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NETVASCO - 27/11/2008 - QUI - 09:54 - Renato responde a críticas de Dinamite sobre apoio à 'mala branca'

A turbulência não acaba nunca. Em situação dramática no Brasileiro, ameaçadíssimo de cair para a Segunda Divisão, o Vasco se divide ainda mais por conta de uma polêmica estéril e desnecessária: a existência ou não e a validade de clubes na posição do Vasco investirem no pagamento a outros times que possam ajudá-lo a conseguir resultados favoráveis. Um dia após o presidente Roberto Dinamite ter censurado o técnico Renato Gaúcho, que disse acreditar na existência e na eficácia da “mala branca”, foi a vez de o treinador responder de forma irônica:

— Cada um tem sua opinião. Ele tem a dele, eu tenho a minha. Eu posso dizer que tenho certeza de que a “mala” branca existe.

Desde o começo de sua nova jornada em São Januário, Renato Gaúcho vem se sentindo isolado na árdua missão de tirar o Vasco da Segunda Divisão. A maior prova de que o comboio não está dentro dos trilhos da forma como ele prefere — até interferência direta em suas decisões sobre treinos ele teve de aceitar — foi uma frase significativa que soltou ontem de manhã:

— Uma coisa é certa: se eu continuar aqui no ano que vem, a banda vai tocar na linha reta que eu traçar. Todos vão saber direitinho o que eu pretendo e a direção que eu traçar vai ser bem clara. A banda vai ter de tocar como eu determinar, afinadinha. Só isso — disse Renato.

E num ambiente tenso, em que os jogadores treinam em silêncio e deixam o clube rapidamente, a maioria com expressão fechada, querendo falar o mínimo possível, aquele apoio importante nas horas de aflição acaba vindo de fora. Renato estava feliz da vida ontem, pois tinha recebido um torpedo de Thiago Silva, seu ex-comandado de Fluminense, com palavras de conforto e carinho que ajudaram a digerir os problemas diários que enfrenta.

— Muito legal você receber isso de uma pessoa que está em outro clube e que mostra que seu trabalho com ele rendeu uma boa amizade. Eu já o admirava antes, pois o considero o melhor zagueiro do Brasil. Agora, o admiro muito mais como homem — resumiu Renato.

Orgulhoso, o treinador lê mais uma vez o torpedo em seu celular:

— Olha só que bacana: “Enquanto houver chance, acredite. Estamos torcendo por você. Basta acreditar que pode sair de uma situação como essa, que você pode alcançar o que deseja. Do seu fã número 1, boa sorte”. Muito legal. Imprimi essa mensagem e preguei no quadro do vestiário, para dar moral ao nosso grupo. Isso é importante.

E é exatamente a posição em que Thiago Silva se destacou que passou a ser mais uma preocupação extra para Renato Gaúcho. Sem Fernando, que vai cumprir o período normal de recuperação e só deverá voltar contra o Vitória, na última rodada, Renato deve escolher hoje o substituto de Jorge Luiz. Domingo, contra o Curitiba, no Estádio Couto Pereira, ele não pretende alterar o sistema 36-1 e anunciou que vai testar André no lugar do zagueiro suspenso. Remanescente e sobrevivente da era Tita, André vinha sendo relacionado para o banco de reservas, mas com Renato Gaúcho no comando não começou nenhuma partida, tendo entrado no segundo tempo do jogo contra o Atlético-MG.

Como a situação no Vasco anda tão caótica, até as crenças mais enraizadas são atropeladas em São Januário. Embora a Capela de Nossa Senhora das Vitórias estivesse aberta para orações, ontem, após o treino, o catolicismo foi trocado pela pregação de um pastor da Assembléia de Deus. Num culto rápido, num dos cantinhos do estacionamento, Mateus e Madson rezaram e pediram a Deus ajuda para fugir do rebaixamento.

A polêmica não se restringe às opiniões sobre escalações, “malas brancas” e crenças. A escolha dos novos uniformes ajudou a aumentar a turbulência em São Januário. Após a repercussão negativa provocada pela divulgação do esboço das novas camisas, a diretoria resolveu fazer no site oficial, durante duas ou três semanas uma pesquisa para saber a opinião definitiva da torcida.

Numa pesquisa prévia sobre os preferidos do novo design, a camisa branca teve maior aceitação.

— Essas camisas foram lançadas em caráter experimental. Na minha opinião, a camisa oficial do Vasco, o primeiro uniforme, tem de ser o tradicional — disse Dinamite.

Fonte: O Globo

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