre”, disse o pai.

Ao lado de Victor, o cenário era de tragédia. Casais choravam abraçados, torcedores revoltados xingavam o time e alguns focos de confusão surgiam no estádio. “Eita! Quanta emoção. Estou triste”, resumiu Victor.

Fim de jogo. Lá foi o pequeno vascaíno, de uniforme completo, chinelo de dedo, olhos marejados, barriga cheia do lanche feito durante o jogo. O coração estava quase vazio. Mas ainda tinha espaço reservado para a cruz-de-malta. “Sou vascaíno, aconteça o que acontecer”, disse Victor. Aconteceu o pior. No fim, sobraram lágrimas e faltaram unhas.

Fonte: O Dia

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