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NETVASCO - 26/11/2008 - QUA - 04:42 - Ex-vice de marketing acusa Coelho de má vontade com a Reebok

O ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, revelou, na noite desta segunda-feira (24/11), que recebeu uma proposta da fornecedora de material esportivo Champs no dia 19 de junho. O presidente Roberto Dinamite, que assumiu no dia 1º de julho, anunciou o rompimento com a Reebok e a assinatura com a Champs na última sexta-feira (21/11).

O ex-vice-presidente de marketing e de relações públicas Marco Antônio Monteiro começa criticando os novos modelos do uniforme do Gigante da Colina, que estão tendo grande rejeição junto aos vascaínos, e fala sobre o relacionamento com a Reebok.

"Quando se faz isso com a camisa do Vasco, e quem abrir o site oficial do Vasco vai ver, isso é um desrespeito ao Vasco, às tradições do Vasco, aos Conselhos do Vasco, às pessoas que fizeram o Vasco. A camisa preta do Vasco é algo absolutamente ridículo. E aí me remete à história da Champs. O Eurico já apresentou aqui o contrato que a Champs tinha oferecido ao Vasco já naquela reta final, quando já estava o golpe sendo desencadeado. Mas eu só queria dizer o seguinte. A saída da Reebok também foi trabalhada desde o primeiro momento por essa diretoria. Todas as informações que nós temos, até porque a relação com a Reebok era boa. A Reebok já tinha procurado o Vasco, no sentido de renovar. Não adianta você comparar agora um contrato existente com um contrato anterior. Você tem que comparar com o que poderia vir para o futuro. Eles já assinaram um contrato com a Champs, que é inferior ao que a Champs tinha oferecido em junho. Mas quando a gente fala da Reebok, a relação com a Reebok sempre foi clara, aberta. O presidente esteve inclusive com o presidente do grupo Grandene/Vulcabrás, que é o grupo que detém a marca da Reebok. Foi lá ao Ceará, visitou, fechou. O negócio foi feito direto. Ali não tinha comissão de nada, tudo feito claramente. Depois é o seguinte. Quando o grupo Vulcabrás adquiriu a marca Olympikus e tentou entrar no Flamengo, foi dado o recado à Reebok que não podia ficar assim. Eles procuraram o Vasco dizendo 'Queremos então negociar uma renovação em novos moldes, em novos patamares'", disse no programa "Casaca no Rádio", veiculado na Rádio Bandeirantes.

Monteiro afirma que o vice-presidente de marketing José Henrique Coelho tinha má vontade com a Reebok.

"Veio o golpe. Eles assumiram o clube e simplesmente, o tratamento com a Reebok, que a gente saiba, mudou da água para o vinho. Tanto é que eles demoraram muito tempo para receber a Reebok. Foram receber a Reebok depois de já terem divulgado nos sites ligados a eles, que existia a proposta da Penalty, Champs. Tanto é que a primeira reunião, quase um mês depois de eles terem assumido, do atual vice-presidente de marketing com o representante da Reebok, foi uma reunião extremamente tensa. A primeira coisa que o representante da Reebok fez foi mostrar uma página do site do MUV [Movimento Unido Vascaíno], dizendo que o Vasco ia trocar de fornecedor. E perguntou a ele 'Vem cá, o que é isso?'. Aí ele disse 'Isso foi uma reprodução de notícia junto dos sites'. 'Mas onde é que está isso?'. 'Está no site MUV'. Ele disse 'Quem é o presidente do MUV?'. 'Sou eu'. Que relação é essa com o cliente? A partir daí ficou claramente a má vontade da atual diretoria com a Reebok. Tanto é que o que foi lançado há cerca de duas ou três semanas, que eles teriam feito uma proposta de renovação da Reebok e esperavam o resultado, quem está no mercado sabe que a Reebok já tinha decidido que não ia ficar com o Vasco. Ele ficaria com o Vasco até o final do contrato se o Vasco ficasse. Mas a decisão, estratégia da Reebok já tinha sido tirar o a Vasco do seu catálogo, pela relação que tinha com essa diretoria. Acho que foi algo absolutamente preparado. Se o contrato é bom ou se não é bom...".

O ex-presidente Eurico Miranda comenta.

"Agora lembra que a Reebok fornece material apenas para dois clubes: São Paulo e Internacional. Só por aí, vê que tipo de relação a Reebok tem com o São Paulo, e que tinha com o Vasco. Eu sou um que não posso, em momento nenhum, fazer qualquer tipo de colocação em relação à Reebok. Nunca deixou de atender qualquer coisa que fosse solicitada. Muito pelo contrário. E mais. A Reebok, que tem designers internacionais, ela nunca fez qualquer coisa sem antes discutir, e muito, com a direção do Vasco. Todo e qualquer produto que eles fossem lançar era discutido intensamente com o Vasco. Eles tiveram sempre, em qualquer solicitação. Material esportivo é algo que, de repente, você precisa ter uma modificação. Você entra em uma competição como a Sul-Americana, que exige que você vai inscrever até um número, os números têm que estar sempre com aquele determinado jogador, você precisa da modificação de última. Nunca deixaram de atender. Nunca deixaram de mandar uma remessa que fosse necessária, via área, pedida às vezes com 48h, 24h de antecedência. Sempre atenderam".

"Da mesma maneira, eu vejo isso que se fala de novo Vasco. Antes você falava que não se cumpria contratos, que se rompia contratos, quando é justamente o oposto. Você tem um contrato com a Habib's e vê hoje o pessoal da Habib's revoltado porque o Vasco está infestado de ambulantes. A social fica infestada - esse é o termo - de tudo quanto é maneira. Nada é cumprido. Na verdade, o rompimento dos contratos começa com o rompimento dos contratos com os seus funcionários. Você, na verdade, tem um contrato com os teus funcionários. E a forma como eles rompem os contratos, ignoram os contratos, passam por cima dos contratos, menosprezam os contratos".

"E outra coisa, que eles tentaram sempre colocar. Eles que corram o Brasil inteiro e perguntem, a quem não for mal intencionado, a quem quiser dizer a verdade, se alguma vez eu descumpri um compromisso assumido. Não precisava ser assinado não. Se a minha fama, não é que comigo não precisava assinar. Mas eles colocavam. O que interessava era colocar que a gente rompia contratos, que as pessoas não faziam contratos conosco porque não tinham segurança. Conversa. Os contratos nossos, todos eram... Nós procurávamos, evidentemente, o melhor para o Vasco, de não termos os atravessadores, o que é normal até ter. O nosso contrato com a Reebok foi feito direto com o presidente da Reebok. O nosso contrato com a Habib's foi feito direto com o presidente da Habib's. Sem agências. O contrato com a MRV, direto com o presidente da MRV. Todos os nossos contratos eram diretos. Não importa, tratados dessa forma".

"Agora, vislumbram a possibilidade, como está aí nesse negócio da Champs, que eles vão ter que explicar direitinho o contrato, efetivamente o que entra no Vasco. Eles vão ter explicar por que dessa redução. E não pensem - vou logo dizendo - que vão fazer a camisa como vocês pensam não. Porque aí há certas coisas. Atingir os símbolos do Vasco, a reação não será pacífica. Vocês que estão ouvindo, não atinjam os símbolos do Vasco, porque a reação não será pacífica. Vocês estão pensando que podem fazer o que bem entenderem, que reações não vão ter e nós vamos aceitar as coisas como fato consumado? Nós não vamos aceitar não. Eu tenho procurado não me colocar na liderança de algo que venha a ter conseqüências mais sérias. Mas não me forcem a isso. Não me forcem. Mas se vocês atingirem os símbolos do Vasco, pacificamente vocês não passar não, podem estar certos disso".

"Aliás, eu já disse isso. Eu tenho que responder aí negócio de crime de ameaça e tal. Eu vou lá. Fiquei sabendo, eu não sou de ameaçar. Quando eu disse, e já expliquei, em relação à sua vida política, eu vou acabar com ela, pode estar disso. Eu vou acabar com ela. Agora, eu não sou de ameaçar. Não me botem, não tentem me colocar em crime de ameaça, porque eu não sou de ameaçar. Eu sou de fazer, não sou de ameaçar. Então não precisa me colocar em crime de ameaça. Mas não é fazer o que vocês pensam ou o que vocês querem levar. Eu não tenho, na minha trajetória de vida, nenhuma violência. Eu tenho a palavra, mas a palavra pode conduzir à violência. Eu pessoalmente não tenho, na minha trajetória, nada de violência. Eu falo e não precisam depois deturpar aquilo que eu estou falando, porque eu reafirmo. Vocês não mexam nos símbolos do Vasco, porque não vai acontecer de forma pacífica".

Segundo Márcio Santos, um dos apresentadores do "Só dá Vasco", no programa desta terça-feira:

- Em uma reunião de boas vindas à nova diretoria, da qual participaram Coelho e o ex-diretor de marketing Marcus Duarte, o gerente de relações esportivas da Reebok, Pedro Morgado, que compareceu à posse de Roberto Dinamite, ofereceria um cheque de R$ 2 milhões, mas o tema da conversa descambou para o fato da Reebok, em 2006, pouco tempos depois de suceder a Umbro, ter contribuído financeiramente para a campanha de Eurico a Deputado Federal, doando um determinado valor em dinheiro, que foi computado nas contas do TRE - uma contribuição à parte do contrato com o Vasco.

- "Tem algumas pessoas que, antes de amarem o Vasco, odeiam o Eurico". Com isso, a Reebok ficou marcada e prejudicada. A relação passou a ser péssima, a ponto da Reebok afirmar que não negociaria mais nada na presença de Coelho. Passou a haver uma grande má vontade para a renovação do contrato.

- A atual diretoria e Coelho sempre disseram que cumpririam todos os contratos. A Reebok tinha contrato até o final de 2009.

- Coelho afirmou que o Vasco recebia R$ 75 mil por mês da Reebok, mas a fornecedora deu luvas no valor de R$ 1,5 milhão em 2006 - informação confirmada pelo próprio, no programa, antes das eleições. A Reebok também assumiu uma dívida com a Kappa (cerca de R$ 40 mil por mês), fornecedora do Vasco no fim da década de 90. Há também royalties vinculados à camisa. A Reebok teria repassado ao Vasco o valor equivalente a 5 ou 10 mil camisas que haviam sido vendidas.

- Vasco e Reebok serão prejudicados com a entrada da Champs antes do final do ano, porque a arrecadação com a venda das atuais camisas será muito menor.

- Por culpa de alguns dirigentes, Dinamite nunca se encontrou com Tulio Formicola, diretor de marketing da Reebok. Também não houve encontro com Morgado. A Reebok estava disposta a antecipar a renovação do contrato, com a majoração dos valores, se conversasse diretamente com Dinamite.

- Uma linha de uniformes para 2009 tinha sido pré-aprovada em uma reunião em setembro.

- O Vasco receberá cerca de R$ 150 mil por mês da Champs. Os R$ 506 mil anunciados são variáveis, de acordo com a venda do material.

- Coelho foi convidado para comparecer ao "Só dá Vasco" da próxima terça-feira (02/12).

Fonte: VascoExpresso

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