Longe da mídia, fora do burburinho que se forma em torno do possível rebaixamento do Vasco à Série B, o primeiro vice-presidente geral, Luso Soares da Costa, é tido nos bastidores de São Januário como um dos principais responsáveis pela (des) montagem da estrutura do atual departamento de futebol do clube.
Homem ligado à colônia portuguesa, alicerce importante para que Roberto chegasse ao poder, Luso abriu mão da indicação de seu nome à presidência pela oposição desde que tivesse alguns poderes no futebol.
Triste pacto!
Apoiado pelo falecido Arthur Sendas e pelo atual vice-presidente da Assembléia Geral, Antônio Gomes da Costa, partiu dele a indicação de Manoel Fontes, o Neca, para assumir a vice-presidência de futebol, assim como a contratação de Carlos Alberto Lancetta para chefiar o departamento.
Aliás, recai também sobre Luso a relutância em demitir o técnico Antônio Lopes, seu amigo pessoal — decisão só tomada após a derrota para o Coritiba, a sexta do time em dez jogos sob nova administração.
Como Luso acumula também a vice-presidência de patrimônio, Roberto decidiu tocar o futebol.
Porém, sem respaldo político para refazer os estragos de seu vice, foi voto vencido na decisão de reconduzir ao cargo o ex-superintendente de futebol Paulo Angione e passou, com a ajuda de Renato Gaúcho, a tentar dar um mímino de funcionabilidade a um departamento que sente a falta de um gestor profissional.
E vem daí parte da incompetência em gerir um clube de futebol endividado e cheio de vícios: exatamente a falta de um nome com capacidade e credibilidade para conduzir a pasta mais importante do governo.
Ou seja: a falta de conhecimento sobre a rotina da administração desportiva, aliada à divisão política e à soberba, fez água numa embarcação, que já navegava remendada com improvisos questionáveis.
Ao mexer nos profissionais que cuidavam de uma casa de máquinas cheia de problemas na engrenagem, a atual administração desfez o que havia de bom no seu futebol e o Vasco passou a navegar à brisa do mar.
Foi-se a mobilidade, as tempestades (derrotas, deserções de jogadores e dívidas não declaradas) varreram o parco suporte financeiro para os meses que já se supunham difíceis, e o resultado hoje se vê na tabela.
Como o almirante que inspira seu nome, o Vasco precisa saber como vencer as tormentas...
Fonte: Futebol, Coisa & Tal... - Extra Online