NETVASCO - 04/12/2008 - QUI - 14:29 - Artilheiro do Santos tem punição reduzida e poderá enfrentar o Náutico

A briga pela artilharia do Campeonato Brasileiro da Série A ganhou mais emoção na rodada final do próximo domingo, dia 7 de dezembro. O atacante Kléber Pereira teve sua pena de duas partidas, aplicada em primeira instância, reformada para apenas uma partida após decisão por maioria de votos no Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta quinta-feira, dia 4, após a desclassificação da infração para o artigo 251 (Reclamar, por gestos ou palavras, contra as decisões da arbitragem ou desrespeitar o árbitro e seus auxiliares). Com a mudança, o departamento jurídico do Santos conseguiu liberar o artilheiro da competição para enfrentar o Náutico na Vila Belmiro, em partida que pode valer uma vaga na Copa Sul-Americana.

Durante a defesa na tribuna do STJD, Dr. Mário Mello, advogado do Santos, afirmou que o jogador acabou pressionado a falar depois do jogo pelos repórteres de campo em São Januário, que o indagaram à respeito da atuação do árbitro Elmo Resende. "O Kléber Pereira, assim como a maioria dos nossos jogadores, não tem um grau de instrução que o permita se expressar bem, e acabou sendo mal interpretado pela mídia. Na verdade ele quis dizer apenas que o árbitro já estava com o bolso cheio por já ter outra atividade, além daquela em campo", disse o advogado durante a defesa.

Já o Procurador-Geral do STJD, Dr. Paulo Schmitt, afirmou que, mesmo diante do que alegou a defesa do clube, ficou claro uma ofensa à arbitragem diante das palavras proferidas por Kléber Pereira, e não apenas uma simples reclamação.

Kléber Pereira tem 21 gols no campeonato, um a mais que Washington, do Fluminense, e Keirrison, do Coritiba. Enquanto isso, o Santos briga por uma vaga na Sul-Americana, em um Brasileiro no qual ficou próximo do rebaixamento. O Alvinegro Praiano está na décima quarta colocação, com 44 pontos, e entrou na zona de classificação para o torneio continental depois que o Internacional sagrou-se campeão da mesma competição na última quarta-feira, dia 3, abrindo assim mais uma vaga para os brasileiros. Mas o Santos não pode perder para o Náutico em casa, senão ficará fora da disputa. Em caso de empate na Vila, terá que torcer para que o Atlético/PR não vença o Flamengo em casa, no mesmo horário.

Entenda o caso:

O fato que ganhou grandes proporções e acabou em dor de cabeça para Kléber Pereira acontece na partida entre Vasco e Santos, no dia 8 de novembro, em São Januário. A marcação de um pênalti que originou o gol da vitória do Gigante da Colina fez o atacante santista soltar o verbo contra o árbitro Elmo Resende após o apito final sobre o Santos.

“O bolso dele deve estar cheio. Tem de botar esse juiz em todos os jogos do Vasco. Se esse juiz apitar sempre, o Vasco não vai cair. É uma vergonha para o futebol brasileiro”, desabafou Kléber Pereira.

As declarações acabaram em denúncia da Procuradoria. Kléber João B. Pereira foi denunciado no artigo 252 (Ofender moralmente o árbitro, seus auxiliares ou qualquer outro participante do evento desportivo) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê pena de duas a seis partidas de suspensão.

Na sessão do primeiro julgamento, o artilheiro negou que tenha dito que o árbitro da partida tenha roubado o Santos ou levado dinheiro do Vasco. “Posso ter sido infeliz nas palavras que disse, mas em momento nenhum quis dizer que ele tinha levado dinheiro do Vasco. Apenas afirmei que ele já era pago para fazer o trabalho dele, já que nós trabalhamos duro durante toda a semana para nos mantermos no nosso emprego. Daí acontece um equívoco da parte dele e acabamos prejudicados”, disse em seu depoimento perante a Primeira Comissão.

Após decisão por maioria de votos na sessão realizada pela Primeira Comissão Disciplinar, Kléber Pereira foi suspenso por duas partidas. No mesmo processo o goleiro Fábio Costa acabou absolvido, também por conta de irritação com o resultado da partida, mas em fato ocorrido já nos vestiários e com o quarto árbitro daquele jogo.

Fonte: Site Justiça Desportiva